Refrigerante aumenta risco cardiovascular em jovens, diz estudo
Adolescentes brasileiros que consomem mais 450 mL de refrigerante por dia podem estar correndo riscos de saúde. É o que sugere um estudo publicado pelo jornal da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS). Para concluir que o refrigerante aumenta o risco cardiovascular, a pesquisa mapeou quase 37 mil indivíduos de 12 a 17 anos.
As informações foram extraídas do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA). Embora os dados correspondam aos anos 2013 e 2014, as descobertas são um alerta para o futuro da população mais jovem.
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Refrigerante aumenta risco cardiovascular e a incidência de outras condições
Além de elevar a probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, o consumo diário de 450 mL ou mais de refrigerante favorece o sobrepeso e a obesidade. Outro achado é o risco de hipertensão entre a população adolescente.
Ainda que as escolhas sejam as versões diet e light, a incidência de possíveis doenças cardiovasculares não diminui. Afinal, o açúcar não é o único vilão da saúde — outras substâncias em excesso são igualmente prejudiciais.
Sucos industrializados: parecem bons, mas não são
A pesquisa ainda observa que o público jovem com sobrepeso e obesidade pode optar por alternativas mais “saudáveis”. Mas, assim como os refrigerantes light ou zero, os sucos entram no cardápio dos adolescentes, que creem na eficiência da troca.
No entanto, os sucos também precisam de atenção ao consumo. Sobretudo os industrializados, que são ricos em açúcares e outros componentes que potencializam os efeitos prejudiciais à saúde.
Não é só o refrigerante que aumenta o risco cardiovascular
O estudo foca exclusivamente nas consequências da ingestão elevada de refrigerante. Contudo, é importante ter atenção a outros fatores que colaboram para o ganho de peso, que impacta no desenvolvimento de enfermidades diversas.
São muitas as causas do sobrepeso e da obesidade infantojuvenil. A começar pela gestação da mãe — o aumento exagerado de peso na gravidez, assim como o diabetes gestacional, contam como fatores de risco para o problema no herdeiro.
“Além disso, a doença pode ser hereditária. Alguns estudos sugerem que crianças com pais com obesidade têm 80% de chance de se tornarem adultos igualmente com a doença. Todavia, esse percentual cai pela metade quando apenas um dos pais possui a condição. Em contrapartida, com pais magros, o risco reduz para cerca de 10%”, explica a nutricionista Dayse Paravidino. Por fim, mas não menos importantes, alimentação inadequada, sedentarismo e desequilíbrios hormonais figuram entre as causas para o problema.
Demais riscos do sobrepeso para a saúde
- Maior predisposição à síndrome metabólica, podendo gerar diabetes tipo 2.
- Aumento do risco de dislipidemia (ou seja, excesso de gordura no sangue).
- Síndrome dos ovários policísticos em meninas.
- Apneia do sono.
- Gordura no fígado e algumas neoplasias (câncer, por exemplo).