Quem tem hipertensão pode comer bacalhau? Médico explica
Com a Páscoa chegando, começam os preparativos para os pratos tradicionais da Sexta-Feira Santa. O principal deles, sem dúvidas, é o bacalhau. O peixe é rico em nutrientes e com baixo teor de gordura, além de oferecer diversos benefícios para a saúde. Mas nem tudo são flores. Devido ao processo conservação que inclui a salga, o pescado pode ficar uma quantidade acima de sódio acima do permitido mesmo após o preparo. Então, a dúvida que fica é: quem tem hipertensão pode comer bacalhau? Veja a seguir!
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Afinal, quem tem hipertensão pode comer bacalhau?
O alto consumo de sal é um problema de saúde pública em diversos países. No Brasil, a população consome cerca de 12g por dia, mais que o dobro do recomendado, segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde. Devido ao alto teor de sódio, o pescado, presente na mesa de várias casas na Sexta-Feira Santa, deve ser consumido com muito cuidado por quem tem pressão alta.
“Mesmo após dessalgá-lo, o bacalhau ainda concentra uma grande quantidade de sal. A cada 200g do peixe, pode haver até 5g, dependendo do método de preparação e do tempo de salga, valor esse que excede a recomendação diária para os pacientes hipertensos”, explica o Dr. Celso Amodeo, cardiologista e especialista em hipertensão arterial do Hcor.
Como consequência desse e de outros maus hábitos, o número de pessoas com hipertensão aumenta a cada ano.
“Atualmente, a pressão alta atinge mais de 30 milhões de brasileiros. A doença é preocupante porque é silenciosa e causa danos ao coração, aos rins e ao cérebro sem apresentar sintomas, em estágios iniciais”, alerta o especialista.
Consumo de bacalhau requer cuidados
Para consumir o bacalhau, primeiramente, a pressão arterial precisa estar bem controlada com as medicações prescritas pelo médico. O médico reforça a recomendação para não exceder o consumo de sal acima de 5g por dia.
“Isso implica em comer somente uma porção de até 100g bacalhau (2,5g de sal), visto que no preparo do mesmo e dos acompanhamentos, como arroz (carboidratos), vegetais e legumes, deverão conter as outras 2,5g recomendadas pelas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão”, ressalta.
Além disso, outros alimentos também merecem atenção. O azeite, por exemplo, também traz benefícios para a saúde, mas é preciso utilizá-lo com parcimônia devido à alta quantidade de calorias. Enquanto 1g de açúcar tem 4 calorias, 1g de azeite contém cerca de 9.
“É preciso conscientização e responsabilidade da pessoa com hipertensão no preparo do seu prato visto o alto teor de sal utilizado nos alimentos dessa refeição”, reforça o Dr. Amodeo.
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Fonte:
- Dr. Celso Amodeo, cardiologista e especialista em hipertensão arterial do Hcor.
Referências