Quando começar a escovar os dentes do bebê?

Gravidez e maternidade Saúde
10 de Março, 2022
Quando começar a escovar os dentes do bebê?

Nós já sabemos que os primeiros dentinhos de bebês e recém-nascidos são verdadeiros incômodos. Quando começam a despontar, eles podem dar reações nas crianças — como febre, coceira na parte gengival e choros constantes. Apesar de, muitas vezes, ser um sofrimento, cuidar os dentes infantis é parte fundamental da higiene bucal e necessária para que nenhuma doença seja desenvolvida. Por isso, saiba quando começar a escovar os dentes do bebê.  

De acordo com Livia Calefi, cirurgiã-dentista e especialista em odontopediatria, a escovação deve ser feita assim que os primeiros indícios de dentes aparecerem na gengiva, independentemente da idade do bebê. Inclusive, a profissional orienta pais ou cuidadores a terem paciência e persistência, porque o início da caminhada pode ser desafiador. “Os bebês exploram o mundo por meio da boca, então, é normal que sintam-se invadidos quando tentamos manipular”, ressalta. 

Durante esse processo, Livia reforça, acima de tudo, a importância da dessensibilização dos bebês, que deve acontecer dia após dia. “Primeiramente, acostume-o com a posição para escovação, apresente as escovas e o fio dental. Deixe que a criança brinque e explore. Em seguida, apresente a pasta de dentes, a textura e o sabor da mesma, porque tudo é uma verdadeira novidade”, orienta. 

Métodos para começar a escovar os dentes do bebê

Para facilitar o passo a passo e melhorar a aceitação, a dentista diz que investir e caprichar no lúdico pode ser fundamental. “Torne a escovação divertida: vale escovar os dentes na frente de bebês e crianças; deixar que eles escovem seus próprios dentes e, ainda, uma boa aposta pode ser brincar de escovar os dentes de pelúcias, super-heróis ou bonecas”, diz Livia. No entanto, a profissional ainda alerta: “lembre-se que os bebês e as crianças brincam, mas quem são os responsáveis pela real limpeza são os adultos.” 

Além disso, a especialista em odontopediatria diz que a escovação infantil possui movimentos mais simples — o que facilita a execução tanto para os pais quanto para as crianças. “A coordenação motora ainda está em desenvolvimento, então, a técnica mais aplicada pode ser a de Fones, ou seja, movimentos de varredura, de vai e vém e bolinha. Essa movimentação deve e é capaz de envolver todos os lados dos dentes”, ensina. 

Produtos mais indicados

Para a dentista, os produtos ideais e mais indicados para crianças e bebês são escovas com cabeça pequena, cabo longo, cerdas retas e macias. Em relação às pastas de dentes, Livia orienta que a concentração de flúor deve variar entre 1000 a 1100 ppm — informação que é facilmente encontrada nos rótulos. Aqui, vale lembrar que também há uma quantidade adequada para cada idade. “A medição pode ser comparada ao arroz cru. De zero a dois anos: 1/2 grão de arroz cru; de dois a quatro anos: um grão de arroz cru; acima de quatros anos: um grão de ervilha crua.”, ensina. 

A profissional reforça que esses valores devem ser usados em escovações supervisionadas por adultos. Já as sem flúor devem ser reservadas para momentos de dessensibilização, brincadeiras e para enviar no kit de higiene bucal escolar. Além disso, Livia diz que o fio dental também é item obrigatório a partir do nascimento do segundo dente do bebê e orienta que o modelo com haste de plástico é ótimo para essa fase. 

Leia também: Saúde bucal das crianças: Saiba como cuidar

Atenção à manutenção

Segundo Livia, se a escovação dental não for realizada corretamente, alguns riscos podem aparecer e não ficam restritos apenas à saúde bucal. “É importante relembrar que os dentes estão ligados ao restante do corpo e que a boca é a principal porta de entrada do nosso organismo”, alerta. 

“A falta de tratamento odontológico pode gerar perdas dentárias, infecções localizadas e até generalizadas. Além disso, há o risco de alterações no desenvolvimento da face (seja em sua estrutura óssea ou muscular), o que afeta funções como fala, respiração, mastigação e deglutição e por consequência, a digestão. Sem contar as repercussões psicológicas na vida das crianças”, finaliza e orienta a cirurgiã-dentista.

Fonte: Livia Calefi, cirurgiã-dentista e especialista em odontopediatra.

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