Psoríase capilar: entenda a doença crônica que afeta o cabelo de Beyoncé
A diva do pop, Beyoncé, revelou em uma entrevista à revista Essence, neste domingo (18), que sofre de psoríase capilar, uma doença dermatológica, crônica e não contagiosa que ataca a pele. A condição da cantora afeta principalmente o couro cabeludo, desencadeando coceira, manchas vermelhas e escamas secas por toda a cabeça.
A revelação da diva do pop antecede o lançamento de sua nova linha de produtos capilares, chamada Cécred. Embora a condição a acompanhasse desde pequena, Beyoncé relembrou suas memórias afetivas de infância relacionadas ao cabelo:
“Tenho muitas lembranças ligadas ao meu cabelo. A relação que temos com nossos cabelos é uma jornada profundamente pessoal. Desde passar a infância no salão da minha mãe até meu pai aplicar óleo no couro cabeludo para tratar minha psoríase – esses momentos foram sagrados para mim”, disse a cantora.
A psoríase, no entanto, pode causar incômodo com as lesões que podem causar feridas e sangramento devido ao ressecamento no local. A seguir, saiba mais sobre a condição.
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Afinal, o que é psoríase?
A psoríase é uma doença autoimune que afeta a pele. Estima-se que a condição afeta cerca de 125 milhões de pessoas ao redor do mundo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Embora a incidência seja alta, suas causas não são completamente esclarecidas, mas acredita-se que a sua origem seja multifatorial, o que significa dizer que vários fatores podem estar envolvidos nas lesões e manchas que afetam o corpo.
Alguns deles envolvem altos níveis de estresse, preocupação e ansiedade. Além disso, o componente genético também tem peso na equação, já que acredita-se que entre 30% a 40% dos pacientes com a condição têm histórico familiar. Sensibilidade ao glúten e baixa imunidade também são fatores ligados à psoríase capilar.
Psoríase capilar: parece caspa, mas não é
A psoríase tende a afetar as áreas dos cotovelos e joelhos com maior incidência. Porém, há diversos tipos de psoríase, cujos principais incômodos são inchaço e rigidez nas articulações que podem surgir dependendo do perfil e da gravidade da condição. Especialmente no couro cabeludo, condição chamada de psoríase capilar, as manchas avermelhadas apresentam escamas espessas semelhantes à caspa. Como resultado, deixam flocos de pele morta no cabelo e nos ombros.
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Sintomas
Os principais sintomas de psoríase capilar são:
- Coceira excessiva no couro cabeludo;
- Sensação de queimação;
- Queda de cabelo;
- Lesões (pequenos machucados) avermelhadas na cabeça;
- Descamação do couro cabeludo com pequenas cascas brancas;
- Dores.
Para identificar os sintomas, o médico dermatologista, Dr. Danilo Talarico, explica que, na psoríase, as placas costumam ser maiores e mais “grossas”, deixando o couro cabeludo com aspecto esbranquiçado, com escamas muito mais aparentes, de coloração prateada.
“Mas, no início do quadro, elas podem se apresentar de forma semelhante à caspa. Um outro diferencial é que, na psoríase, as placas não respeitam a delimitação dos cabelos, podendo atingir a pele, especialmente na nuca. Essas placas costumam coçar bastante, a ponto de apresentar um leve sangramento que gera dor, queimação e ardência”, explica o Dr. Danilo.
Psoríase e queda capilar
A doença pode se relacionar com a queda capilar, como explica o médico: “Pacientes com psoríase no couro cabeludo podem experimentar uma queda de cabelo temporária; há registros de casos mais graves, no entanto, que essa perda do cabelo pode ser até permanente, por isso é importante não cutucar a cabeça e nem tentar remover manchas escamosas, pois isso pode acabar quebrando o cabelo e dificultando o crescimento”, finaliza o médico.
Tratamento para psoríase capilar
Em primeiro lugar, é preciso descobrir o tipo de psoríase e o estágio de inflamação. Mas normalmente o tratamento consiste em duas etapas: ação contra as lesões e manutenção da pele após o controle da psoríase.
Assim, uma das principais formas de tratar a psoríase capilar é optando por shampoos recomendados por dermatologistas. Nesse tipo de composição – específica para tratar a doença –, são usados compostos para aliviar a coceira e diminuir as lesões, como medicações com corticóides, anti-inflamatórios, vitamina D e ácido salicílico.
Já em casos mais graves, a medicação oral ou injetável pode ser indicada para alívio da dor ou incômodo. Assim, a prescrição dos medicamentos dependerá do tipo e estágio da lesão.