Entenda como a poluição afeta o microbioma da pele e saiba como restaurá-lo
A nossa pele é habitada por milhares de bactérias, fungos e vírus. Mas calma, além de serem invisíveis à olho nu, esses micro-organismos não fazem mal. Muito pelo contrário, o chamado microbioma é responsável por proteger o nosso organismo de doenças e evitar problemas como ressecamento e hipersensibilidade na pele. Porém, a poluição afeta o microbioma de forma negativa e pode prejudicar essa barreira natural da pele. Confira a seguir quais são os efeitos da poluição na pele e como evitá-los.
Leia também: Por que o microbioma é importante para a saúde?
Função do microbioma
As bactérias, fungos e vírus que habitam na nossa pele formam um verdadeiro ecossistema cutâneo. Assim, de acordo com a Dra. Seomara Catalano, médica dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD, esses pequenos organismos vivem em harmonia conosco e desenvolvem uma espécie de barreira de proteção, mantendo o pH da pele em equilíbrio e prevenindo o surgimento de germes patogênicos causadores de infecção.
Além disso, a médica reforça que o microbioma tem uma grande influência na saúde e no desenvolvimento humano. As variações potenciais na composição e na função do microbioma no início da vida resultam do estilo de vida, tipo de parto, amamentação, hábitos dietéticos e uso de antibióticos.
Efeitos da poluição no microbioma
De acordo com a Dra. Seomara Catalano, muitos fatores podem afetar o microbioma. Alguns deles são: “a poluição ambiental com altas concentrações de substâncias tóxicas na atmosfera, má alimentação, maus hábitos de higiene, estresse emocional, tabagismo, uso de cosméticos, sabonetes e produtos que removem o manto hidrolipídico, assim como essas bactérias boas ou causam algum tipo de reação alérgica.
Nesse sentido, os principais elementos da poluição que podem afetar a pele são: material particulado (resíduos tóxicos e poluentes), ozônio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, chumbo e os óxidos de nitrogênio.
Em seguida, a dermatologista complementa: “quando a microbiota é afetada, as bactérias e fungos “ruins” podem se instalar e causar infecções, por exemplo”.
Na maioria das vezes, a pele dá indícios de que não está bem. Dessa forma, ela fica mais sensível, ressecada, irritada e suscetível a processos inflamatórios e crises de psoríase, dermatite atópica e acne, por exemplo.
Como tratar os efeitos da poluição no microbioma?
De acordo com a médica dermatologista, a forma como a poluição afeta o microbioma pode ser evitada ou pelo menos minimizada com algumas mudanças no estilo de vida e nos hábitos alimentares. São mudanças que exigem um pouco de disciplina, mas trazem inúmeras recompensas. Confira algumas dicas à seguir:
- Prefira banhos mais mornos e rápidos, usando sabonetes que mantenham a hidratação e o pH da pele;
- Tome apenas 1 banho com sabonete ao dia e sem bucha. Porém, se houver um segundo banho, use sabonete apenas onde for realmente necessário;
- Mantenha o hábito de hidratar a pele sempre. Dessa forma, a pele se torna o habitat favorável a microrganismos bons e você recupera a barreira cutânea.
- Evite cosméticos agressivos para a pele, como aqueles com álcool ou com grande poder bactericida;
- A prática de atividades físicas e o acompanhamento psicológico são muito úteis para o controle do estresse.
Por fim, de acordo com a médica, embora os poluentes possam ter efeitos ruins, o excesso de “limpeza” e a falta de contato com alimentos e outros alérgenos do dia a dia pode nos deixar propensos a problemas com o microbioma na fase adulta. Portanto, ela reforça que aquela ideia de que os germes precisam ser combatidos para que o mundo seja cada vez mais higiênico é ultrapassada e deve ser substituída pela visão de cuidado com o nosso ecossistema interno.
Fontes: Dra. Seomara Catalano, médica dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD.