Polipílula: novidade pode auxiliar a prevenir doenças cardiovasculares

Saúde
29 de Agosto, 2022
Polipílula: novidade pode auxiliar a prevenir doenças cardiovasculares

Três medicamentos em um único comprimido. Como benefício, a capacidade de proteger ou reduzir as chances de problemas cardiovasculares e melhorar a continuidade no tratamento conta uma doença existente. Esta é a proposta da polipílula, objeto de um estudo publicado no The New England Journal of Medicine. Ela combina dois ou três tipos de medicamentos — ramipril, atorvastatina e aspirina. Respectivamente, os fármacos servem para reduzir a pressão arterial, o colesterol e evitar a formação de coágulos de sangue.

Veja também: Doenças cardiovasculares na mulher: como prevenir?

Benefícios da polipílula, segundo o estudo

A pesquisa reuniu 2499 pacientes com algum tipo de problema cardíaco. A princípio, eles tinham algumas características em comum:

  • Todos sofreram um ataque cardíaco seis meses antes do estudo.
  • A maioria possuía alguma enfermidade ou vício: diabetes, pressão alta e tabagismo figuravam entre boa parte dos voluntários.
  • Todos tinham 65 anos ou mais.
  • Maior parcela era composta por homens.

Essas pessoas receberam um acompanhamento por 36 meses e se dividiram em dois grupos. O primeiro recebeu a polipílula, e o segundo não tomou o medicamento, mas seguiu o tratamento convencional. Para o grupo que tomava a polipílula, os cientistas variavam a administração das substâncias. Todas as doses continham 100 mg de aspirina, mas variavam a quantidade de ramipril e atorvastatina. Esse protocolo era aplicado de acordo com cada indivíduo e seu histórico de saúde.

Após seis meses, mais de 70% das pessoas que tomaram a polipílula apresentaram maior disciplina no tratamento, contra pouco mais de 62% do grupo que estava tomando diversos medicamentos. Além disso, essa aderência melhorou depois de dois anos — quase 90% continuou tomando a polipílula. Por sua vez, o segundo grupo praticamente estacionou nesse sentido — 63,2%.

Ou seja, tomar três medicamentos em um facilitou o dia a dia dessas pessoas, evitando que elas se esquecessem ou pulassem o horário do tratamento. Como resultado, a incidência de um novo ataque, isquemia foi menor em relação ao segundo time: 9,5% contra 12,7%. Contudo, o índice de mortalidade não foi conclusivo, pois alguns pacientes morreram por causas variadas.

Polipílula não tem aprovação nem está à venda

Apesar dos resultados promissores, a polipílula para tratar doenças cardiovasculares foi apenas um material de pesquisa. No entanto, o grupo de pesquisadores da Europa espera obter a aprovação da Food and Drug Administration (FDA), a “Anvisa americana”. Com o aval, a polipílula pode tornar o tratamento mais acessível e baratear a produção, pois não há necessidade de fazer três medicamentos diferentes.

Quem tem mais risco de sofrer problemas cardiovasculares?

A partir dos 40 anos, doenças cardiovasculares são algumas das principais causas de morte em homens, assim como câncer e diabetes. Dados do Ministério da Saúde comprovam o que o cotidiano já revela: homens cuidam menos da saúde do que mulheres. A expectativa de vida deles também se encontra mais de 7 anos abaixo da média delas.

Entre tantas condições que demandam atenção do público masculino, estão os problemas de coração, que são as principais causas de morte no mundo. Assim, os homens são três vezes mais propensos a esse tipo de complicação, que é a principal causa de morte no gênero masculino no Brasil.

Situações que favorecem o problema

  • Tabagismo e alcoolismo.
  • Estresse e sedentarismo.
  • Predisposição genética.
  • Alimentação inadequada e rica em ultraprocessados.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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