Pneumonia: Coldplay cancela shows por condição delicada de vocalista

Saúde
04 de Outubro, 2022
Pneumonia: Coldplay cancela shows por condição delicada de vocalista

Nesta terça (4), os fãs brasileiros da banda Coldplay receberam a triste notícia do cancelamento da turnê no país. O motivo é que Chris Martin, vocalista da banda, está com uma infecção pulmonar “séria”, que exigirá três semanas de repouso. A infecção pulmonar, a qual conhecemos como pneumonia, ocorre nos pulmões por meio de bactérias, vírus ou fungos. Esses germes entram em contato conosco diariamente, e é fundamental estar com a imunidade fortalecida para evitar a doença.

A pneumonia pode acontecer em qualquer idade, mas predomina entre homens e fumantes. Além disso, idosos, crianças pequenas, portadores de condições crônicas como diabetes, insuficiência renal, doenças oncológicas, entre outras, também estão entre os mais afetados.

Veja também: Campanha de vacinação contra gripe e sarampo ganha novo prazo

Causas e tipos de pneumonia

A princípio, os agentes infecciosos podem ser transmitidos por gotas de saliva, como nas pneumonias virais, mas a maioria dos casos ocorre por outros mecanismos. As vias respiratórias e os pulmões estão constantemente expostos à microorganismos do ambiente. O nariz e a orofaringe em particular são colonizadas pela assim chamada flora normal. A microaspiração desses agentes infecciosos para o pulmão ocorre regularmente, mas eles são combatidos pelos mecanismos de defesa. A pneumonia, portanto, se desenvolve quando  a imunidade do indivíduo está comprometida, ou ocorre aspiração de uma grande quantidade de microrganismos ou há a presença de um agente mais infectante.

Já os tipos estão relacionados às causas da pneumonia. Veja os principais:

Bacteriana

Como o próprio nome sugere, ocorre pela proliferação de bactérias. Quando o sistema imunológico enfraquece, os micro-organismos atacam os pulmões. Os mais comuns são o pneumococo ou Streptococcus pneumoniae. Entretanto, existem outras bactérias agressivas que podem desencadear o quadro. Outra forma de desenvolver a pneumonia bacteriana é por meio de aparelhos respiratórios infectados em um ambiente hospitalar. Chamada nosocomial, essa variação da enfermidade atinge pessoas intubadas ou em tratamento intensivo (UTI).

Viral

Causada pelos mesmos vírus de gripes e resfriados, como o Influenza tipo A, B ou C, H1N1, H5N1 e o COVID-19.

Fúngica

É mais frequente em pessoas com imunossupressão ou com doenças crônicas, como pacientes oncológicos ou que têm o vírus do HIV. 

Aspirativa

Ocorre pela inalação de substância ou produtos tóxicos ou irritantes. O mais comum é o ácido clorídrico, presente no suco gástrico, mas laxantes a base de óleo mineral e a aspiração de gasolina e querosene também podem provocar pneumonite química.

Também pode ocorrer aspiração de grandes quantidades de microorganismos em indivíduos com doenças neurológicas e alteração da consciência ou dificuldade para deglutir adequadamente.

Fatores de risco

  • Tabagismo: a prática prejudica muito o organismo, pois gera reações inflamatórias nas mucosas, que ficam mais vulneráveis a micro-organismos.
  • Consumo excessivo de álcool: provoca alterações relevantes no sistema imunológico e metabolismo.
  • Idosos: o risco de pneumonia aumenta em indivíduos acima de 65 anos
  • Doenças crônicas, principalmente doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, insuficiência cardíaca, diabetes, AVC, demência,  desnutrição, etc.

Sintomas da pneumonia

Os sintomas variam de pessoa pra pessoa, mas geralmente observa-se:

  • Tosse, geralmente com secreção.
  • Falta de ar e dificuldade para respirar.
  • Dor torácica.
  • Febre ou calafrios, mialgia, suores e dor de cabeça.
  • Confusão mental, vômitos, diarreia e e falta de apetite.

Como diagnosticar?

Muitas vezes, o diagnóstico da pneumonia exige uma combinação de fatores clínicos, exames laboratoriais e radiológicos. A presença de alguns dos sintomas mencionados, além de alterações no exame físico, ruídos pulmonares na ausculta, entre outros, levam ao diagnóstico da doença. A radiografia de tórax é o principal exame que auxilia no diagnóstico de pneumonia. Eventualmente, a tomografia de tórax pode ser um complemento importante.

Por sua vez, os agentes causadores de doença podem ser identificados por meio da cultura do escarro ou do sangue.

Como tratar?

O tratamento depende da identificação do tipo de pneumonia. Logo, se for uma pneumonia bacteriana, há várias escolhas de antibióticos. A escolha do mais adequado leva em conta o quadro clínico, os achados laboratoriais e radiológicos, além dos protocolos hospitalares e as diretrizes das sociedades de especialidades. 

Na maioria dos casos, emprega-se antibióticos por via oral, sendo que pacientes internados recebem antibioticoterapia intravenosa. O emprego de oxigênio, drogas vasoativas, intubação e ventilação mecânica são indicados para casos graves.

É possível prevenir a pneumonia?

Não existe um modo isolado de se evitar a pneumonia. Nesse sentido, um conjunto de medidas saudáveis para a vida, como alimentação balanceada, prática de atividades físicas e consumo moderado de álcool, por exemplo, pode ajudar a preveni-la. Quem tem o hábito de fumar são candidatos a ter pneumonia com mais frequência. Portanto, vale o reforço: evite a prática.

Por fim, existem vacinas eficazes na prevenção da pneumonia. A vacinação contra a gripe é importante não só para prevenir a influenza, mas também para mitigar suas complicações, incluindo pneumonia, assim como a vacina contra o COVID-19 e a vacina contra pneumococo para as crianças, idosos e pessoas com comorbidades.. 

Perguntas frequentes

A doença é contagiosa?

Sim, porém o nível de transmissão depende do tipo de pneumonia. As do tipo viral são mais contagiosas, enquanto as bacterianas e fúngicas são menos. Dessa forma, a bactéria precisa ser muito resistente e “encontrar” um organismo fragilizado para se disseminar.

Afinal, o que acontece se não tratarmos a pneumonia?

Pouco ou nenhum cuidado debilita o indivíduo e pode afetar o outro pulmão, provocar necrose no órgão e sequelas na capacidade respiratória. Além disso, quadros severos são potencialmente mortais, principalmente se o indivíduo for idoso, imunossuprimido ou apresentar fatores de risco variados.

Pneumonia e gripe: qual a diferença?

Enquanto a gripe é causada exclusivamente por vírus e desaparece após alguns dias, a pneumonia tem origens variadas e exige mais cautela em relação ao tratamento. Mas vale ressaltar que uma gripe sem o devido tratamento pode evoluir para uma pneumonia. Dessa forma, ambas necessitam de atenção.

Existe vacina da pneumonia?

Nem todo mundo sabe, mas existe um imunizante que pode prevenir a infecção pelos pneumococos. Como falamos anteriormente, essa bactéria é uma das responsáveis pelo quadro de pneumonia, mas é agente infecciosa para sinusite, meningite e otite (dor de ouvido). Então, além da vacina proteger o organismo contra esse tipo de pneumonia bacteriana, é capaz de evitar essas condições.

Para se ter uma ideia, há mais de noventa tipos diferentes de pneumococos. As vacinas combatem aqueles com mais probabilidade de causar doenças graves. Há três tipos de imunizantes disponíveis no Sistema Único de Saúde e em consultórios particulares:

  • Conjugada 10-valente (PCV10): protege contra 10 sorotipos de pneumococos.
  • Conjugada 13-valente (PCV13): protege contra 13 tipos de pneumococos.
  • Polissacarídica (PPSV23): protege contra 23 tipos de pneumococos.

Geralmente recomenda-se a vacina para crianças, idosos acima dos 65 anos, pessoas com comorbidades e/ou imunodeprimidas. De qualquer forma, é aconselhável procurar a orientação de um médico.

Vacina da gripe pode prevenir a pneumonia?

Sim. Afinal, uma gripe com sintomas acentuados pode evoluir para uma pneumonia. Portanto, a vacina da gripe pode prevenir que isso ocorra. O imunizante está disponível nas redes pública e privada. Inclusive, algumas cidades de São Paulo liberaram a vacinação da gripe para todas as pessoas a partir de 6 meses vida. Basta comparecer a uma unidade de saúde com a carteira de vacinação e um documento com foto.

Especialidades envolvidas no diagnóstico e tratamento da pneumonia

Por fim, clínicos gerais e pneumologistas são dois profissionais aptos para descobrir, recomendar e acompanhar os cuidados do paciente.

Fonte: Paulo Salles, pneumologista do Hospital Albert Sabin de SP (HAS).

Referências:

Manual MSD

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Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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