Plástica no calor: cuidados no pós-operatório
De uns anos para cá, as pessoas estão optando cada vez mais por procedimentos cirúrgicos estéticos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a incidência é maior no frio (cerca de 60%). No entanto, a busca por plástica no calor também é grande (cerca de 40%).
“Na realidade, não há momento certo para quem está incomodado com algo no corpo e quer melhorar a aparência o quanto antes”, afirma Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Entretanto, fazer cirurgia plástica no calor demanda mais cuidados no pós-operatório para não prejudicar os resultados. Abaixo, Luís explica as razões para esses cuidados, quais são e como evitar os incômodos do pós-operatório no calor:
Cirurgia plástica no calor: inchaço
O calor aumenta o inchaço na região operada, fator relacionado à vasodilatação. Especialmente para quem tem propensão à retenção de líquidos ou realiza uma cirurgia plástica de maior porte. Assim, para evitar a hipotensão durante o pós-operatório, o indicado é beber mais de 3 litros de água.
Além disso, evite a ingestão de bebidas alcoólicas pois elas são diuréticas e favorecem a perda de líquidos, além de interferirem nas medicações e no funcionamento regular do organismo.
Cirurgia plástica no calor: exposição solar
Os raios ultravioletas prejudicam o processo de cicatrização, causando pigmentação nos tecidos regenerados, a chamada cicatriz hipercrômica, deixando-a escurecida e bem mais visível. Portanto, evite a exposição solar por, pelo menos, dois meses pós-cirurgia.
Dessa forma, o uso de filtro solar com FPS 60 em regiões operadas é altamente recomendável. O uso de bonés e chapéus no caso de cirurgias na face também é recomendado. “Neste quesito, vale o bom senso e a paciência, por mais que o sol seja irresistível nessa época”, diz Maatz.
Equimoses
Após a cirurgia, é comum o aparecimento de hematomas, as equimoses, e se as regiões submetidas à plástica forem expostas ao sol, estes hematomas podem se tornar manchas permanentes na pele. Sendo assim, o ideal, dependendo de cada caso, é não tomar sol por pelo menos dois meses após a cirurgia. Se a exposição solar for inevitável, abuse do filtro solar com FPS 60 nos hematomas.
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Drenagem linfática
O recurso fitoterápico, realizado normalmente pelo fisioterapeuta, estimula o sistema linfático, acelerando o processo de retirada dos líquidos acumulados e aumentando a circulação sanguínea. Assim, a drenagem linfática é indicada em cirurgias de abdômen, lipoaspiração, lipoescultura, cirurgia de mama e face. “Ela ajuda no reparo tecidual da região operada, minimizando hematomas e fibroses”, reforça Luís Maatz.
Ambiente confortável
Para evitar a transpiração, procure se manter em ambientes de temperatura regular. Janelas abertas com vento em circulação ou até ventilador/ar-condicionado tornam o espaço mais agradável. Além disso, aposte em umidificadores, caso o ambiente esteja seco.
Cintas e roupas
O uso da cinta elástica após a cirurgia é fundamental. Pois ela age comprimindo a região operada, diminuindo o inchaço e proporcionando uma recuperação mais rápida. “Aposte em coletes modernos, feitos de tecidos antitranspirantes. Também use roupas mais leves, que não sejam sintéticas e nem apertadas, para não prejudicar a circulação sanguínea”, finaliza Luís Maatz
Fonte: Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.