Pernas e pés inchados na gravidez: como evitar?
O corpo da mulher passa por inúmeras alterações durante a gestação. Essas mudanças podem afetar a saúde da futura mamãe. Entre os problemas mais comuns estão as pernas e pés inchados. Eles podem aumentar, sobretudo, na reta final da gravidez e nos dias marcados por altas temperaturas. Entenda, agora, as causas e como evitar o incômodo.
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Quais são as causas das pernas e pés inchados?
Tudo começa com aquela sensação de peso nas pernas. Logo aparece o inchaço, frequentemente associado ao aumento na quantidade de sangue e líquidos no organismo. Como consequência, afeta o sistema circulatório justamente em um período em que a gestante está mais predisposta à retenção de líquido.
“Com a proximidade do nascimento do bebê, o útero já está bem maior. Dessa forma, comprime ainda mais a veia cava inferior, que é a responsável por transportar o sangue do abdômen, da pelve e dos membros inferiores para o átrio direito do coração. Assim, a tendência é que o inchaço piore afetando pés e pernas”, explicou o Dr. Márcio Steinbruch, cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.
Além disso, o especialista também ressalta que as altas temperaturas podem afetar o funcionamento dos vasos linfáticos, que são responsáveis pela drenagem do excesso de líquido nos tecidos.
“Desde que o inchaço seja somente nos membros inferiores e que atinja da mesma forma os dois pés e as duas pernas, a gestante não precisa se preocupar. Agora, se apenas um dos membros aumenta de tamanho ou se após uma noite de descanso os membros não desincham é indicado procurar um especialista, pois pode ser um sinal de trombose ou hipertensão”, alertou o cirurgião vascular.
Como evitar o inchaço?
De acordo com o especialista, não é possível evitar o inchaço durante a gestação, mas a boa notícia é que pequenas mudanças de hábitos, especialmente durante o verão, podem ajudar a amenizar a condição. Confira abaixo as dicas do Dr. Márcio Steinbruch.
- Primeiramente, aumente o consumo de líquidos: isso porque a hidratação, com água, água de coco e sucos naturais, é fundamental para desintoxicar e eliminar as toxinas, além de estimular a troca de líquidos no corpo;
- Pratique atividades físicas: reserve alguns minutos diários para fazer exercícios, como caminhadas. Dessa forma, fortalece a musculatura da panturrilha, melhorando de maneira considerável a circulação sanguínea pelo corpo. A hidroginástica também é uma boa opção. Porém, antes de iniciar qualquer atividade, consulte o seu obstetra.
- Mantenha uma alimentação balanceada: opte, então, por refeições equilibradas, com alimentos leves e ingestão de mais frutas e legumes, pode ajudar na eliminação de líquidos. Há opções diuréticas que também podem ser aliadas, como: kiwi, alface, melancia, melão, capim-cidreira, água de coco e pera;
- Faça massagem ou drenagem linfática: elas contribuem com o retorno venoso e, assim, diminuir o inchaço;
- Evite passar longos períodos na mesma posição: se você trabalha em pé ou sentado, intercale momentos a cada uma hora para dar alguns passos.
- Use roupas e sapatos confortáveis: evite peças e sapatos apertados e que limitem os movimentos. Faça a opção por tecidos leves, sem elásticos e soltinhos. Já os melhores sapatos são as rasteirinhas e chinelos. Salto alto deve ser evitado.
Por fim, o especialista também indica que é preciso ficar atento após o parto e, se o inchaço persistir depois de 30 dias, é fundamental procurar um especialista para investigar as causas desses desconfortos.
Fonte: Dr. Márcio Steinbruch, médico com especialização em cirurgia vascular pelo Hospital das Clínicas da FMUSP.