Perfume nas partes íntimas: especialista alerta se há riscos
A cantora e empresária Anitta anunciou nesta quinta-feira (28) que vai lançar um perfume para as partes íntimas. Os fãs e seguidores da celebridade ficaram animadas com a notícia. Segundo o perfil oficial do cosmético, o produto foi dermatologicamente e ginecologicamente testado e é hipoalergênico. Mas, se tratando de uma região tão sensível do corpo, é importante ficar atento aos possíveis riscos. Por isso, a ginecologista Roseli Boraschi aponta quais são os cuidados necessários e os erros mais comuns ao cuidar da vulva.
De acordo com a profissional, o uso de cosméticos para alterar o odor das partes íntimas pode ocasionar diversos problemas. “Os riscos podem ser variados, como alteração do pH da região, causando leucorreias, como candidíase e vaginose bacteriana, e alergias com prurido vulvovaginal”.
Perfume nas partes íntimas e pH vaginal
O pH vaginal é considerado ácido, uma vez que as medições consideradas saudáveis variam de 3,8 e 4,5. Entretanto, alguns fatores (como o uso de cosméticos) podem desregular esse pH, fazendo com que bactérias desnecessárias se proliferem, causando, assim, o surgimento de infecções, como a candidíase.
Além disso, vale entender que a vagina possui um odor característico e natural entre todas as mulheres – apesar de apresentar intensidades e características diferentes. É preciso se preocupar somente quando o odor se distancia muito do habitual e vem acompanhado de outros sintomas incomuns.
Cuidados
Optar pelo simples pode ser mais benéfico para a saúde da região íntima. Antes de mais nada, Roseli indica lavar a região com sabonete neutro uma vez ao dia. Além disso, caso haja necessidade de outros banhos ao longo do dia, não é preciso fazer o uso do sabonete na região novamente.
Escolher calcinhas de algodão para usar no dia a dia também é um cuidado importante. A médica também aponta alguns cuidados no período menstrual: “Evitar o uso de protetor diário recorrente e preferir uso do coletor, disco ou calcinha absorvente”.
Além disso, ela ainda indica a hidratação da região com óleo de coco ou óleo de girassol. Por fim, o uso do sabonete íntimo só é indicado quando o produto é compatível com o pH da região. Entretanto, ele não precisa fazer parte da lista de cuidados. Afinal, o uso do sabonete neutro já oferece a limpeza necessária.
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Erros mais comuns
Na busca por uma região mais limpa e com um odor mais agradável, algumas mulheres acabam por adotar práticas equivocadas. Roseli exemplifica algumas:
- Uso de calcinhas não adequadas;
- Uso de sabonetes perfumados;
- Protetor diário de forma recorrente;
- Limpar a vulva de traz para frente;
- Fazer ducha vaginal.
Fonte: Roseli Boraschi, médica ginecologista