Perda muscular compromete a recuperação do paciente  

Bem-estar Movimento Saúde
17 de Abril, 2024
Perda muscular compromete a recuperação do paciente  

Longe de ser uma questão apenas estética, a musculatura é essencial para quem está em tratamento de qualquer doença. A falta desse tecido aumenta o risco de complicações e está associada a pior prognóstico. Por isso é fundamental construir uma boa reserva ao longo da vida. Além de tratar os casos de sarcopenia – a perda da massa muscular e da força –, alertam os especialistas.  Saiba mais a seguir!

“Os músculos são protetores da saúde e têm relação com a imunidade”

Eles têm sido identificados como um tecido-chave para o metabolismo porque conversam com todos os órgãos do corpo, como explica o médico nutrólogo Diogo Toledo, do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, pesquisas mostram que a perda de 10% leva à baixa imunidade e às infecções. Se chegar a 30%, há 50% mais risco de pneumonia e dificuldade de cicatrização. Uma queda de 40% dobra o risco de morte. 

Veja também: Chás pré e pós-treino: veja as melhores opções

Um estudo feito com pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), liderado por Toledo, comprovou que aqueles que perdiam mais musculatura tinham piores desfechos, com mais tempo de uso de ventilador, maior período de internação e maior taxa de mortalidade.

O tratamento do câncer também é afetado pela sarcopenia. “Pacientes que têm mais músculos apresentam menos efeitos colaterais, como diarreia, vômito e fadiga, e melhor adesão ao tratamento”, diz o especialista. Porém, já nos casos cirúrgicos, quem tem pouca musculatura sofre maior risco de complicações pós-operatórias, necessidade de UTI e de home care. 

“Recomenda-se que todos os pacientes, inclusive os oncológicos, façam tratamento para recuperar a massa magra com atividade física e suplementação”, diz o médico nutrólogo. Claro, sempre sob a orientação médica. “Isso reforça a importância do tratamento interdisciplinar, incluindo profissionais de educação física, fisioterapia e nutrição, entre outros.” 

Perda muscular: Sarcopenia em idosos 

Mesmo em idosos saudáveis, a falta de tecido muscular está associada à maior mortalidade por todas as causas. Dessa forma, a sarcopenia – e a sarcopenia associada à obesidade – aumenta em cerca de 30% o risco de morte em um período de dez anos, mostra um estudo que acaba de ser publicado no Jama, o periódico da Associação Médica Americana, que acompanhou quase 6 mil pessoas. 

Assim, os músculos representam entre 30 e 40% do nosso corpo. Além disso, essa composição está envolvida em todos os movimentos, incluindo a mastigação, a deglutição e a respiração, além da postura corporal. Depois de atingir o ápice, por volta dos 25 anos, ocorre uma perda natural, que se acentua após os 40, devido ao envelhecimento. Além disso, obesidade, sedentarismo e doenças como o câncer, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Alzheimer, diabetes e doença renal crônica, entre outras, também provocam a perda muscular. 

Reserva muscular

“Por isso é essencial fazer uma boa reserva ao longo da vida, principalmente antes dos 40 anos, já que depois é mais difícil”, orienta Toledo. Portanto, exames como a composição corporal e a medida da panturrilha, além de questionários específicos, com dados sobre a dificuldade de se locomover ou se levantar de uma cadeira, por exemplo, ajudam a avaliar a quantidade de músculos no organismo e diagnosticar a sarcopenia.  

Dessa forma, o tratamento é baseado em alimentação adequada, incluindo suplementação proteica, atividade física, com exercícios de força e resistência, além dos aeróbicos, e uma boa higiene do sono, pois os hormônios envolvidos na reparação dos tecidos são liberados enquanto dormimos. Assim, no caso dos idosos, a recomendação também inclui exercícios de equilíbrio e funcionais, que simulam atividades da vida diária, como sentar-se e levantar-se. 

“Esses são hábitos que devem ser adotados na rotina diária em todas as fases da vida, sem se focar em resultados imediatos e não sustentáveis”, afirma o especialista.  

Fonte: Agência Einstein.  

Leia também:

Doença renal
Saúde

Doença renal crônica deve se tornar a quinta causa de morte no mundo

Especialistas alertam que epidemia silenciosa exige prevenção e diagnóstico precoce

mulher fazendo um exercício para os glúteos na polia da academia
Bem-estar Movimento

Exercícios para os glúteos na polia dão resultado? Veja exemplos

Os exercícios para os glúteos na polia vão deixar o seu treino mais completo. Confira exemplos e cuidados na hora de realizar

médico escutando batimentos cardíacos de um paciente com um estetoscópio
Saúde

Biomarcadores no sangue ajudam a identificar risco de AVC em pessoas com fibrilação atrial

Pesquisa dos Estados Unidos mostra que quatro biomarcadores presentes no sangue refletem maior sobrecarga cardíaca, inflamação e coagulação