Paracoccidioidomicose: o que é, sintomas, transmissão e tratamento
Existem diversas variações e tipos de micose, sendo a paracoccidioidomicose uma delas. Você sabe o que é a doença? De acordo com biomédica Alessandra Roggerio, professora do curso de Biomedicina da Estácio, se trata de uma micose sistêmica, restrita à América Latina.
“Segundo informações do Ministério da Saúde, está entre as 10 causas de morte por doenças infecciosas e parasitárias crônicas e recorrentes no Brasil. É considerada a principal micose sistêmica no país e é encontrada em maior frequência nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste. A paracoccidioidomicose tem caráter endêmico entre as populações da zona rural, acometendo geralmente os indivíduos do sexo masculino, na faixa etária produtiva da vida (30-60 anos)”, explica a biomédica.
Como contrair a paracoccidioidomicose?
A doença é contraída através da inalação do fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis, como explica a especialista. Ele é presente no solo e se desenvolve em espaços argilosos e arenosos, ricos em matéria orgânica e com taxa de umidade elevada.
Assim, a maioria das pessoas afetadas pratica ou já praticou atividades relacionadas com manejo de solo contaminado. Então, isso pode acontecer nas duas primeiras décadas da vida, épocas prováveis para a contaminação, conforme conta a biomédica.
O que a paracoccidioidomicose causa na saúde?
O fungo merece muita atenção. A infecção é sistêmica, portanto, acaba afetando diversos locais do corpo, por exemplo, os pulmões, boca, garganta, pele e gânglios linfáticos. No entanto, em situações mais severas, a bactéria também atinge o cérebro, intestinos, ossos ou rins.
“A porta de entrada do fungo é através das vias respiratórias. Mas, após a inalação do fungo, ele chega às vias aéreas inferiores, com possível disseminação por via linfática e hematogênica para outros órgãos”, de acordo com Roggerio.
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Sintomas
- Lesões na pele;
- Febre;
- Vômito.
“A paracoccidiodomicose se apresenta como uma doença predominantemente crônica granulomatosa, sendo esta a lesão resultante da reação de hipersensibilidade tardia contra antígenos do fungo o que impede a disseminação deste pelo organismo promovendo sua contenção por um período”, diz a especialista.
A professora explica que o fungo permanece nesses locais, em meio a lesões fibróticas, em estado latente, porém viável. Assim, a infecção pode alcançar formas mais severas, se tornando crônica, aguda ou subaguda, por exemplo.
Dessa forma, a fase aguda ou subaguda atinge pessoas com menos de 30 anos e é perceptível por adenomegalia de linfonodos superficiais, comprometimento abdominal ou do aparelho digestivo e comprometimento ósseo.
“As formas clínicas mais importantes são a forma regressiva, que se caracteriza por doença benigna com manifestações clínicas discretas, em geral pulmonares, com quadro de regressão espontânea, independente de tratamento; e a forma progressiva crônica, no qual ocorre comprometimento de um ou mais órgãos, podendo evoluir para óbito, caso não seja instituído tratamento”, diz Roggerio.
Tratamento
O tratamento é de longa duração. Portanto, é realizado com administração de antifúngicos como cetoconazol, fluconazol, itraconazol, voriconazol e anfotericina B. “Assim, o acompanhamento dos pacientes deve ser feito até atingir os critérios de cura”, pontua Roggerio.
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Paracoccidioidomicose pode matar?
Por fim, a biomédica explica que a falta de tratamento adequado pode conduzir o quadro ao óbito. “A infecção por Paracoccidioides brasiliensis é a oitava causa mais comum de morte entre as doenças infecto-parasitárias crônicas recorrentes no Brasil”, em conclusão.
Fonte: Alessandra Roggerio, professora do curso de Biomedicina da Estácio.
Referência: Ministério da Saúde.