Paracetamol, em excesso, pode causar falência no fígado
O paracetamol é um dos remédios mais consumidos em diversos países. Aqui no Brasil, ele pode ser encontrado em farmácias e não necessita de receita médica para sua comercialização. Por isso, muita gente o utiliza indiscriminadamente para tratar dores e febre. Mas será que existem riscos? Saiba mais sobre o assunto:
O que é o paracetamol?
Trata-se de um medicamento com ação analgésica (ou seja, atua no alívio da dor) e antipirética (ajuda a controlar a febre). Foi introduzido pela primeira vez em 1955 nos Estados Unidos, e por não exigir receita médica e ser considerado seguro, logo tornou-se extremamente popular. Aqui no Brasil, ele chegou em meados dos anos 1970.
Para que ele serve?
O paracetamol está presente em diversos remédios. Ele é indicado para adultos e crianças (dependendo da dosagem, é claro) para a redução da febre e o alívio temporário de dores leves a moderadas, por exemplo:
- Dores associadas a resfriados comuns;
- Dor de cabeça;
- Dor no corpo;
- Dor de dente;
- Dor nas costas;
- Dores musculares;
- Dores leves associadas a artrites;
- Cólicas menstruais.
Seu efeito começa entre 15 e 30 minutos depois da ingestão, e pode durar até seis horas.
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Riscos do uso excessivo de paracetamol
Quando consumido dentro das doses recomendadas, o medicamento no geral é bastante seguro. Contudo, ultrapassar a quantidade máxima pode gerar intoxicação, provocando danos no fígado – o excesso de paracetamol, aliás, é a principal causa de falência aguda no órgão em países como EUA e Reino Unido.
Isso acontece porque o fígado é o principal responsável por metabolizar o fármaco. Desse processo, 5% do medicamento se transforma em quinoneimina, uma substância tóxica para o corpo.
Em pequenas quantidades, o organismo neutraliza naturalmente o perigo. Contudo, quando há um exagero dessa substância, pode ocorrer a falência hepática aguda – que pode exigir internação, transplante e até levar à morte. Os riscos são maiores para aqueles que bebem álcool em excesso.
Por isso, é muito importante respeitar as recomendações do seu médico quando for consumir qualquer tipo de remédio (mesmo que ele não exija receita), pois vale lembrar que muitos deles levam o paracetamol em suas composições.
“Existem mais de 100 produtos que contêm paracetamol, um analgésico sem prescrição médica comum que também pode ser encontrado em vários medicamentos com prescrição médica de combinação”, reforça o Manual MSD.
Qual é a quantidade recomendada?
No Brasil, a recomendação máxima para adultos é de 4000mg por dia – entre quatro e oito comprimidos, a depender da dosagem, já que as concentrações variam. Além disso, deve-se respeitar o intervalo de seis horas entre uma dose e outra.
O paracetamol também é contraindicado para pessoas que têm alergia ao remédio e pacientes com alguma doença hepática de origem alcoólica. Na dúvida, consulte seu médico.
Referências: Manual MSD e Toxen (Centro de Atendimento Toxicológico).