Ozempic falsificado: riscos para a saúde e lotes proibidos

Saúde
07 de Fevereiro, 2024
Ozempic falsificado: riscos para a saúde e lotes proibidos

Um dos medicamentos mais populares no tratamento do diabetes tipo 2 é o Ozempic, nome genérico do medicamento semaglutida. Ele pertence a uma classe de remédios que trabalham imitando a ação de um hormônio chamado peptídeo-1, que ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue. Por essa razão, muitas pessoas – mesmo sem diabetes – passaram a utilizar o medicamento para perder peso, já que este é um dos efeitos colaterais. No entanto, o que não faltam são notificações sobre Ozempic falsificado.

Recentemente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um alerta sobre o aumento da falsificação dos remédios Ozempic e Wegovy, fabricados pela Novo Nordisk. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já reconheceu três lotes falsificados.

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Ozempic falsificado: veja lotes

A notificação do primeiro lote de Ozempic falsificado ocorreu em junho de 2023 e o mais recente no último dia 10 de janeiro. São eles:

  • LP6F832
  • MP5C960
  • MP5A064

Os dois últimos possuem embalagem em espanhol e concentração de 1 mg, diferente da que consta no medicamento original.

Riscos de utilizar medicamentos falsos

Ainda de acordo com a OMS, a alta de remédios falsificados é consequência da escassez global dos produtos injetáveis para tratar o diabetes tipo 2 e, às vezes, aprovados para a perda de peso. “A escassez afeta negativamente o acesso a produtos médicos e cria um vácuo que muitas vezes é preenchido por versões falsificadas”, diz a nota.

Assim, a combinação de escassez do medicamento original e disponibilidade dos falsos pode gerar consequências desproporcionais para pacientes com diabetes tipo 2. Isso porque os falsificados não possuem eficácia e podem causar reações tóxicas. Na Áustria, por exemplo, diversas pessoas foram para o hospital após injetarem doses de medicamento enganoso.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) orienta os pacientes a não comprarem o medicamento em fontes como a internet, onde os preços costumam ser baixos, mas não há como saber se o produto é falso. O ideal, de acordo com a SBD, é adquirir apenas em farmácias, onde há a garantia da eficácia do medicamento e o cuidado no armazenamento que o produto exige. Em caso de dúvida, o paciente deve conversar com o médico.

O que diz a farmacêutica

Em nota, a Novo Nordisk esclarece que o Ozempic recebeu aprovação de autoridades sanitárias para tratamento de adultos com diabetes tipo 2 insuficientemente controlado, mas não para tratamento de obesidade. Quanto à falsificação, até o momento não surgiram novos lotes falsificados em 2024, somente os previamente reportados.

Assim, a recomendação é que pacientes sempre comprem seus medicamentos apenas em farmácias devidamente licenciadas e que cumpram com todos os requerimentos sanitários exigidos pela Anvisa. Além disso, na hora da compra:

  • Desconfie de sites e canais não licenciados pela Anvisa para comercialização de medicamentos e que usam os nomes das marcas e/ou adotam aplicativos de vendas e redes sociais para ofertar os produtos;
  • Embalagem do medicamento visivelmente alterada, em idioma estrangeiro, com aparência farmacêutica (apresentação) diferente da registrada e com informações incorretas sobre o produto. O Ozempic é vendido apenas em canetas pré-preenchidas injetáveis;
  • Preços muito abaixo dos aprovados pelo governo.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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