Ostomias: entenda o que são esses procedimentos

Saúde
28 de Junho, 2022
Ostomias: entenda o que são esses procedimentos

O corpo humano se comunica com o ambiente externo de diferentes formas. Alguns exemplos dessa comunicação são a urinação e defecação, que excretam impurezas e finalizam o processo de digestão. Portanto, quando alguma forma de obstrução ou trauma ocorre nos órgãos que participam desse trajeto, as ostomias entram como uma das formas de tratamento.

Agora, entenda o que são, seus diferentes tipos e um pouco sobre a adaptação das pessoas ostomizadas.

Mas afinal, o que são as ostomias?

As ostomias são procedimentos que criam uma abertura emergencial para algumas situações de obstrução, visando proporcionar diferentes resultados, a depender da região em que se encontra. Assim, essa abertura pode ser temporária ou permanente.

Em outras palavras, quando há um problema de fluxo, seja no aparelho intestinal ou respiratório, por exemplo, a ostomia é um procedimento recomendado.

Tipos de ostomia

O Dr. Carlos Machado, especialista em medicina preventiva, explica que o procedimento pode ser realizado em diferentes regiões e aparelhos do corpo humano. Em seguida, confira alguns tipos de ostomia:

  • Colostomia: ostomia realizada em pacientes que sofrem de doenças intestinais e que precisam da interrupção do fluxo das fezes. O procedimento é mais comum em situações de diverticulite e tumor intestinal.
  • Gastrostomia: acontece quando pacientes, normalmente em condições graves, não conseguem engolir os alimentos. Assim, a alimentação acontece através dessa abertura, fazendo com que o alimento vá diretamente para o estômago.
  • Ileostomia: abertura realizada no intestino delgado para a saída de solução entérica.
  • Nefrostomia: procedimento realizado quando há uma obstrução da drenagem dos rins, em situações agudas, impossibilitando o paciente de eliminar a urina. 
  • Traqueostomia: neste caso, a abertura é feita na traquéia e estabelece uma via respiratória para o paciente, sendo que uma das principais causas desse procedimento em adultos é a permanência prolongada em ventilação mecânica.

Assim, as ostomias urinárias podem ocorrer em decorrência de neoplasias, disfunções neurológicas, doenças obstrutivas do trato urinário e algumas anomalias congênitas. Enquanto isso, as ostomias intestinais (colostomia e ileostomia) contemplam doenças como câncer colorretal, doença diverticular dos colos, doença inflamatória intestinal, incontinência anal, polipose, trauma abdominal com perfuração intestinal, e outras, de acordo com o Guia de Atenção à Saúde da Pessoa com Estomia, material produzido pelo Ministério da Saúde. 

Ostomias: Bolsas coletoras 

Em alguns casos de ostomia, como naquelas realizadas no sistema digestivo e urinário, o paciente pode necessitar permanecer com a abertura e, assim, utilizar uma bolsa para a eliminação das fezes e urina temporariamente ou definitivamente. Diversas marcas produzem o produto e ele também é distribuído pelo Sistema Único de Saúde no Brasil.

Essa bolsa coletora é produzida especialmente para essa função e exige cuidados diários do paciente. Um dos principais cuidados é esvaziar o conteúdo que a bolsa contém e a higienização da pele que está envolta do local. Assim, esse conteúdo deve ser despejado em um vaso sanitário quando houver necessidade e a bolsa deve ser trocada com regularidade. 

Vale lembrar que a orientação do seu médico de confiança é imprescindível para conviver com a bolsa de forma saudável e segura de acordo com as particularidades de cada caso. 

Adaptações para conviver com a bolsa coletora

A adaptação de um paciente ostomizado requer novos hábitos e cuidados, mas não o impede de vivenciar um cotidiano comum. A principal questão é se acostumar com a presença da bolsa e com a rotina de esvaziamento e higienização, visando a independência nos cuidados.

Para André Pinto, cirurgião geral da clínica Gastro ABC, “é importante  que todos os pacientes ostomizados e seus familiares entendam o motivo e a necessidade de suas ostomias, compreendendo que elas servem para manter a vitalidade desses órgãos.”

Desde 2004, considera-se a ostomia como uma deficiência física, o que garante ao paciente ostomizado certos direitos, como a isenção de alguns impostos e acesso preferencial em filas.

Fonte: Dr. Carlos Machado, especialista em medicina preventiva, e Dr. André Pinto, cirurgião geral da clínica Gastro ABC

Links Úteis: Guia de Atenção à Saúde da Pessoa com Estomia

Sobre o autor

Gabriel Saez Domingues
Estagiário de jornalismo, formando pela Unesp.

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