Obesidade e Covid-19: pesquisa mostra relação entre as doenças

Saúde
13 de Agosto, 2020
Obesidade e Covid-19: pesquisa mostra relação entre as doenças

Doenças como obesidade e Covid-19 desafiam os sistemas de saúde do mundo todo. Agora, de acordo com as pesquisas mais recentes, descobriu-se que a obesidade é um fator importante de agravamento do coronavírus. Assim, segundo uma nova análise norte-americana, estar acima do peso aumenta em até 4 vezes o risco de morte em decorrência do vírus, principalmente em homens e pessoas com menos de 60 anos.

A análise sobre obesidade e Covid-19 foi publicada na revista “Annals of Internal Medicine”. Especialistas da Califórnia, nos Estados Unidos, analisaram os dados de 5.652 pacientes que tiveram o teste positivo para o Covid-19 entre fevereiro e maio deste ano. O risco causado pela obesidade foi ajustado no estudo, com uma exclusão de fatores extras como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, entre outros. 

No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 4 mil pessoas obesas morreram com a Covid-19 desde o início da pandemia, sendo que quase metade delas com menos de 60 anos, índice mais alto para a faixa etária entre as comorbidades. Além disso, uma pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa e Auditoria em Terapia Intensiva, no Reino Unido, mostrou que sete a cada dez pacientes internados por causa do coronavírus em unidades de terapia intensiva (UTI) no país tinham obesidade ou sobrepeso.

Obesidade e Covid-19: como funciona na prática 

A obesidade é uma doença complexa, que faz parte das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). De um modo geral, podemos dizer que ela é caracterizada por um acúmulo excessivo de gordura corporal. Tal acúmulo pode levar a outras enfermidades como doenças cardiovasculares, por exemplo, além de dislipidemia, diabetes tipo 2, síndrome metabólica e alguns tipos de câncer,

A obesidade pode ser classificada pela distribuição da gordura corporal e por graus, de acordo com o Índice de massa corporal (IMC), que é calculado dividindo-se o peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros).

Portanto, o resultado revela se o peso está dentro da faixa ideal, abaixo ou acima do desejado, revelando sobrepeso ou obesidade. Confira agora como classificar o seu IMC de acordo com o resultado obtido:

Classificação do IMC:

  • Menor que 18,5 – Abaixo do peso
  • Entre 18,5 e 24,9 – Peso normal
  • Entre 25 e 29,9 – Sobrepeso (ou seja, acima do peso desejado)
  • Igual ou acima de 30 – Obesidade.

“Quando falamos em obesidade, não estamos falando apenas de estética. Estamos falando de saúde”, explica a nutricionista Vanessa Losano, de São Paulo. “É uma doença real, e que atinge uma parcela muito grande da população mundial. Assim, ela altera nosso organismo e seu funcionamento, e podemos ficar mais suscetíveis a inflamações. Com isso, ficamos mais propensos a adoecer, seja por fatores internos ou externos, como o caso de vírus como o Covid-19, bem como bactérias e fungos”, esclarece. Segundo a especialista, a obesidade traz com ela diversos problemas, como: 

  • Aumenta a sobrecarga nas articulações;
  • Reduz a mobilidade;
  • Aumenta o peso em cima dos pulmões, o que, por sua vez, prejudica a respiração;
  • Altera as funções hormonais, o que traz junto vários outros problemas, como aumento na liberação de insulina;
  • Problemas de circulação (que podem levar ao aumento da pressão);
  • Doenças cardíacas;
  • Queda na imunidade.

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