Mudar hábitos antes da gravidez pode ‘limpar’ a genética do filho? Especialista explica
Ao desejar expandir a família, os futuros pais tendem a se esforçar para garantir que a concepção ocorra da maneira mais saudável possível. Isso inclui a adoção de um estilo de vida mais saudável antes mesmo da gravidez. Na tese popular, essas ações poderiam reduzir o risco de doenças genéticas, como câncer e diabetes, no futuro filho. Mas afinal, mudar hábitos antes da gravidez realmente pode influenciar na genética do bebê? Veja a seguir.
Veja também: Dieta da fertilidade: Alimentos que ajudam a engravidar
Mudar hábitos antes da gravidez pode ‘limpar’ a genética do filho?
De acordo com o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana, a mudança de hábitos não tem influência na genética do filho e explica:
“A capacidade de ‘zerar’, resetar, os genes através do estilo de vida é um grande mito, sem qualquer comprovação científica, que contraria os princípios da genética. Existem sim fatores epigenéticos, isto é, fatores ambientais e comportamentais que influenciam na expressão gênica, em quais genes serão ativados ou não. Porém, isso não altera a sequência do DNA, a genética em si, como se fosse um reprogramação total do código genético que isentaria completamente o risco dessas doenças em crianças”, alerta.
Benefícios de um estilo de vida saudável
Por outro lado, é claro que mudar hábitos antes da gravidez ajuda na manutenção da saúde e na prevenção de uma série de problemas, incluindo câncer e diabetes. Porém, esse fato não está relacionado com mudanças nos genes e muito menos é capaz de zerar o risco de doenças genéticas nos descendentes.
“Vale a pena ressaltar ainda que os pais não são, de forma alguma, responsáveis por problemas genéticos que o filho possa ter. Adotar um estilo de vida saudável durante a gestação é realmente importante. Mas receber um diagnóstico como esse já é difícil por si só e a informação de que seria possível eliminar esse risco simplesmente através de hábitos saudáveis pode causar um impacto psicológico ainda maior nos pais”, ressalta o médico.
Mas, apesar de não serem capazes de ‘zerar’ os genes dos filhos, mudanças no estilo de vida realmente podem ajudar a melhorar as chances de gravidez. “A queda da fertilidade após os 40 anos é uma realidade biológica, definida geneticamente, e, infelizmente, não há estilo de vida capaz de recuperá-la completamente. Mas é fato que pessoas que têm hábitos saudáveis, possuem maiores taxas de sucesso em comparação com pessoas da mesma idade que não praticam tais hábitos”, diz o especialista.
Dicas de como se preparar para a gravidez
Para quem está planejando engravidar, o teste positivo é um dos momentos mais aguardados e especiais. Contudo, antes de compartilhar dessa alergia, as mulheres devem se preparar para engravidar e entender os processos que descendem dessa decisão. A seguir, confira dicas de como se preparar para a gravidez:
- Entenda o seu ciclo fértil: O primeiro passo para quem deseja engravidar é entender o ciclo menstrual. Portanto, tornando possível a identificação do período fértil.
- Faça exames médicos: Existem vários exames que podem ser recomendados para casais que desejam engravidar. Além disso, os exames podem variar dependendo da história clínica do casal e de fatores de risco específicos.
- Aposte em uma dieta saudável: a alimentação saudável pode influenciar diretamente no bom funcionamento do organismo. Portanto, preocupe-se em priorizar a ingestão de alimentos ricos em zinco, ômega 3, vitamina E, ácido fólico, licopeno e ferro, já que esses nutrientes ajudam a preparar o corpo e equilibrar as funções dos óvulos.
- Exercícios físicos precisam ser prioridade: O período anterior a gravidez precisa caminhar junto com uma rotina de exercícios físicos. Afinal, eles ajudam na manutenção do peso, regulação hormonal, além do funcionamento de neurotransmissores.
- Aumente a frequência sexual: “Idealmente, o casal deve ter relações sexuais a cada dois ou três dias ao longo do mês para maximizar as chances de concepção”, afirma a médica Yara Caldato.
Por fim, se as tentativas de engravidar ultrapassarem 1 ano, é o momento de procurar ajuda médica. Se a tentativa ocorrer após os 35 anos, a busca por atendimento especializado deve vir antes, em torno de 6 meses.
Fontes:
- Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime.
- Dra. Yara Caldato, médica ginecologista regenerativa, funcional e estética, afiliada do Instituto Nutrindo Ideais.