Mucormicose: o que é a doença rara que pode ser sequela da Covid-19

Saúde
06 de Março, 2023
Mucormicose: o que é a doença rara que pode ser sequela da Covid-19

A infecção por Covid-19 pode causar diversos efeitos colaterais. Estudos já analisaram os impactos da doença sobre o sistema cardiovascular e os sintomas da chamada “covid longa”, que se manifestam em alguns pacientes. Contudo, existe uma enfermidade grave, porém rara, que pode ser um dos produtos da pandemia: a mucormicose.

Um estudo de caso recente sobre o tema recebeu atenção, pois a sequela da mucormicose pode ser irreversível. A seguir, saiba mais.

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Mucormicose: fungos podem se aproveitar da baixa imunidade devido ao Covid-19

De acordo com o Ministério da Saúde, a mucormicose — ou fungo negro — é uma infecção fúngica de caráter oportunista. Ou seja, ela pode se manifestar pelo contato com o fungo, mas que precisa de uma brecha para isso. Por exemplo, o sistema imunológico enfraquecido. No entanto, ela também se associa a pessoas com diabetes descontrolada.

“A falta de insulina é uma condição que favorece o desenvolvimento do fungo, não apenas em indivíduos imunodeprimidos, mas também entre os indivíduos saudáveis. Por essa razão, a diabetes mellitus é o principal fator de risco para adoecimento por mucormicose”, alerta o Ministério da Saúde.

Outro fator é o uso contínuo de medicamentos corticoesteroides, que favorecem o alastramento do fungo negro.

O estudo publicado na Journal of Medical Case Reports na semana passada fala sobre um iraniano de 37 anos  que contraiu a doença após ter Covid-19. Com a imunidade baixa e o contato com o fungo, que pode ocorrer de diversas formas, o homem desenvolveu um processo inflamatório na região bucal.

No relato, o paciente apresentou excesso de pus na boca e necrose no maxilar e em algumas mucosas do trato respiratório. Como resultado, necessitou de uma cirurgia para retirar as partes afetada pelo fungo.

Embora a vítima esteja bem após o devido tratamento e acompanhamento médico, algumas pessoas morrem por falta de diagnóstico adequado. Afinal, por ser uma doença de ação rápida, pode atingir áreas vitais.

Sintomas e formas de transmissão

A mucormicose costuma atingir a região orofacial (nariz, olhos e boca), pulmões, sistema gastroinstestinal e a pele. Os sintomas são as lesões que aparecem nesses locais, que causam dor e febre. Se comprometer a área dos olhos e do nariz, pode provocar infecção, com coceira local, secreção e até o deslocamento do globo ocular.

Caso a doença acometa os pulmões, pode gerar dificuldades para respirar, tosse produtiva (com catarro) e cansaço extremo.

Principais formas de contaminação:

  • Inalação de esporos do fungo.
  • Ferimentos da pele ou da mucosa, que se tornam porta de entrada para os micro-organismo.
  • Ingestão de produtos contaminados.

Vale dizer que a transmissão não se dá entre pessoas, tampouco de animais para seres humanos.

O que fazer se houver suspeita do quadro?

O Ministério da Saúde avisa que existem exames micológicos e histopatológicos que, na prática, analisam a presença do fungo Mucorales e dos gêneros responsáveis pela infecção.

Confirmado o diagnóstico, o tratamento deve ser imediato. No caso do iraniano, os médicos administraram antifúngicos, além de spray nasal para sinusite e a cirurgia de remoção dos tecidos necrosados. Mas, de maneira geral, esta conduta costuma ser parte dos cuidados contra a doença.

 

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