Mortes precoces por câncer de intestino devem aumentar até 2030, aponta o INCA
De acordo com uma nova pesquisa do Instituto Nacional do Câncer – INCA, até 2030 os números de mortes precoces por câncer de intestino devem aumentar em 10%. Na prática, isso significa dizer que em 7 anos, cerca de 27 mil pessoas podem morrer em decorrência da condição. Nesse sentido, é necessário ligar o alerta já que o câncer intestinal pode se desenvolver de modo assintomático, ou seja, sem que o paciente perceba alterações em seu estado de saúde. Continue lendo e saiba mais.
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Mortes precoces por câncer de intestino
O câncer de intestino em pessoas mais jovens é cada vez mais comum, como é o caso da Preta Gil, 48 anos, e Simony, 46 anos. De acordo com o Atlas da Mortalidade por Câncer, só em 2020 foram registrados 20.245 óbitos por câncer no intestino no Brasil.
Agora a nova pesquisa publicada na revista científica Frontiers in Oncology aponta uma projeção do número de mortes com base no período de 2011 a 2016, indicando que até 2030, o total de óbitos precoces pode chegar a 27 mil óbitos, sendo 14 mil são esperados em homens e 13 mil em mulheres. Assim, o INCA considera morte precoce àquelas ocorridas entre 30 e 69 anos.
O estudo aborda ainda vários tipos de câncer, no entanto, o câncer de intestino passou a ser o principal alvo do estudo ao apresentar um alto índice de mortalidade em todas as regiões do Brasil. A pesquisadora da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA Marianna de Camargo Cancela explica o motivo da curva acentuada da pesquisa. “O Brasil passa pelo que chamamos de transição demográfica e epidemiológica, na qual, além do envelhecimento populacional, coexistem fatores de risco tanto para doenças crônicas quanto para infecciosas. O câncer de intestino tem alta incidência em países desenvolvidos, e as regiões mais urbanizadas do país vem apresentando também esta tendência”.
Principais causas
A maioria dos casos não tem causa conhecida, mas a doença ocorre mais em pessoas que:
- Têm excesso de gordura corporal;
- Consomem carnes vermelhas, como carne de vaca, porco e cordeiro, por exemplo, acima da quantidade recomendada;
- Consomem com frequência carnes processadas, como bacon, presunto, mortadela, salame, peito de peru defumado, salsicha e linguiça;
- Têm uma alimentação pobre em fibras;
- São fumantes e consomem bebida alcoólica.
No entanto, a experiência pessoal ou familiar de pólipos, doenças inflamatórias intestinais ou câncer também aumenta as chances do aparecimento deste câncer. Dessa forma, a condição pode ser assintomática ou apresentar indícios como:
- Sangue nas fezes;
- Diarreia ou prisão de ventre;
- Desconforto abdominal;
- Alteração do formato das fezes – finas e compridas;
- Anemia;
- Fraqueza;
- Perda de peso imotivada.
Tratamento e prevenção
O tratamento, por sua vez, é variável. Assim, pode incluir quimioterapia, radioterapia e cirurgia, por exemplo. Felizmente, de acordo com o INCA, o câncer de intestino é uma doença tratável e frequentemente curável. Por isso, é essencial manter os exames de rotina em dia, favorecendo o diagnóstico precoce.
Por fim, apesar de não ser possível mudar os fatores genéticos que tornam as pessoas propensas ao câncer, os riscos podem ser reduzidos com medidas simples e que estão relacionadas a um estilo de vida saudável. Assim, confira dicas de prevenção:
- Pratique atividades físicas regularmente;
- Evite o tabagismo;
- Evite o consumo de bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos, carne vermelha e embutidos;
- Além disso, ingira diariamente fibras (25 a 30g), frutas e verduras (2 a 5 xícaras);
- Tenha uma dieta rica em vegetais. Portanto, invista em hortaliças como brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas e repolho, que ajudam no desempenho intestinal e evitam inflamações.
Referências: Manual MD.