Meta de vacinação contra a gripe é de 90%, mas alcança apenas 31%

Saúde
17 de Maio, 2023
Meta de vacinação contra a gripe é de 90%, mas alcança apenas 31%

O Ministério da Saúde divulgou dados preocupantes sobre a campanha de imunização contra a gripe. De acordo com a pasta, a meta de vacinação está longe do recomendado: até agora,  apenas 31% do público-alvo recebeu o imunizante, valor bem diferente dos 90%.

Lançada no início de abril, a campanha já imunizou 22,5 milhões de pessoas, mas a meta é aplicar 79,5 milhões doses. O número é preocupante, já que a campanha está na reta final, isto é, a duas semanas do final, que será encerrado em 31 de maio. Os dados são da última terça-feira (15). Lembrando que a vacina é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Leia mais: Posso tomar a vacina da gripe ou Covid gripado? Especialista responde

Meta de vacinação contra a gripe: crianças são as que menos se vacinaram

De acordo com o painel de vacinação contra influenza do Ministério da Saúde, o público infantil foi o que menos se vacinou. Dessa forma, somente 20% das crianças receberam o imunizante contra o vírus. A baixa procura motivou o governo a ampliar a vacinação para todos os públicos mais cedo este ano e, desde segunda-feira, a aplicação está liberada para todos com mais de 6 meses no país.

Alguns estados ampliaram a campanha antes da decisão do ministério, como o Rio de Janeiro, que liberou a dose para o público-geral em 5 de maio. Mesmo assim, nenhum tem a cobertura vacinal da gripe acima de 50%. Especialistas apontam que a baixa adesão é consequência do desestímulo à vacinação durante a pandemia de Covid-19.

Inclusive, as campanhas de vacinação contra a gripe também não atingiram a meta nos últimos dois anos. Em 2021 e 2022, a cobertura vacinal foi, respectivamente, de 72,8% e 68,1%. Em contrapartida, o número de mortes por gripe aumentou 78% nos últimos dois anos.

Como funciona a vacina contra a gripe?

A versão da vacina de 2023, desenvolvida pelo Instituto Butantan, é diferente da versão de 2022, que protege contra as cepas do vírus de 2019. O novo imunizante, além de combater as variantes antigas, protege contra o H1N1, do surto de 2021. A composição ainda traz a proteção contra a ação da cepa Darwin (H3N2), principal responsável pelo surto de gripe em 2021 na América do Sul.

As reações comuns são dor e sensibilidade no local da aplicação, que geralmente passam em dois dias. Manifestações gerais leves, como febre, mal-estar e mialgia podem começar entre 6 e 12 horas depois da vacinação e persistir por um a dois dias.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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