Melatonina para crianças? Não é saída para Academia Americana do Sono
Aos pais que sofrem com filhos que não dormem, a melatonina para crianças parece a alternativa dos sonhos. No entanto, não é o que defende a Academia Americana de Medicina do Sono (AASM). Em um compilado de novas orientações sobre o suplemento, recomenda-se que os responsáveis pelos menores evitem ofertá-lo sem prescrição médica.
“Embora a melatonina possa ser útil no tratamento de certos distúrbios do sono-vigília, como o jet lag [distúrbio temporário do sono que pode ser causado por mudanças no fuso horário], há muito menos evidências de que pode ajudar crianças ou adultos saudáveis a adormecerem mais rápido”, disse o pneumologista, vice-presidente do Comitê de Segurança Pública da AASM e especialista em medicina do sono e cuidados intensivos M. Adeel Rishi, da Universidade de Medicina e Saúde de Indiana.
Ele ainda explica que pela melatonina poder ser ofertada em gomas bem como comprimidos mastigáveis, torna-se mais tentador dá-la às crianças. Em contrapartida, aumentam-se as chances de que os pequenos sejam vítimas de overdoses em decorrência do suplemento.
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Sem melatonina para crianças, o que fazer?
Assim, a orientação do especialista é que os pais busquem outros métodos para ajudar os filhos a criarem uma rotina de sono. “Por exemplo, definir um horário regular para dormir e acordar, ter uma rotina de dormir e limitar o tempo de tela à medida que a hora de descanso se aproxima”, listou Rishi.
No mesmo comunicado, o pneumologista e especialista em sono, Baljinder S. Sidhu, continuou a explicação. “Essa resistência à hora de dormir pode ser difícil de gerenciar e até tem um diagnóstico que chamamos de ‘insônia de definição de limites’. No entanto, geralmente pode ser gerenciada com rotinas de dormir”, destacou o especialista.
Portanto, com rotinas de sono melhores entre os pequenos, o objetivo é que se tenha números positivos em relação ao consumo de melatonina por eles. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, o consumo pediátrico do suplemento aumentou 530% entre 2012 e 2021. Sendo assim, não é por acaso que novas orientações estão sendo feitas para lembrar aos responsáveis que, antes de entrarem com a medicação, é preciso passar por uma avaliação médica!