Maquiagem que trata a pele: mito ou verdade?
Você já ouviu falar de maquiagem que trata a pele? Pois é, com o avanço da tecnologia, é normal surgirem por aí novidades como essa: produtos de maquiagem cuja promessa também é tratar a pele contra o envelhecimento precoce ou outras questões semelhantes.
No entanto, é preciso muita atenção: afinal, quando a promessa é boa demais… Pode ficar assim, só na promessa mesmo.
Cuidados com a pele
Acima de tudo, quando o assunto é maquiagem e os cuidados com a pele, existem alguns erros que são lugar-comum. “O principal seria usar maquiagem de má qualidade”, explica a dermatologista Ediléia Bagatin, coordenadora do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da SBD. “Por exemplo, pessoas que têm pele oleosa e usam produtos gordurosos, o que pode causar acne.”
De acordo com a profissional, outro erro comum é o cuidado excessivo com a pele ou, do lado oposto, o pouco cuidado. “A pele precisa ser bem limpa pelo menos uma vez ao dia, e esse cuidado vai depender do tipo de pele. Se for uma pele mais oleosa, pode usar produtos que reduzem a oleosidade. Se é uma pele mais fina, sensível, tem que usar produtos mais suaves para não agredir, gerar inflamação, irritação ou alergia.”
A partir disso já é possível perceber como o uso de maquiagens e os cuidados com a pele têm as suas características particulares e que dependem muito do tipo de pele de cada pessoa – e isso só um médico dermatologista pode ajudar a definir.
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Maquiagem que trata a pele: funciona?
A dermatologista tem uma má notícia para quem gosta da ideia de produtos de maquiagem que também tratam as questões da pele: “Produtos que maquiam e tratam a pele ao mesmo tempo não existem. A maquiagem é um cosmético e cosméticos, por definição, ficam na superfície da pele, não penetram nas camadas onde estão as células vivas.”
Apesar disso, eles podem contribuir com aspectos superficiais. Por exemplo, já existem maquiagens que também são hidratantes, isto é, que ajudam na manutenção da hidratação superficial da pele. As maquiagens com filtro solar, a exemplo dos BB Creams, também são interessantes, porque ajudam na prevenção dos danos que a pele sofre com a radiação solar, como o envelhecimento da pele, ao mesmo tempo que contribuem com a maquiagem.
Por isso, é importante manter-se atento à promessa feita por aquele cosmético: se a ideia for auxiliar em algum tratamento (como antienvelhecimento) que atua nas camadas mais profundas da pele, suspeite. Caso contrário, se a sua ação for hidratante ou FPS, pode usar sem medo.
Outro ponto importante é ter em mente que a maquiagem não trata, mas pode andar junto com uma rotina de cuidados com a pele.
“A maquiagem de boa qualidade pode ser utilizada junto com esses cuidados com a pele. Aliás, é preciso! Os cuidados básicos são: limpeza adequada (nem de mais, nem de menos), hidratação da pele, com uso de hidratantes, geralmente à noite, e filtro solar durante o dia. A maquiagem pode ser aplicada em cima do protetor solar e do hidratante, sem nenhum problema”, finaliza.
Fonte: Ediléia Bagatin, dermatologista e coordenadora do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da SBD