Manobra de parto viraliza nas redes sociais; prática é segura?
Nesta semana, o vídeo de um parto impressionou milhões de usuários do Youtube. Nele, é possível ver o médico obstetra Wagner Hernandez apalpando a barriga de uma mãe com o objetivo de virar o bebê. A manobra de parto, chamada Versão Cefálica Externa (VCE), é utilizada em casos cuja criança está na posição pélvica (ou seja, sentada), e precisa mudar para a postura encefálica, com a cabeça para baixo. Dessa forma, é possível viabilizar o parto normal.
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A manobra de parto pode ser um risco para a mãe ou bebê?
Em poucos minutos, o obstetra consegue conduzir o bebê para uma espécie de cambalhota, dentro da barriga da mãe. Utilizando movimentos suaves, é possível ver a movimentação no ventre, que finaliza com o alívio da equipe pelo êxito.
A manobra aplicada por Wagner Hernandez no parto é uma prática antiga, feita por parteiras quando o nascimento dos bebês ainda não dispunha da estrutura hospitalar que temos hoje.
Embora seja segura e facilite a vinda do bebê de forma natural, sem intervenção cirúrgica, precisa de manejo profissional. Ou seja, é fundamental confirmar a posição pélvica ou transversal do bebê, assim como o estado de saúde de ambos.
Recomendações para a Versão Cefálica Externa (VCE)
De acordo com a cartilha elaborada pelo Ministério da Saúde, esse tipo de manobra é recomendada a partir da 36ª de gestação. Além disso, a pasta indica a assinatura do termo de consentimento pela mãe para se realizar o gesto.
Contudo, a prática não serve para todas as grávidas que estão com os bebês em posição oposta. Algumas situações que recebem contraindicação:
- Bebê com hidrocefalia ou cabeça hiperestendida.
- Quadro de obesidade materna.
- Descolamento de placenta.
- Sangramento vaginal.
- Bolsa rota.
- Placenta prévia.
- Por fim, gestação múltipla.
Manobra de parto: por que os bebês ficam em posição pélvica?
Em boa parte dos casos, não existe um motivo aparente. Todavia, quando ocorre a identificação da causa, pode ser:
- Presença de miomas que competem com o espaço do bebê no útero.
- Pouco ou muito líquido amniótico, que atrapalha ou superestimula a rotação do feto.
- Alterações na anatomia da pelve materna.
- Posição da placenta.
Referências: Ministério da Saúde; Fiocruz.