Linfoma cutâneo: sintomas, diagnóstico e tratamento
Você sabia que nem todo câncer de pele é causado pela exposição solar? Estamos falando de linfomas cutâneos, neoplasias ou cânceres que se originam no nosso sistema de defesa, que é o sistema linfático, e atingem a pele. Assim, vale saber que os linfomas classificam-se como Hodgkin e não-Hodgkin. No primeiro caso, identifica-se uma célula maligna chamada de Reed-Sternberg. Mas, os linfomas que não têm essa célula classificam-se como linfomas não-Hodgkin. É o caso do linfoma cutâneo.
Os linfomas são muito mais raros do que os cânceres derivados de células que constituem a pele – os melanomas e os carcinomas. Estes últimos não têm nenhuma relação com o linfoma, tanto que a maioria dos cânceres de pele têm a ver com exposição solar, e o linfoma não. Nesse sentido, a seguir, a dermatologista Alessandra Moraes, professora de Medicina do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, explica mais sobre linfomas cutâneos.
Quais são as causas dos linfomas cutâneos?
Ainda não existe uma resposta definitiva para essa pergunta. Mas, o que se sabe é que alterações no DNA relacionadas ao linfoma de pele são adquiridas após o nascimento. Ou seja, não são genéticas. Essas mudanças podem ter causas externas, mas muitas vezes ocorrem sem motivo aparente.
Pessoas com deficiências imunológicas, em tratamentos medicamentosos, que fizeram transplantes de órgãos ou infectados pelo HIV, têm uma chance muito maior de desenvolver o linfoma do que pessoas sem uma deficiência imunológica. Por isso, acredita-se que o sistema imunológico desempenha um papel importante em alguns casos de linfoma.
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Sintomas e diagnóstico
Os sintomas mais comuns dos linfomas cutâneos são pápulas (lesões), manchas, placas ou nódulos na pele. Estas lesões podem provocar descamação e coceira. Além disso, a pele também pode ficar fina como um pergaminho. De forma geral, os locais onde mais costumam aparecer são nas mamas e na região genital e dos glúteos.
Os sintomas podem se confundir com outras condições de pele, como psoríase e eczema. Por isso, o diagnóstico pode ser muito difícil. O melhor exame é a biópsia de pele e sua avaliação por um especialista.
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Tratamento para linfoma cutâneo
Vai depender do avanço do câncer no organismo. No caso da micose fungoide (o tipo mais comum de linfoma cutâneo), por exemplo, usa-se desde corticoides tópicos até fototerapia (banho de luz com radiação controlada recebida dentro de uma cabine). Caso a doença esteja num estágio mais avançado, pode ser necessária a quimioterapia ou imunoterapia. Infelizmente, o uso de protetor solar e outras medidas para evitar a radiação emitida pelo sol não são eficientes para evitar o linfoma cutâneo, já que ele não tem ligação com os raios UV.
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