Insuficiência cardíaca: o que é, causas, sintomas e tratamentos
A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não tem mais capacidade para enviar oxigênio ao sangue, prejudicando o funcionamento correto de todos os tecidos e demais órgãos do corpo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, é preciso entender a doença é mais comum em pessoas com pressão alta. Isso porque, nesses casos, o coração necessita de mais força para bombear o sangue, causando dilatação ao decorrer do tempo. A doença não tem cura. Entretanto, o controle é feito com uso regular de remédios e cuidados com a alimentação.
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Tipos de insuficiência cardíaca
A insuficiência pode ser classificada em quatro tipos, que se diferenciam de acordo com os sintomas. Saiba quais são as características de cada uma:
- Crônica: é o tipo mais comum de insuficiência cardíaca e pode ser diagnosticada no decorrer dos anos, sendo uma das causas da pressão alta.
- Aguda: surge de forma inesperada causada por um problema grave, que pode ser um infarto, arritmia grave ou hemorragia.
- Descompensada: ocorre em pessoas que possuem com insuficiência cardíaca crônica, mas que não seguem o tratamento correto.
- Congestiva: causa acúmulo de líquido nos pulmões, barriga e pernas. Isso ocorre porque o coração tem dificuldade em bombear o sangue corretamente.
O médico deve identificar o tipo de insuficiência cardíaca para que o tratamento ocorra de forma rápida e com eficiência, evitando o agravamento do quadro e novas complicações.
Quais são as causas da insuficiência cardíaca?
As causas da insuficiência cardíaca podem ser decorrentes de qualquer problema que influencia no funcionamento do coração no momento do transporte do oxigênio para o corpo. Essa enfermidade geralmente é consequência de uma doença coronariana, que causa o estreitamento dos vasos sanguíneos. Como resultado, atrapalha a passagem de sangue e a produção de oxigênio que é enviado aos outros órgãos.
A cardiomegalia, também chamada “coração grande”, pode causar insuficiência cardíaca. Isso ocorre porque o sangue se acumula no interior do órgão e, novamente, há um problema na distribuição de sangue e oxigênio. Além disso, outras causas da doença são alterações nos batimentos cardíacos ou no sistema de contração e relaxamento do coração.
Diagnóstico
Acima de tudo, o diagnóstico é feito com o auxílio de um cardiologista que identifica os sintomas e o histórico do paciente.
- Intolerância aos esforços.
- Falta de ar ao deitar.
- Inchaço nos membros inferiores.
O ecocardiograma é o exame solicitado pelo médico para descobrir a insuficiência cardíaca. Algumas substâncias produzidas pelo coração insuficiente também podem ajudar no diagnóstico, como peptídeos natriuréticos tipo B.
Como se prevenir?
A insuficiência cardíaca surge, sobretudo, por doenças evitáveis. Por isso, confira algumas ações que podem auxiliá-lo na prevenção:
- Realizar atividade física;
- Manter uma alimentação saudável;
- Não fumar;
- Evitar bebida alcoólica;
- Evitar o stress.
Além disso, recomenda-se fazer uma consulta regular com um médico cardiologista para que o profissional avalie a pressão arterial e descarte possíveis problemas que possam desenvolver a doença.
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Principais dúvidas sobre insuficiência cardíaca
Roberto Yano é médico cardiologista e especialista em estimulação cardíaca artificial pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV). O profissional esclarece algumas dúvidas recorrentes sobre o assunto.
Como dormir?
O paciente com insuficiência cardíaca descompensada, em grande parte dos casos, deve-se dormir com muitos travesseiros e até sentado. Afinal, há uma piora da falta de ar ao deitar, já que acumula-se mais líquido nos pulmões.
Já o paciente com um coração medicado corretamente e a terapia otimizada poderá voltar a dormir normalmente com apenas um travesseiro, da mesma maneira que dormia antes de ter o coração fraco.
É possível viver bem com insuficiência cardíaca?
Hoje, o tratamento da doença evoluiu muito, seja com tratamento medicamentoso e implante de dispositivos, como o ressincronizador. Então, é possível viver bem, mesmo com o coração fraco, fazendo, é claro, o tratamento adequado.
Antes de mais nada, é importante sempre procurar um bom profissional. Os estudos para IC são os que mais evoluíram a cada dia na cardiologia. Todo ano surgem novas medicações e novos tratamentos.
Além disso, também é necessário toda uma mudança de estilo de vida, como melhora da alimentação, prática de exercício físico individualizado, reabilitação cardíaca, levar uma vida com menos estresse e tomar as medicações prescritas rigorosamente.
Felix Ramires, cardiologista e coordenador do programa de Insuficiência Cardíaca do HCor, destaca a importância dos pacientes seguirem o tratamento corretamente.
“Os sintomas de um infarto agudo do miocárdio ou de descompensação de insuficiência cardíaca podem estar mascarados pelos sintomas do novo coronavírus. Por isso é importante que os pacientes cardiopatas sigam o tratamento corretamente, além de estar em dia com as vacinas e lavar as mãos com elevada frequência”, explica o profissional.
Fontes: Roberto Yano, médico cardiologista e especialista em Estimulação Cardíaca Artificial pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e Felix Ramires, cardiologista e coordenador do programa de Insuficiência Cardíaca do HCor.