Ter uma boa noite de sono é essencial para repor as energias e fundamental para a saúde, pois restaura os tecidos, organiza a memória, fortalece o sistema imunológico, entre outros benefícios. Por outro lado, a insônia aumenta as chances de desenvolver doenças.
Segundo a Associação Brasileira do Sono, a insônia atinge cerca de 73 milhões de brasileiros. Ou seja, uma a cada três pessoas no país sofrem com o problema.
Em primeiro lugar, a insônia é um distúrbio do sono caracterizado pela dificuldade em manter um sono contínuo sem ser interrompido.
De acordo com Luciana Palombini, médica e especialista em sono pela American Academy of Sleep Medicine (AASM), a insônia é considerada uma reação do corpo que pode aumentar a adrenalina e o cortisol no organismo, dois hormônios relacionados ao estresse. “Como consequência, podemos ter agitação mental, taquicardia e aumento da pressão arterial. A longo prazo, ela aumenta os riscos de depressão e doenças cardíacas”, explica.
Assim, há três tipos de insônia e cada uma é classificada de acordo com a duração ou frequência:
Além disso, existe a insônia secundária, que surge devido a outras doenças.
Dormir a noite toda também é importante para os ciclos de sono com movimentos rápidos dos olhos (REM). Pois quando você acorda no meio da noite, o corpo demora um pouco para voltar ao sono REM, o que pode deixá-lo sonolento no dia seguinte.
Além da dificuldade para dormir, a insônia pode trazer outros sinais que auxiliam no diagnóstico e reconhecimento do problema. São eles:
Qualquer pessoa pode ter problemas para dormir alguma vez na vida. Contudo, o risco de insônia é maior em:
Além disso, trabalhar à noite ou viajar a trabalho, que envolve trocas frequentes de fuso horário.
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Hábitos como parar de mexer no celular antes de dormir, cortar cafeína, alimentar-se de forma leve e se exercitar, podem melhorar a qualidade do sono.
Mas se você continuar com insônia, mesmo após adotar esses hábitos, talvez seja necessário buscar ajuda médica. Pois os sintomas podem atrapalhar as suas atividades diárias e o seu desempenho no trabalho ou estudos.
Dessa forma, durante a consulta o médico provavelmente fará uma série de perguntas para entender o seu padrão de sono e ter o diagnóstico mais rapidamente.
O especialista também pode realizar um exame físico para procurar sinais de outros problemas que possam estar causando problemas para dormir, como exame de sangue. Assim, é descartada a existência de problemas de tireóide ou outras condições que podem estar por trás da insônia.
Por outro lado, se a pessoa apresentar sinais de outros distúrbios do sono, como síndrome das pernas inquietas, talvez o médico indique a avaliação em um centro especializado. Lá, os testes são feitos para monitorar as atividades corporais enquanto o paciente dorme.
Quem sofre de insônia há algum tempo, talvez necessite de um tratamento específico, com uso de medicamentos e a revisão de hábitos para reequilibrar a rotina do sono.
Entretanto, o uso de remédios no longo prazo precisa de acompanhamento para evitar dependência. Afinal, a função medicamentosa deve auxiliar para trazer a normalidade do sono, e não ser a única opção para essa finalidade.
Mas, a boa notícia vem de uma revisão de 13 estudos, feitos pela Universidade Queen, do Canadá, e publicada no periódico British Journal of General Practice. A avaliação descobriu que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma ótima opção sem efeitos colaterais para a saúde.
Assim, a revisão sugere que quatro a oito sessões de terapia podem reduzir em até 30 minutos o tempo que o insone leva para dormir, inclusive diminuindo as vezes que se acorda durante a noite. Ou seja, a TCC identifica os padrões de comportamento que levam à falta de sono e indica mudanças para alterá-los.
Além disso, você também pode adotar os seguintes hábitos:
São hábitos que ajudam a pegar no sono e reduzir a quantidade de vezes que se acorda de madrugada.
Entre eles estão: evitar cafeína, nicotina e álcool 4 a 6 horas antes de ir para a cama; evitar o uso prolongado de TV, tablet, computador ou celular antes de dormir; deitar e acordar todos os dias no mesmo horário, incluindo finais de semana; evitar exercícios pesados 3 a 4 horas antes de se deitar; evitar dormir durante o dia.
A prática regular de exercícios físicos aeróbicos moderados, como caminhadas, pode ser muito benéfica para a qualidade do sono. Portanto, sempre que possível, consulte um profissional de educação física para te orientar sobre as atividades que você deve realizar. Verifique também em qual horário a atividade física te trará mais benefícios e como adequá-la à rotina.
Ter uma alimentação saudável é importante tanto para o corpo quanto para a mente, e em relação ao sono não é diferente. Opte por alimentos leves. Como por exemplo:
Desse modo, evite comidas gordurosas, pois são mais difíceis de digerir e precisam de muita energia para tal.
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Fontes: Dra. Luciana Palombini, médica e especialista em sono pela American Academy of Sleep Medicine (AASM)
Dr. Guilherme Brassanini – Otorrinolaringologia e Sono
American Journal of Therapeutics
Associação Brasileira do Sono