Insônia: O que é, sintomas, causas e tratamento

Bem-estar Sono
07 de Março, 2022
Insônia: O que é, sintomas, causas e tratamento

Ter uma boa noite de sono é essencial para repor as energias e fundamental para a saúde, pois restaura os tecidos, organiza a memória, fortalece o sistema imunológico, entre outros benefícios. Por outro lado, a insônia aumenta as chances de desenvolver doenças.

Segundo a Associação Brasileira do Sono, a insônia atinge cerca de 73 milhões de brasileiros. Ou seja, uma a cada três pessoas no país sofrem com o problema.

O que é insônia?

Em primeiro lugar, a insônia é um distúrbio do sono caracterizado pela dificuldade em manter um sono contínuo sem ser interrompido. 

De acordo com Luciana Palombini, médica e especialista em sono pela American Academy of Sleep Medicine (AASM), a insônia é considerada uma reação do corpo que pode aumentar a adrenalina e o cortisol no organismo, dois hormônios relacionados ao estresse. “Como consequência, podemos ter agitação mental, taquicardia e aumento da pressão arterial. A longo prazo, ela aumenta os riscos de depressão e doenças cardíacas”, explica. 

Assim, há três tipos de insônia e cada uma é classificada de acordo com a duração ou frequência:

  • Intermitente: é esporádica, ou seja, acontece de tempos em tempos;
  • Transiente: dura alguns dias e chega a se repetir por até três semanas;
  • Crônica: geralmente, dura mais de três semanas.

Além disso, existe a insônia secundária, que surge devido a outras doenças.

Dormir a noite toda também é importante para os ciclos de sono com movimentos rápidos dos olhos (REM). Pois quando você acorda no meio da noite, o corpo demora um pouco para voltar ao sono REM, o que pode deixá-lo sonolento no dia seguinte.

Sintomas da insônia

Além da dificuldade para dormir, a insônia pode trazer outros sinais que auxiliam no diagnóstico e reconhecimento do problema. São eles:

  • Dificuldade para pegar no sono;
  • Acordar frequentemente durante a noite;
  • Ter dificuldades para voltar a dormir ao acordar repentinamente;
  • Acordar mais cedo do que o esperado;
  • Sentir-se cansado mesmo após uma longa noite de sono;
  • Fadiga e sonolência durante o dia;
  • Irritabilidade, ansiedade e sentimentos ruins;
  • Dificuldade em manter a concentração;
  • Além disso, problemas de memória;
  • Prejuízo na coordenação motora;
  • Dores de cabeça;
  • Dificuldades para socializar;
  • Sintomas gastrintestinais (diarréia, constipação, náuseas etc.);
  • Preocupações quanto ao sono.

Fatores de risco para insônia

Qualquer pessoa pode ter problemas para dormir alguma vez na vida. Contudo, o risco de insônia é maior em:

  • Pessoas do sexo feminino: As mulheres são muito mais propensas a sofrer de insônia, principalmente por causa de mudanças hormonais durante o ciclo menstrual e na menopausa. Além disso, a insônia também é comum com a gravidez.
  • Pessoas acima dos 60 anos de idade: devido principalmente às alterações nos padrões de sono e a problemas de saúde.
  • Distúrbios de saúde mental: depressão, ansiedade, transtorno bipolar e o transtorno de estresse pós-traumático são mais propensas a apresentar insônia.
  • Estresse: fatores estressantes podem causar insônia temporária.
  • Café, álcool e nicotina: bebidas à base de cafeína e a nicotina são estimulantes, o que contribui para a insônia;

Além disso, trabalhar à noite ou viajar a trabalho, que envolve trocas frequentes de fuso horário.

Leia também: Dicas para acabar com a insônia e dormir melhor

Como diagnosticar?

Hábitos como parar de mexer no celular antes de dormir, cortar cafeína, alimentar-se de forma leve e se exercitar, podem melhorar a qualidade do sono.

Mas se você continuar com insônia, mesmo após adotar esses hábitos, talvez seja necessário buscar ajuda médica. Pois os sintomas podem atrapalhar as suas atividades diárias e o seu desempenho no trabalho ou estudos.

Dessa forma, durante a consulta o médico provavelmente fará uma série de perguntas para entender o seu padrão de sono e ter o diagnóstico mais rapidamente. 

O especialista também pode realizar um exame físico para procurar sinais de outros problemas que possam estar causando problemas para dormir, como exame de sangue. Assim, é descartada a existência de problemas de tireóide ou outras condições que podem estar por trás da insônia.

Por outro lado, se a pessoa apresentar sinais de outros distúrbios do sono, como síndrome das pernas inquietas, talvez o médico indique a avaliação em um centro especializado. Lá, os testes são feitos para monitorar as atividades corporais enquanto o paciente dorme.

Tratamento para insônia

Quem sofre de insônia há algum tempo, talvez necessite de um tratamento específico, com uso de medicamentos e a revisão de hábitos para reequilibrar a rotina do sono. 

Entretanto, o uso de remédios no longo prazo precisa de acompanhamento para evitar dependência. Afinal, a função medicamentosa deve auxiliar para trazer a normalidade do sono, e não ser a única opção para essa finalidade. 

Mas, a boa notícia vem de uma revisão de 13 estudos, feitos pela Universidade Queen, do Canadá, e publicada no periódico British Journal of General Practice. A avaliação descobriu que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma ótima opção sem efeitos colaterais para a saúde.

Assim, a revisão sugere que quatro a oito sessões de terapia podem reduzir em até 30 minutos o tempo que o insone leva para dormir, inclusive diminuindo as vezes que se acorda durante a noite. Ou seja, a TCC identifica os padrões de comportamento que levam à falta de sono e indica mudanças para alterá-los.

Além disso, você também pode adotar os seguintes hábitos:

Higiene do sono

São hábitos que ajudam a pegar no sono e reduzir a quantidade de vezes que se acorda de madrugada. 

Entre eles estão: evitar cafeína, nicotina e álcool 4 a 6 horas antes de ir para a cama; evitar o uso prolongado de TV, tablet, computador ou celular antes de dormir; deitar e acordar todos os dias no mesmo horário, incluindo finais de semana; evitar exercícios pesados 3 a 4 horas antes de se deitar; evitar dormir durante o dia.

Exercício físico 

A prática regular de exercícios físicos aeróbicos moderados, como caminhadas, pode ser muito benéfica para a qualidade do sono. Portanto, sempre que possível, consulte um profissional de educação física para te orientar sobre as atividades que você deve realizar. Verifique também em qual horário a atividade física te trará mais benefícios e como adequá-la à rotina.

Alimentação saudável

Ter uma alimentação saudável é importante tanto para o corpo quanto para a mente, e em relação ao sono não é diferente. Opte por alimentos leves. Como por exemplo:

  • Banana: Ela é rica em magnésio e desempenha um papel importante na regulação da melatonina – hormônio fundamental na indução do sono.
  • Abacate e ovo: Além da proteína de alta qualidade e fácil digestão, o ovo fornece triptofano. Ou seja, um neurotransmissor importante nos processos bioquímicos do sono e do humor. Já o abacate é outra das principais fontes de potássio
  • Kiwi com pistache: O kiwi é um aliado do sono por conter boas quantidades de potássio, magnésio e vitamina B6, nutrientes relacionados ao relaxamento muscular e produção de melatonina.
  • Batata doce cozida: Os carboidratos ricos em antioxidantes presentes na batata doce aumentam a serotonina, uma substância química do cérebro que desencadeia o relaxamento – o que faz dessa raiz um lanche ideal para quem deseja dormir bem.
  • Suco de frutas vermelhas com chia: Frutas vermelhas como a cereja são fonte de melatonina e por isso têm sido apontadas como auxiliar no relaxamento noturno. Assim, a adição de algumas colheres de sementes de chia à bebida fornece não apenas fibra e proteína vegetal, mas também triptofano. Além disso, a combinação tem propriedades anti-inflamatórias.

Desse modo, evite comidas gordurosas, pois são mais difíceis de digerir e precisam de muita energia para tal.

Bebidas que ajudam a dormir

  • Chá de ervas: O chá de ervas pode fazer parte de um ritual relaxante pré-sono. Experimente o chá de tulsi (também chamado de manjericão sagrado ou santo basílico), uma vez que ele possui propriedades calmantes capazes de ajudar o corpo a equilibrar os níveis de cortisol (hormônio do estresse).
  • Água pura ou saborizada: Manter a hidratação adequada durante o dia contribui até para o sono. Mas tente consumir o líquido de modo igual na rotina — beber tudo de uma vez à noite vai te deixar com vontade de ir ao banheiro no meio da madrugada.
  • Suco de cereja: Uma pesquisa publicada no American Journal of Therapeutics apontou que o suco de cereja talvez possa ajudar pacientes com insônia. Nela, pessoas com mais de 50 anos foram divididas em dois grupos — o primeiro bebeu cerca de 200ml de suco de cereja duas vezes ao dia por duas semanas, enquanto o segundo tomou uma bebida placebo. Como resultado, os cientistas notaram que os participantes do primeiro grupo desfrutaram de 84 minutos a mais de sono em comparação ao outro time.

Clique para conhecer os produtos Novanoite

Fontes: Dra. Luciana Palombini, médica e especialista em sono pela American Academy of Sleep Medicine (AASM)
Dr. Guilherme Brassanini – Otorrinolaringologia e Sono
American Journal of Therapeutics 
Associação Brasileira do Sono

Leia também:

mulher praticando atividade física ao ar livre e suando
Bem-estar Movimento

Suar emagrece? Entenda se a transpiração ajuda a perder calorias

Suar demais realmente significa que você está perdendo peso? Descubra

foto mostra uma xícara de chá vazia com paus de canela ao lado em cima de um prato
Alimentação Bem-estar

É termogênico e ajuda no equilíbrio da glicemia e do colesterol; veja benefícios do chá de canela

A bebida é uma ótima opção para esquentar o corpo — muitos afirmam, ainda, que ela emagrece

farinha de beterraba
Alimentação Bem-estar

Farinha de beterraba: benefícios e como incluir na dieta

Pode prevenir doenças cardiovasculares, melhorar o aporte de fibras e ainda ajudar a aumentar a performance esportiva