Injeção que reduz o colesterol recebe aprovação da Anvisa

Saúde
05 de Julho, 2023
Injeção que reduz o colesterol recebe aprovação da Anvisa

Nesta semana, a Anvisa aprovou a Inclisirana, injeção que reduz e ajuda a controlar o LDL, o colesterol “ruim”. Produzido pela farmacêutica Novartis, o medicamento será destinado a pessoas com o colesterol elevado, hereditário ou não, sobretudo com apresentam alto risco cardiovascular.  Ou seja, que já sofreram ataque cardíaco (infarto) ou derrame (AVC isquêmico).

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Injeção que reduz o colesterol pode prevenir novos problemas cardíacos 

“Pacientes que já sofreram com ataque cardíaco ou derrame precisam não só reduzir o colesterol ruim (LDL), mas controlá-lo. Isto é, mantê-lo abaixo de 50mg/dL”, alerta Raul Santos, cardiologista do InCor-HCMFUSP.

“Manter o colesterol ruim (LDL) sob controle é essencial para não voltar a ter novos eventos cardiovasculares graves como esses, que têm mais chances de acontecerem depois de um primeiro caso”, completa o especialista.

Como a Inclisirana funciona?

O fármaco utiliza como mecanismo de ação um pequeno RNA de interferência que limita a produção da proteína hepática PCSK9. Como resultado, promove a redução dos níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue.

Segundo a série de estudos ORION, que demostrou os dados de eficácia e segurança do medicamento, duas injeções da substância ao ano foram suficientes para reduzir, em média, 52% dos níveis de colesterol ruim (LDL).

Os pacientes do experimento já tomavam a dosagem máxima de estatina tolerada, mas ainda não atingiam a meta de acordo com seu risco cardiovascular.

Hoje, 92,6% dos pacientes que sofreram infarto não estão com o colesterol ruim (LDL) abaixo de 50mg/dL. “Mesmo mudando o estilo de vida e tomando as medicações comuns para o controle do colesterol, muitos que já tiveram um ataque cardíaco ou um derrame não conseguem manter o colesterol ruim (LDL) dentro da meta. Nesse sentido, a Inclisirana entra em cena como um avanço para controlarmos o colesterol ruim (LDL) nesses pacientes”.

Doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte no Brasil 

Em média 400 mil pessoas morrem devido a enfermidades cardiovasculares,  número maior do que todas as mortes por câncer. Esses eventos cardiovasculares têm a aterosclerose como uma de suas principais causas.

“As doenças cardiovasculares, em especial a aterosclerose, são a principal causa de mortalidade no Brasil. Isso demonstra a necessidade de novos tratamentos para quem precisa atingir as metas de colesterol ruim (LDL) recomendadas pela SBC”, explica Priscila Raupp, gerente médica sênior de cardiologia da Novartis no Brasil.

Com a Inclisirana, Priscila comenta que o paciente pode retomar a rotina depois de sofrer um infarto ou AVC.

Injeção que reduz o colesterol não é eficiente sozinha

“A alimentação é responsável por cerca de 25% do colesterol no sangue. Para pacientes que já tiveram ataque cardíaco ou derrame, a adoção de dieta e exercício é necessária. Contudo, não é suficiente para controlar o colesterol ruim (LDL). Para diminuir o risco de um novo infarto ou um novo AVC, esses pacientes precisam tomar regularmente seus medicamentos, conforme a orientação do cardiologista”, completa Santos.

Infelizmente, mais da metade dos brasileiros (64%) desconhece seu risco cardiovascular, tampouco sua meta de LDL para se manter livre de um novo episódio.

É o que aponta uma pesquisa encomendada pela Novartis em parceria com a Ipsos. Embora 80% conheça o termo “colesterol”, esse ainda é um tema que não causa muito interesse na população.

No levantamento, a Ipsos pediu aos participantes que ranqueassem, de acordo com nível de preocupação, algumas das doenças e condições clínicas mais comuns do dia a dia.

Entre as doenças cardiovasculares e metabólicas, o colesterol ruim não controlado é a que menos preocupa os brasileiros. Curiosamente, lideram o ranking infarto e AVC, problemas cardiovasculares que são ligados ao excesso do colesterol ruim (LDL) no sangue.

A pesquisa, que ouviu 1000 entrevistados em dezembro de 2022, trouxe outro alerta. Brasileiros não veem o colesterol como um vilão silencioso, já que só 12% têm consciência de que o colesterol ruim (LDL) alto não gera sintomas.

Entre aqueles que conhecem o colesterol, 50% acreditam que é possível controlá-lo sem remédio, mesmo quando se enquadra em um perfil de alto ou muito alto risco. A alimentação (50%) e a exclusão de alimentos gordurosos (58%) são vistas como as principais formas de controle do colesterol.

Outro dado preocupante é dos pacientes que precisam de um controle mais rígido do colesterol ruim (LDL), com histórico de infarto ou AVC: 68% não sabem que precisam manter o LDL abaixo dos 50mg/dL. Além disso, somente 34% dos diagnosticados com colesterol ruim utilizam medicamentos de controle e redução.

 

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