Infarto silencioso: veja os riscos e como se prevenir

Saúde
21 de Julho, 2023
Livia Yume Tanizaki
Revisado por
Nutricionista • CRN-3 45492
Infarto silencioso: veja os riscos e como se prevenir

Tão perigoso quanto um infarto comum, o infarto silencioso dá sinais muito sutis ou sequer deixa pistas de que aconteceu. Às vezes, a pessoa não percebe que está infartando e só descobre que teve o problema ao fazer um exame de rotina.

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O que é um infarto silencioso?

Primeiro, é importante relembrar ou saber o que é um infarto, tanto silencioso quanto o sintomático. Em resumo, a condição é o que popularmente conhecemos por ataque cardíaco, que ocorre quando o fluxo de sangue para o coração é interrompido ou comprometido. “Normalmente o infarto acontece por causa de uma obstrução de vasos e artérias que transportam sangue ao coração”, explica Alexandre Soeiro, cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. A princípio, os responsáveis por esse bloqueio são placas de gordura ou coágulos que atrapalham a circulação de sangue e oxigênio para o órgão.

Este cenário representa um infarto, cujos sintomas mais comuns são dor forte ou sensação de aperto e queimação no peito, falta de ar, suor excessivo, tontura, vômitos e, em alguns casos, perda temporária da consciência. “Contudo, no infarto silencioso, esses desconfortos não são evidentes. Então, o paciente desconhece que sofreu um infarto na hora e pode ter outros da mesma forma”, alerta Soeiro.

Como saber se tive um infarto silencioso?

De acordo com o cardiologista, é essencial ir ao médico para identificar se foi vítima de algum episódio. “Ao fazer exames de rotina, o médico avalia as alterações nos exames que são compatíveis com um infarto, que podem ser uma cicatriz ou fibrose no músculo do coração. Caso a pessoa não saiba da condição, provavelmente teve o infarto silencioso”, esclarece.

Inclusive, um estudo da American Heart Association aponta que 20% dos infartos são silenciosos e a maioria das vítimas ficam cientes da situação justamente quando vão ao médico fazer um check-up ou devido a outras queixas.

Nem sempre tão silencioso assim

Em alguns casos, o infarto pode ser, de fato, silencioso e não causar incômodos que levantem suspeitas. Por outro lado, homens e mulheres têm reações diferentes a um ataque cardíaco. Entre o público masculino, o infarto com sintomas agudos é mais comum; já entre as mulheres, o incidente pode ser mais discreto, com leves queimações no peito, dores de cabeça e uma sutil indisposição. Por essa razão, muitas acreditam que estão passando por uma crise de ansiedade ou mal estar temporário e dispensam a ida ao médico.

Soeiro ressalta que qualquer indivíduo pode ser vítima do incidente. Além das mulheres, pessoas com idade avançada e diabetes integram o grupo de risco.

Sinais para ficar de olho

Além dos sintomas acima, o infarto silencioso ou pouco óbvio pode provocar:

  • Queimação no estômago.
  • Dores nas costas.
  • Formigamentos no braço esquerdo e no pescoço.
  • Desconforto no peito durante o exercício que vai embora ao repousar.

Riscos e como se cuidar

O infarto silencioso é tão nocivo quanto o “clássico”. “Em geral, um único infarto silencioso costuma ser menos grave. O problema é que o paciente pode ter uma sucessão de episódios que podem levar à morte”, avisa o médico. Dentre os desfechos de um infarto, estão arritmias, insuficiência cardíaca e mais riscos de enfrentar outros ataques se não tomar os devidos cuidados.

Para evitá-lo ou se prevenir, Soeiro destaca o acompanhamento médico frequente, sobretudo se a pessoa tem alguma enfermidade cardíaca. Afinal, quaisquer alterações ou deficiências na anatomia do coração ou do sistema cardiovascular também são fatores de risco para um infarto. “Se o paciente não possui ou não sabe se tem algum problema, a recomendação é igualmente válida, porque se detectarmos alguma doença logo no início, evitamos complicações”, acrescenta.

Por fim, mas não menos importante: o estilo de vida tem um peso relevante no futuro de nossa saúde. “Atividade física, dieta equilibrada e o controle de enfermidades como a hipertensão e o diabetes fazem toda a diferença e podem reduzir a incidência de um infarto silencioso ou não”, finaliza o especialista.

Massagem cardíaca: qual é a importância e como fazer

Estar atento aos sinais de infarto silencioso e saber fazer massagem cardíaca pode salvar vidas, principalmente quando se trata do coração, cada segundo conta.

A técnica, também conhecida como ressuscitação cardiopulmonar (RCP), pode ser realizada por qualquer pessoa e consiste em comprimir o peito de uma vítima de parada cardíaca para manter o fluxo sanguíneo e oxigênio para o cérebro e órgãos vitais.

De acordo com o médico Vital Fernandes Araújo, as compressões devem ser realizadas no centro do peito, usando as palmas das mãos, com uma profundidade de cerca de 5 a 6 centímetros e a uma taxa de pelo menos 100 a 120 compressões por minuto.

“Saber realizar a massagem cardíaca é fundamental, pois pode fazer a diferença entre a vida e a morte em uma emergência. Quando uma pessoa sofre um infarto silencioso, as chances de sobrevivência aumentam significativamente se alguém próximo souber como realizar a RCP adequadamente até a chegada do atendimento médico”, ressalta Vital.

Cuidados

É importante destacar que a massagem cardíaca só deve ser realizada em casos de parada cardíaca, quando a vítima está inconsciente, sem pulso e sem respirar normalmente. Tentar realizar a RCP em uma pessoa que não precisa pode causar danos desnecessários e atrasar a assistência médica a quem realmente necessita.

Ao realizar a massagem cardíaca, é fundamental estar atento a qualquer sinal de retorno à consciência, como respiração normal ou movimentos da vítima. Se isso ocorrer, interrompa a RCP imediatamente e chame o serviço de emergência.

Fontes:

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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