Inchaço pós-covid: Joelma melhora após cuidar da microbiota intestinal
Depois de pegar Covid pela 5ª vez, Joelma tem de conviver com algumas sequelas do vírus em seu corpo. Por exemplo, a esofagite (uma infecção no tubo digestivo), gastrite, refluxo e até derrame ocular. No entanto, umas das maiores complicações foi um inchaço atípico que a cantora desenvolveu. Nesta terça-feira (29), em entrevista ao programa Encontro com Patrícia Poeta, Joelma revelou o que tem feito para tratar o inchaço pós-covid.
Segundo ela, o tratamento passa pela boca, isto é, tem relação direta com o que ela consome de alimentos, refletindo diretamente na microbiota intestinal.
“Durante dois anos fiz vários exames e não conseguia detectar nada. Estava tudo normal, e eu passando mal. Depois que eu comecei a cuidar da minha microbiota, a minha imunidade subiu. (…) Eu ainda estou cuidando das sequelas, principalmente o inchaço, que incomoda muito. O inchaço é alimentar. Quando eu me alimento, eu começo a inchar, por isso que eu estou cuidando da microbiota, do intestino e aí melhorou muito.”
Mas afinal, qual é a relação do intestino com as sequelas da Covid-19? Entenda.
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Afinal, Covid causa inchaço?
Alterações corporais como o inchaço pós-covid vivido por Joelma podem estar associadas à covid longa, quando os sintomas se prolongam após a infecção pelo coronavírus. Outro fator apontado como causador do inchaço são os procedimentos estéticos que ela já realizou no rosto.
Assim, depois de uma infecção por Covid-19, ou mesmo a vacinação, ocorre um processo inflamatório no organismo e ele pode interagir com o ácido hialurônico presente nos tecidos aplicados. Outro fator que pode estar relacionado ao inchaço refere-se a um dos principais medicamentos utilizados para tratar a covid-19: o corticoide. De acordo com os médicos, quando utilizado de maneira prolongada em doses elevadas, pode gerar efeitos adversos, como o chamado “face em lua cheia”, em que a pessoa fica com o rosto mais arredondado e inchado. Além disso, o medicamento também pode causar ganho de peso, por isso costuma ser recomendado apenas por um curto período.
Covid e intestino: qual é a relação?
Um intestino saudável reflete positivamente na saúde como um todo. Não é a toa, por exemplo, que o órgão seja conhecido como o “segundo cérebro”. Dessa forma, mesmo sendo uma doença descoberta recentemente e que ainda carece de estudos aprofundados sobre o seu funcionamento, a Covid também se relaciona com o intestino.
De acordo com o hospital americano Mayo Clinic, muitos pacientes relataram uma série de problemas digestivos após contrair o vírus. Por exemplo, náuseas leves, diminuição do apetite, constipação grave, intolerância alimentar ou reações físicas a certos alimentos.
Um estudo recente indicou que, de 147 pacientes sem problemas gastrointestinais anteriores, 16 por cento desenvolveram novos sintomas digestivos cerca de 100 dias após a infecção por Covid. Os sintomas mais comuns incluíram:
- Dor abdominal: 7,5 por cento
- Constipação: 6,8 por cento
- Diarreia: 4,1 por cento
- Vômito: 4,1 por cento
Por isso, aponta o hospital, uma pessoa que apresente esses sintomas como parte da síndrome pós-covid, ou covid longa, deve garantir uma boa hidratação e seguir uma dieta saudável.
“Recomendamos a dieta mediterrânea, com uma redução no consumo de alimentos processados. Em segundo lugar, evite usar muitos medicamentos sem prescrição para tratar os sintomas. Ocasionalmente, isso pode piorar o problema. Em vez disso, primeiro converse com seu médico para que ele desenvolva um plano de tratamento”, aponta o Dr. Greg Vanichkachorn, médico da Mayo Clinic.
Inchaço pós-covid: tratamento passa pelo intestino, diz Joelma
Diversos estudos consideram uma provável relação do microbioma humano com a Covid-19. Ao comprometer o equilíbrio do trato gastrintestinal e causar sintomas como diarreia, náuseas e vômitos, o COVID-19 pode impactar o eixo microbiota-intestino-pulmão e se estender para consequências sistêmicas.
A microbiota intestinal relaciona-se com a resposta imunológica do hospedeiro,ou seja, uma MI saudável ou desequilibrada (disbiose) pode contribuir para proteção contra infecções respiratórias, ou desenvolvimento de doenças infecciosas e inflamação crônica, respectivamente.
Nesse sentido, os alimentos prebióticos vêm como uma opção para melhora desta microbiota e sistema imune, já que, as bactérias irão fermentar esses carboidratos não digeríveis, produzindo ácidos graxos que irão regular, por exemplo, o sistema imune. Assim, alimentos como castanhas, peixes, leite e derivados, abacate, sementes de abóbora, maçã, couve e vegetais verdes-escuros, limão, acerola, aveia e outros que contém zinco, magnésio, selênio, polifenóis e fibras, são essenciais para modulação da microbiota e sistema imune.