Incapacidade neurológica pode ter relação com esclerose múltipla

Saúde
11 de Julho, 2022
Incapacidade neurológica pode ter relação com esclerose múltipla

O recente diagnóstico de esclerose múltipla de uma atriz de 49 anos causou surpresa em muita gente que ainda associava a doença a idosos extremamente comprometidos em suas capacidades físicas e mentais. Mas, na realidade, a esclerose múltipla é uma das principais causas de incapacidade neurológica em adultos jovens, já que costuma dar seus primeiros sinais entre os 20 e os 40 anos de idade, às vezes até um pouco antes.

A doença tem acometido cada vez mais gente: de 2013 para cá, os casos saltaram de 2,3 milhões para 2,8 milhões em 2020 no mundo todo, de acordo com o 3º mapeamento mundial de casos registrados na Federação Internacional de Esclerose Múltipla. Com diagnóstico precoce e os tratamentos atuais, a pessoa pode levar uma vida praticamente normal, evitando a perda de funções.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o cérebro e medula espinhal em que, por algum motivo, o próprio organismo ataca a bainha de mielina, uma capa que protege os nervos. Assim, a perda dessa proteção compromete a transmissão dos impulsos nervosos, o que leva a sintomas como formigamentos, fraqueza na mão ou na perna, visão embaçada ou dupla, tonturas, entre muitos outros. “Há uma inflamação e uma degeneração ao mesmo tempo que vai afetando os impulsos nervosos que controlam o organismo”, explica o neurologista Rodrigo Thomaz, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Embora não se conheça exatamente a causa, sugere-se que há uma predisposição genética. Ela é disparada por fatores ambientais tão diversos quanto o vírus Epstein-Barr, causador da mononucleose, e a falta de sol. Isso explica, inclusive, a sua maior incidência em países europeus, que têm menor incidência de radiação solar.

Leia mais: Esclerose múltipla: entenda a doença da atriz Guta Stresser

Incapacidade neurológica e esclerose múltipla

Uma vez instalada, a doença se torna crônica. “Ela tem um padrão cíclico, com episódios agudos e períodos de melhora”, explica Thomaz. Na enorme maioria dos casos, surge em forma de surtos com sintomas que variam muito de pessoa para pessoa, inclusive em intensidade e agressividade. No período entre os surtos, a doença continua lá e, então, com os anos, vai se tornando progressiva. Sem o devido controle, pode levar à perda total das funções.

“Tempo é cérebro”, lembra Thomaz. “Por isso, quanto mais precoce o diagnóstico, melhor. Assim é possível traçar estratégias com o uso de medicamentos para diminuir a atividade inflamatória que agride o cérebro”, explica. O objetivo é, sobretudo, evitar que a doença se desenvolva e controlar os surtos.

Por isso vale prestar atenção aos sintomas que os pesquisadores agora chamam de “fase prodrômica”. Esse é um período de 5 a 10 anos onde sintomas comuns a outras condições aparecem antes do primeiro surto clínico bem definido da doença, principalmente em adolescentes e adultos jovens.

Esses sintomas podem ser físicos como fadiga, dor, crises frequentes de cefaleia, infecções recorrentes. Mas também podem ser cognitivos, como perda de memória e atenção, ou até emocionais, como depressão e ansiedade. Na dúvida, vale investigar. A ressonância magnética e outros exames laboratoriais como o do líquor são capazes de diagnosticar a esclerose múltipla.

Fonte: Agência Einstein

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