Como os hormônios femininos atuam em cada fase da vida
É muito importante saber quais são os principais hormônios femininos e como eles influenciam a rotina e a saúde da mulher. Afinal, em diferentes períodos do mês, o organismo da mulher passa por ciclos com variações dos hormônios.
Por isso, veja quais são os principais hormônios femininos e a função de cada um deles, logo abaixo!
Quais são os principais hormônios femininos?
De acordo com a Dra Jaqueline Pais, endocrinologista do Hospital Icaraí, os principais hormônios femininos são o estrogênio e a progesterona, produzidos pelos ovários.
- Estrogênio: é produzido pelos folículos do ovário. Assim, atua no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários: crescimento de mamas e distribuição da gordura corporal tipicamente feminina;
- Progesterona: é produzida pelo corpo lúteo (estrutura que se forma a partir do folículo). Desse modo, a principal função da progesterona está relacionada ao preparo endometrial, camada interna do útero, para o recebimento do embrião, estimulando também o preparo das mamas para a produção do leite materno;
- Hipotálamo: libera o hormônio de liberação das gonadotrofinas (GNRH), que estimula a liberação pulsátil do hormônio luteinizante (LH) e do hormônio folículo-estimulante (FSH), que atuam na produção ovariana do estradiol e da progesterona.
“Esses estão envolvidos na regulação da função ovariana e no controle do ciclo reprodutivo”, acrescenta a endocrinologista.
Exames para medir os hormônios femininos
Assim, a Dra Jaqueline Pais explica que além do exame clínico/ginecológico, os exames complementares solicitados para avaliação hormonal da mulher são:
- FSH;
- LH;
- Estradiol (deve ser realizado preferencialmente até o quinto dia do ciclo menstrual);
- Progesterona (que só deve ser colhida após o 14º dia da menstruação, pois é nesta fase que se espera que ela esteja ao nível maior);
- TSH;
- Por fim, T4 livre (hormônio produzido pela tireoide, que influencia o ciclo menstrual).
“É importante também a realização de uma ultrassonografia pélvica para avaliação do útero e dos ovários”, acrescenta.
Leia também: Pielonefrite: Entenda o motivo da internação de Flávia Pavanelli
Hormônios femininos durante cada fase da vida
Todos os corpos passam por alterações hormonais constantemente ao longo do dia. Durante uma refeição, por exemplo, o pâncreas produz o hormônio insulina que ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue.
Por outro lado, ao passar por uma situação de susto, como pisar no freio para evitar uma batida de carro, as glândulas suprarrenais bombeiam o hormônio adrenalina (epinefrina) para ajudar a agir rapidamente.
Além disso, a glândula pineal trabalha para produzir o hormônio melatonina que ajuda a reparar a noite de sono.
Portanto, entenda como os principais hormônios femininos agem durante cada fase da vida, abaixo:
Durante a puberdade
De acordo com a especialista, o estágio inicial da puberdade (8 a 13 anos) envolve o desenvolvimento das mamas femininas, acompanhado do crescimento do ovário e dos folículos.
“Esse processo é seguido pelo crescimento dos pelos púbicos e axilares, induzido pelos androgênios e estrogênios. Além disso, há o início da menstruação”, comenta.
Na gravidez
Por outro lado, na gravidez, a endocrinologista do Hospital Icaraí informa que acontece um aumento dos níveis de estrogênio e progesterona.
“Após o parto, algumas mulheres podem apresentar depressão pós-parto, decorrente da queda hormonal e também da diminuição da serotonina no cérebro”, alerta.
Hormônios das mulheres em idade reprodutiva
A menacme é o período em que a mulher se encontra em idade fértil. Inicia-se com a puberdade e vai até a menopausa.
Assim, nessa fase da vida, a mulher pode ficar grávida e, quanto mais cedo, maior a chance de gravidez. O declínio da chance ocorre depois dos 35 anos.
O LH é um hormônio produzido pela hipófise e que, nas mulheres, é responsável pelo amadurecimento dos folículos, pela ovulação e pela produção de progesterona, ou seja, possui um papel fundamental na capacidade reprodutiva da mulher. Ele antecede a ovulação, que acontece geralmente 36 horas após a subida desse hormônio no sangue.
Hormônios na menopausa
A Dra Jaqueline Pais explica que a OMS (Organização Mundial da Saúde) define a menopausa como parada permanente dos ciclos menstruais que decorre da perda da função ovulatória.
Considera-se menopausa quando a mulher fica 12 meses em amenorreia (ausência da menstruação). O diagnóstico é clínico. Costuma ocorrer entre 45 e 55 anos, sendo a maioria dos casos em torno dos 50 anos.
“Mais de 75% das mulheres relatam queixas na fase de transição menopausal, sendo que os principais são os sintomas vasomotores, sudorese noturna e irregularidade menstrual. Ademais, outros sintomas incluem secura vaginal, dispareunia (dor durante a relação sexual), irritabilidade e insônia”, acrescenta.
Atualmente, com o aumento da expectativa de vida, as mulheres passam um terço de suas vidas na condição de falência ovariana, que se refere à perda da capacidade reprodutiva do ovário.
O que é desregulação hormonal?
A especialista informa que a desregulação hormonal feminina é quando os hormônios não estão equilibrados, onde um desequilíbrio endocrinológico pode ser o culpado.
“Ter muito de um hormônio (também conhecido como hiperfunção) ou, então, não ter hormônio o suficiente (conhecido como hipofunção) pode causar problemas”, lembra.
Os principais sintomas de uma desregulação hormonal são:
- Ausência de menstruação (amenorreia);
- Irregularidade menstrual;
- Além disso, excesso de pelos (hirsutismo);
- Acne; alopecia;
- Ondas de calor (fogachos);
- Falta de disposição;
- Irritabilidade;
- Ademais, fadiga;
- Diminuição de libido;
- Queda da serotonina;
- Depressão;
- Nervosismo;
- Raiva;
- Ansiedade;
- Baixa autoestima;
- Distúrbios do sono.
Leia também: Gordura no fígado em crianças: como evitar?
Como é o tratamento de reposição hormonal?
Por fim, a endocrinologista completa que o tratamento de reposição hormonal feminina compreende modificações do estilo de vida, como a prática de exercícios, ioga e técnicas de relaxamento que possam melhorar o sono e reduzir o estresse.
“Alguns antidepressivos podem ser usados e/ou terapia de reposição hormonal. Os benefícios da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) podem exceder os riscos quando iniciada antes dos 60 anos e com menos de 10 anos de menopausa, sendo o grupo alvo mulheres entre 50 e 59 anos”, lembra.
Contudo, Dr Jaqueline Pais orienta que mulheres acima de 60 anos, em geral, não devem iniciar o TRH: “a terapia hormonal (estrogênio, progestágeno, ou ambos) é o tratamento mais eficaz para os sintomas da menopausa. Isso porque ela é usada para aliviar ondas de calor moderadas a graves e para aliviar os sintomas devido à atrofia vulvovaginal”, diz.
Vale lembrar, no entanto, que médicos devem determinar o tipo, a dose, a via de administração e a duração mais apropriados, com base nos objetivos do tratamento e nos riscos para a saúde individual.
Fonte: Dra. Jaqueline Pais, endocrinologista do Hospital Icaraí.