Hailey Bieber, que tem histórico de AVC, está grávida. Veja riscos e cuidados
Na semana passada (09/05), o cantor Justin Bieber e a esposa, Hailey, anunciaram que estão esperando um bebê. Hailey, mamãe de primeira viagem, sofreu um derrame há dois anos, episódio que a fez passar por uma cirurgia cardíaca. Apesar de já terminado o tratamento, a notícia levantou certa dúvida: quais os cuidados que mulheres com histórico de AVC ou cardiopatias devem ter durante a gravidez?
Hailey Bieber está grávida
A novidade foi compartilhada pelo casal por meio de uma publicação no Instagram. Nela, a companheira de Justin Bieber já aparece com a barriguinha proeminente. As comemorações foram acompanhadas por uma renovação de votos dos dois, e os fãs foram à loucura.
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Vale relembrar que, em 2022, Hailey foi ao seu canal do YouTube contar aos seguidores que teve que passar por um procedimento no coração após sofrer o chamado mini-AVC (acidente isquêmico transitório). Felizmente, o incidente foi passageiro e não deixou sequelas.
Contudo, ao investigar as causas do derrame, a modelo descobriu que tinha forame oval patente (FOP), uma espécie de “buraquinho” no coração que os fetos têm na barriga da mãe, mas que se fecha meses após o nascimento em 75% dos casos.
Normalmente, quem apresenta FOP na vida adulta não desenvolve nenhuma condição de saúde ou sintoma decorrente do problema. Porém, em casos mais raros, a passagem de sangue entre os átrios pode fazer com que algum coágulo se forme e vá para o cérebro. Dessa forma, ocorre o AVC. Hailey realizou uma cirurgia para fechar o FOP.
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Histórico de AVC e gravidez
Para a médica ginecologista e obstetra Dra Maria Carolina Dalboni, gestantes com histórico de AVC ou alguma cardiopatia são encaixadas no grupo de alto risco pelo simples fato de já terem passado por alguma alteração cardiológica ou cerebral.
No entanto, a especialista ressalta que tudo vai depender do estado de saúde da mulher naquele momento. “Por isso a importância do acompanhamento médico adequado. A gente precisa pesquisar trombofilias, doenças arteriais, se a mulher foi tabagista, se a cardiopatia ainda está presente ou se ela ficou com alguma sequela do AVC”, explica.
As consultas pré-natal, que geralmente são mensais, devem acontecer a cada 15 dias nesses casos. Os exames laboratoriais também podem ser mais frequentes e específicos, visando verificar a saúde do coração ou predisposição ao desenvolvimento de trombos.
Assim, se a mulher estiver clinicamente bem, a obstetra conta que é possível conversar sobre a preferência do tipo de parto. “Claro que, em algumas cardiopatias, a gente recomenda a cesariana. Isso porque durante o parto normal, há um esforço materno muito grande que eleva a frequência cardíaca e pode aumentar o risco de complicações.”
Mas em casos nos quais a mulher está saudável, não apresenta sequelas e ficou totalmente curada, a médica afirma que um parto normal é totalmente possível – desde que bem acompanhado. “Isso precisa ser bem conversado entre médico e paciente. Um AVC anterior com a paciente saudável não é uma contraindicação absoluta para o parto normal, apesar de a cesariana ser um caminho mais tranquilo”, ela finaliza.
Fonte: Dra Maria Carolina Dalboni, médica ginecologia e obstetra.