Herpes labial: o que é, sintomas, causas e tratamento

Saúde
11 de Julho, 2022
Herpes labial: o que é, sintomas, causas e tratamento

O herpes labial virou assunto nas redes sociais no começo de 2022, quando Eliezer, ex-participante do Big Brother Brasil, beijou Natália, também ex-BBB, enquanto estava com as lesões causadas pelo vírus sangrando. Desde então, o tema voltou à tona. A infecção é muito comum e acomete cerca de 2 milhões de brasileiros por ano. Mas, você sabe o que é o herpes labial? 

O herpes é uma infecção causada pelo Herpes simplex vírus, mais conhecido como HSV tipo 1, entretanto, também pode ser causada pelo HSV tipo 2, mais comum na região genital, porém pode afetar os lábios.

Assim, o contato com o vírus ocorre na infância, contudo, a doença pode demorar para se manifestar, de acordo com Lais Leonor, dermatologista da clínica Dr. André Braz. Dessa forma, ela explica que o vírus atravessa a pele e, percorrendo um nervo, se instala no organismo de forma inativa, até que venha ser reativado.  

“A reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores desencadeantes, tais como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica. Algumas pessoas têm maior possibilidade de apresentar os sintomas do herpes. Outras, mesmo em contato com o vírus, nunca apresentam a doença, pois sua imunidade não permite o seu desenvolvimento”, conta Leonor. 

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (ONU) mostra que 3.7 bilhões de pessoas com idades menores a 50 anos já se contaminaram com o vírus. Isso equivale a 67% da população mundial. Ou seja, mesmo que você tenha contato com o vírus, ele não vai, necessariamente, ficar ativo no corpo, mas você continua sendo um portador. 

Sintomas do herpes labial 

  • Coceiras e ardência nos lábios ou ao redor da região;
  • Formigamento; 
  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Perda de apetite; 
  • Dor na região;
  • Pequenas bolhas ou vesículas agrupadas (formando um buquê) sobre a área avermelhada e inchada;

“Geralmente não cursa com sintomas sistêmicos, exceto na primeira infecção, onde o paciente pode apresentar febre e estomatite. Depois da primeira infecção, o vírus do herpes permanece dormente (latente) no corpo e pode ser periodicamente reativado e causar sintomas”, explica Fabiana Seidl, dermatologista. 

Leia também: Tosse seca: tipos, causas e como tratá-la

Transmissão do herpes labial

“Durante o período do vírus ativo, as bolhas se rompem, liberam um líquido rico nesse vírus e formam uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença”, explica Lais Leonor, dermatologista. .

É indicado evitar contato físico como beijos, sexo oral, abraços ou apertos de mão sem antes se higienizar corretamente. Tudo isso pode causar a transmissão do vírus facilmente. Mesmo que as bolhas não estejam rompidas, siga evitando essas práticas. Assim como vimos com Eliezer e Natália no BBB 2022, durante o beijo, as bolhas podem se romper, espalhando líquido viral e sangue para o outro. 

”Não precisa nem ser através do beijo, como comumente as pessoas falam, mas pelo uso de objetos compartilhados, como copo ou batom, por exemplo”, explica o dermatologista Werick França. 

Tratamento 

É indicado que o tratamento comece pelo primeiro sinal da herpes. Dessa forma, o surto se apresentará com menor intensidade e também duração. O dermatologista Werick França explica que o próprio sistema imunológico combate o herpes. “Em casos que os sintomas incomodem muito o paciente, o médico pode indicar o uso de pomadas com corticoides para tratar a parte externa”, diz.

Pomadas como Aciclovir e Fanciclovir, muito utilizadas para o tratamento do herpes, são encontradas com facilidade em farmácias. Contudo, é recomendado seguir as indicações médicas e conferir se é uma opção para o seu caso. 

“Pode ser necessária a prescrição de antiviral oral, dependendo do tempo de início dos sintomas. Também pode ser necessário fazer profilaxia para evitar recorrências constantes”, explica a dermatologista Fabiana Seidl. 

O surto aparece quando a imunidade está baixa. Por isso, é muito importante manter uma dieta saudável, com alimentos ricos em vitaminas e nutrientes. Além disso, praticar exercícios físicos também contribui para que os surtos não sejam frequentes. Por fim, o surto do herpes labial dura cerca de 5 a 10 dias. 

Qual médico procurar?

O médico dermatologista é quem orienta o tratamento do vírus da herpes labial. Sendo assim, ele pode solicitar exames de sangue para confirmar o diagnóstico. Então, avalia o caso para entender qual medicamento deve ser usado. 

O vírus tem cura?

Não. O herpes labial não tem cura. O vírus pode ficar inativo por muitos anos, mesmo após um surto, contudo, ainda não há como eliminar o HSV do corpo. 

Cuidados e como prevenir

  • Evite furar as vesículas;
  • Evite beijar ou falar muito próximo de outras pessoas, principalmente de crianças se a localização for labial;
  • Não compartilhe copos, batons ou itens pessoais; 
  • Evite exposição ao sol sem filtro solar; 
  • Mantenha os lábios hidratados; 
  • Evite arrancar peles da boca; 
  • Mantenha uma alimentação saudável;
  • Faça exercícios físicos; 
  • Lave sempre bem as mãos após manipular as feridas, afinal, o vírus pode se espalhar facilmente em mucosas e região genital.

Referências: Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde; Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

Fontes: Fabiana Seidl, dermatologista (CRM: 5287852-9 RJ); Lais Leonor, dermatologista da clínica André Braz (CRM: 1003046-RJ); Werick França, dermatologista (CRM: 158910-SP).

Sobre o autor

Gabriela Ferreira
Jornalista e Repórter da Vitat.

Leia também:

chás para desintoxicar o fígado
Alimentação Bem-estar Saúde

Como desintoxicar o fígado? Veja 5 melhores opções de chá

Confira as opções de bebidas quentes que trazem benefícios para a saúde hepática

homem sentado na cama, ao lado da cabeceira, com as mãos na cabeça, tendo dificuldade para dormir
Bem-estar Saúde Sono

Problemas para dormir? Estudo relaciona a qualidade do sono com condições crônicas

A irregularidade do sono está diretamente relacionada ao risco aumentado de doenças crônicas, como obesidade.

bruxismo
Saúde

Bruxismo: será que você tem? Veja principais tratamentos

Bruxismo, o ato involuntário de ranger os dentes, pode afetar até quem não imagina conviver com ele. Veja como descobrir se é o seu caso