Hepatite aguda infantil e Covid-19: existe relação entre a doença e a vacina?
Quando o assunto discutido é hepatite aguda infantil e Covid-19, uma das dúvidas que surge entre os pais de crianças pequenas é sobre a possibilidade da vacina contra o coronavírus ser responsável pelo surto da doença. No entanto, a relação não é defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e há uma boa explicação por trás disso.
“As hipóteses relacionadas aos efeitos colaterais das vacinas contra covid-19 não têm sustentação pois a maioria das crianças afetadas não foi imunizada contra o coronavírus”, enfatiza o comunicado da OMS, publicado em 23 de abril.
A Agência Nacional de Saúde do Reino Unido defende o mesmo, afirmando não haver nenhuma ligação entre os casos de hepatite aguda infantil e a imunização contra a Covid-19, já que a maioria dos infectados tem menos de cinco anos e por isso não receberam nenhuma dose da vacina contra a doença pandêmica.
Até o momento, 20 países diferentes tiveram mais de 300 casos de hepatite aguda infantil notificados, sendo o Reino Unido com o maior número de evidências: 193. No Brasil, 20 quadros estão sendo investigados.
Ainda de acordo com a OMS, o público afetado pela hepatite aguda tem entre um mês e 16 anos, 17 precisaram de um transplante de fígado e apenas uma morte foi confirmada – mas ainda sem mais detalhes sobre o ocorrido.
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Afinal, o que tem causado a hepatite aguda infantil?
Com a ligação com a vacina contra Covid-19 descartada, a causa da doença continua sendo investigada. O que já se sabe é que nenhum dos casos está associado aos vírus responsáveis pelas variações mais comuns da hepatite, como a A, B, C, D e E.
Além disso, 74 testes acusaram a presença de um adenovírus e 18 revelaram ser do tipo 41F. O SARS-Cov-2 também foi observado em 20 quadros e 19 tiveram a presença de uma co-infecção pelos dois tipos de vírus.
“No Reino Unido, onde a maioria dos casos foi relatada até o momento, observou-se um aumento significativo nas infecções por adenovírus na comunidade (detectado em amostras fecais de crianças), após baixos níveis de circulação no início da pandemia da Covid-19”, pontua o relatório da OMS. O mesmo cenário foi observado na Holanda.
O que não se sabe, por exemplo, é se esse aumento é pelo acréscimo de quadros nos países ou por que os testes começaram a ficar mais precisos, revelando a presença do adenovírus. Assim, começam a surgir algumas suposições sobre o que pode estar causando a hepatite aguda infantil, mas sem nenhuma conclusão.
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Atenção aos sinais da doença!
A OMS tranquiliza pais e mães porque a escala de casos ainda é pequena. Contudo, é preciso estar atento aos principais sintomas da doença para reconhecê-la e notificá-la quando necessário.
A seguir, estão os principais sinais que indicam a hepatite aguda em crianças, de acordo com a agência de saúde do Reino Unido:
- Urina escura;
- Fezes pálidas ou cinzas;
- Coceira na pele;
- Olhos e pele amarelados (icterícia);
- Dores musculares e nas articulações;
- Temperatura alta;
- Enjoo e náuseas;
- Cansaço o tempo todo fora do normal;
- Perda de apetite;
- Dor de barriga.
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