Hepatite aguda infantil e Covid-19: existe relação entre a doença e a vacina?

Saúde
12 de Maio, 2022
Hepatite aguda infantil e Covid-19: existe relação entre a doença e a vacina?

Quando o assunto discutido é hepatite aguda infantil e Covid-19, uma das dúvidas que surge entre os pais de crianças pequenas é sobre a possibilidade da vacina contra o coronavírus ser responsável pelo surto da doença. No entanto, a relação não é defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e há uma boa explicação por trás disso.

“As hipóteses relacionadas aos efeitos colaterais das vacinas contra covid-19 não têm sustentação pois a maioria das crianças afetadas não foi imunizada contra o coronavírus”, enfatiza o comunicado da OMS, publicado em 23 de abril.

A Agência Nacional de Saúde do Reino Unido defende o mesmo, afirmando não haver nenhuma ligação entre os casos de hepatite aguda infantil e a imunização contra a Covid-19, já que a maioria dos infectados tem menos de cinco anos e por isso não receberam nenhuma dose da vacina contra a doença pandêmica.

Até o momento, 20 países diferentes tiveram mais de 300 casos de hepatite aguda infantil notificados, sendo o Reino Unido com o maior número de evidências: 193. No Brasil, 20 quadros estão sendo investigados.

Ainda de acordo com a OMS, o público afetado pela hepatite aguda tem entre um mês e 16 anos, 17 precisaram de um transplante de fígado e apenas uma morte foi confirmada – mas ainda sem mais detalhes sobre o ocorrido.

Leia mais: Hepatite desconhecida em crianças: o que se sabe até agora?

Afinal, o que tem causado a hepatite aguda infantil?

Com a ligação com a vacina contra Covid-19 descartada, a causa da doença continua sendo investigada. O que já se sabe é que nenhum dos casos está associado aos vírus responsáveis pelas variações mais comuns da hepatite, como a A, B, C, D e E.

Além disso, 74 testes acusaram a presença de um adenovírus e 18 revelaram ser do tipo 41F. O SARS-Cov-2 também foi observado em 20 quadros e 19 tiveram a presença de uma co-infecção pelos dois tipos de vírus.

“No Reino Unido, onde a maioria dos casos foi relatada até o momento, observou-se um aumento significativo nas infecções por adenovírus na comunidade (detectado em amostras fecais de crianças), após baixos níveis de circulação no início da pandemia da Covid-19”, pontua o relatório da OMS. O mesmo cenário foi observado na Holanda.

O que não se sabe, por exemplo, é se esse aumento é pelo acréscimo de quadros nos países ou por que os testes começaram a ficar mais precisos, revelando a presença do adenovírus. Assim, começam a surgir algumas suposições sobre o que pode estar causando a hepatite aguda infantil, mas sem nenhuma conclusão.

Leia mais: Conheça os sintomas da hepatite aguda em crianças

Atenção aos sinais da doença!

A OMS tranquiliza pais e mães porque a escala de casos ainda é pequena. Contudo, é preciso estar atento aos principais sintomas da doença para reconhecê-la e notificá-la quando necessário.

A seguir, estão os principais sinais que indicam a hepatite aguda em crianças, de acordo com a agência de saúde do Reino Unido:

  • Urina escura;
  • Fezes pálidas ou cinzas;
  • Coceira na pele;
  • Olhos e pele amarelados (icterícia);
  • Dores musculares e nas articulações;
  • Temperatura alta;
  • Enjoo e náuseas;
  • Cansaço o tempo todo fora do normal;
  • Perda de apetite;
  • Dor de barriga.

Leia mais: Como proteger as crianças da hepatite aguda desconhecida?

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