Hemangioma hepático: quais sintomas e como tratar?

Saúde
22 de Setembro, 2022
Hemangioma hepático: quais sintomas e como tratar?

Ouvir que existe um tumor em qualquer parte do corpo é motivo para pânico, no entanto, esse nem sempre é o caso. Existem inúmeros tumores que, apesar de receberem esse nome tão indesejável, são benignos. É o caso do hemangioma hepático. 

Esse tumor benigno é um dos mais comuns. Geralmente é assintomático e costuma ser diagnosticado durante os exames de rotina, no chamado diagnóstico incidental. E veja que interessante: as estimativas dizem que entre 0,4 a 20% da população seja portadora de hemangiomas hepáticos. 

“Eles podem aparecer como uma única lesão, mas, muitas vezes, apresentam-se como múltiplos nódulos no fígado”, explica Rodrigo Surjan, médico-cirurgião do Hospital Nove de Julho. “Seu tamanho pode variar entre 1 milímetro a, até mesmo, 50 centímetros. Apesar de a causa não ser conhecida, ele surge de uma má-formação de vasos sanguíneos. Assim, se trata, basicamente, de um nódulo constituído de um espaço repleto de sangue.”

Sintomas e complicações do hemangioma hepático

Na maioria esmagadora das vezes, esses hemangiomas não causam sintomas – por isso que, em boa parte dos casos, o diagnóstico acontece “sem querer”, durante exames de rotina. 

Porém, segundo o médico, quando essas lesões são de grande volume – isto é, quando os hemangiomas são gigantes, com mais de 5 centímetros -, podem começar a gerar sintomas no corpo. 

“Os sintomas mais comuns são dor abdominal, desconforto abdominal e plenitude do lado direito do abdome”, explica. “Tumores com mais de 10 centímetros podem causar distensão do abdome. Algumas vezes, quando estes tumores se encontram do lado esquerdo do fígado, podem comprimir o estômago, resultando em náuseas, inapetência, vômitos e sensação de empachamento após alimentação. Sintomas mais raros são febre, amarelamento da pele e falta de ar.”

Apesar de ser benigno e causar sintomas apenas quando maior que 5 centímetros, esses tumores podem gerar algumas complicações. A mais grave é a chamada síndrome de Kasabach-Merritt. Apesar de rara (acontece em 0,3% dos portadores de hemangiomas do fígado), trata-se de um distúrbio da coagulação com até mesmo risco de morte. 

“Outra complicação potencialmente muito grave é a rotura espontânea ou mesmo como resultado de trauma abdominal, mas esta é extremamente rara”, tranquiliza o médico. 

Leia também: Hemangioma: o que é, sintomas, causas e tratamento

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do hemangioma hepático acontece, via de regra, durante exames de rotina. Ou seja, ele é descoberto em um exame de imagem realizado com outro objetivo ou durante a realização de um check-up. 

“Geralmente o exame inicial é uma ultrassonografia de abdome”, diz. “Apesar de quase sempre os hemangiomas hepáticos terem aspecto característico na ultrassonografia abdominal (uma lesão com contornos bem definidos e de aspecto ultrassonográfico que chamamos de hiperecóide), sua especificidade (capacidade de chegar realmente ao diagnóstico correto) é de apenas 60%. Desta forma, sempre que possível, lançamos mão da realização de exames de imagem com utilização de contraste intravenoso, como a tomografia de abdome ou ressonância magnética de abdome.”

Na maioria dos casos, esses exames já são suficientes para o diagnóstico, e a realização de biópsias acontecem somente em casos muito específicos.

Por conta das suas características, também na maior parte dos casos essa condição de saúde não exige qualquer tipo de tratamento ou acompanhamento. Apenas os tumores maiores de 5 centímetros merecem atenção maior, principalmente em relação ao potencial ritmo de crescimento. 

“O tratamento é reservado para aqueles casos sintomáticos – por exemplo, com compressão de estômago que impossibilite o paciente de se alimentar adequadamente – ou com complicações, como casos de sangramento para dentro da cavidade abdominal ou síndrome de Kasabach-Merrit”, explica o Dr. Rodrigo. 

Quando pensamos em tratamento dos hemangiomas, a principal forma é por meio de cirurgia, seja ela por via convencional (cirurgia aberta) ou por formas minimamente invasivas, como a laparoscopia ou a cirurgia robótica. 

Existem também formas não cirúrgicas de tratamento dos hemangiomas hepáticos, como procedimentos por via endovascular, ablação por radiofrequência (inserção de uma agulha que emite energia térmica dentro da lesão), dentre outros. 

Fonte: Rodrigo Surjan, médico-cirurgião do Hospital Nove de Julho

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