Sinusite, Covid-19 ou gripe? Saiba diferenciá-los
Em meio à pandemia da Covid-19 e uma nova variante (a ômicron), a população brasileira também está tendo que lidar com um novo surto de vírus respiratório: Influenza. Assim, surge a dúvida: gripe, coronavírus ou sinusite?
Porém, identificar os sintomas corretos pode ser difícil. Pensando nisso, o infectologista e membro da Doctoralia, Dr Ricardo Paul Kosop, esclarece as diferenças entre as síndromes respiratórias e o que fazer diante dos respectivos diagnósticos. Confira:
Como podemos diferenciar a Covid-19, a gripe e a sinusite?
Os sintomas dos três problemas são muito semelhantes. Isto é, todos podem se manifestar como tosse, coriza e, às vezes, até febre, entre outras ocorrências respiratórias. Por isso, clinicamente é muito difícil fazer a diferenciação entre uma simples rinossinusite alérgica exacerbada e um quadro de gripe pelo vírus influenza ou até mesmo da Covid-19. Alguns sintomas podem ser típicos e auxiliam na diferenciação, como no caso da rinite alérgica, que é subitamente descompensada pela exposição a algum fator que o paciente sabidamente já seja alérgico. Mas isso não garante completamente o diagnóstico.
E, como estamos em uma pandemia, todo e qualquer sintoma respiratório dito “novo” deve ser investigado para confirmar ou negar o diagnóstico da Covid-19. Afinal, este é o vírus com maior circulação no momento e tem grande impacto coletivo. Sendo assim, o teste ajuda tanto no diagnóstico e no tratamento do paciente, como também na orientação de isolamento dele e de seus contactantes.
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Como contraímos a gripe? E como podemos cuidar?
A Gripe, ou “síndrome gripal”, é o conjunto de sinais e sintomas típicos de uma infecção das vias aéreas superiores. Assim, os sintomas comuns incluem tosse, coriza, dor de garganta, obstrução nasal, podendo haver febre, que se inicia em poucas horas ou dias, durando em média 5 a 7 dias. Normalmente, é causada por vírus de transmissão respiratória, através da fala, tosse, espirros, secreção nasal e contato direto entre as mãos contaminadas e o nariz, boca ou olhos.
Na síndrome gripal, o tratamento normalmente é feito com medicações sintomáticas como antigripais, analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios. Além disso, é importante garantir a vacinação anual contra Influenza, que é o vírus causador da gripe e pode levar a quadros mais graves em pacientes dos grupos de risco ou com doenças crônicas. A síndrome gripal também pode ser causada por outros vírus respiratórios. Por isso, as demais medidas de controle e prevenção devem ser sempre seguidas.
E uma crise de sinusite? Qual o melhor tratamento?
A sinusite é um termo que especificamente fala da inflamação dos seios paranasais, que estão em íntima relação com a cavidade nasal. Por isso, pode ser chamada de “rinossinusite”, pois os sinais e os sintomas da sinusite e da rinite se sobrepõem. As “crises” de sinusite podem ocorrer em pessoas que já apresentam rinite alérgica prévia e que são expostas a algum desencadeante específico. Como pó, pólen, cheiros fortes ou outros, mas também pode ser desencadeada por um resfriado comum ou uma síndrome gripal.
Em casos de sinusite, o mais importante é manter-se bem hidratado, realizar a limpeza do nariz com soro fisiológico e tratar a causa do quadro. No caso de rinites alérgicas, por exemplo, vale evitar exposição a fatores desencadeantes e tratar com medicações adequadas. Isso inclui antialérgicos ou corticoide nasal — tanto na crise aguda quanto no controle da doença a longo prazo. No entanto, conforme a evolução e a gravidade dos sintomas, pode ser necessário o tratamento com antibióticos, mas para isso é preciso passar por avaliação médica.
Pessoas com alto risco de complicações, como crianças abaixo de 5 anos, idosos, gestantes e portadores de asma, diabetes ou doença cardíaca devem consultar um médico para avaliar o tratamento.
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Fonte: Dr. Ricardo Paul Kosop, infectologista.