Gêmeos de pais diferentes? Entenda como isso é possível

Embora inusitado, o caso aconteceu em Mineiros, Goiás. Uma jovem de 19 anos, que preferiu não se identificar, acabou dando à luz gêmeos de pais diferentes. A situação é rara, mas realmente pode acontecer e se chama superfecundação heteroparental.

O que se sabe da história é que a jovem se envolveu com dois homens diferentes, no mesmo dia, e acabou engravidando de ambos. De acordo com Geraldo Caldeira, ginecologista e obstetra, isso é possível quando a mulher produz dois óvulos no mesmo ciclo menstrual. Assim, ela pode acabar tendo gêmeos do mesmo pai.

“Nesse caso especificamente, como ela teve relações sexuais com pessoas diferentes, ela engravidou de parceiros diferentes”, completa Dr. Geraldo. Dessa forma, os bebês se desenvolvem juntos durante a gravidez, no entanto, cada um tem a sua placenta.

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A descoberta dos gêmeos de pais diferentes

Pela raridade da situação, dificilmente suspeita-se que irmãos gêmeos são de pais diferentes. No entanto, caso surja a dúvida, a saída apontada pelo obstetra é a realização de um teste de DNA. Nesse caso, as possíveis figuras paternas devem ir ao laboratório, colher o material, bem como os bebês e esperar o resultado.

Foi isso que a jovem de Goiás precisou fazer. Ela contou ao G1 que os pequenos sempre foram parecidos. No entanto, ao longo do desenvolvimento deles, começaram a surgir dúvidas em relação às paternidades. Assim, quando eles tinham oito meses, ela realizou o teste de DNA. No resultado, constou que apenas um dos bebês era filho daquele homem ali, presente.

Inicialmente, pensou-se que o exame podia ter algum erro. Então, decidiram refazê-lo. Só que, mais uma vez, o resultado foi de que aquele homem só era pai de um dos bebês. Embora surpresa com a situação, a jovem de 19 anos lembrou de outra pessoa com quem havia se relacionado no mesmo dia e a chamou para fazer o teste. Foi nesse momento que eles descobriram que o outro pequeno era filho desse novo homem.

“Eu fiquei surpresa com os resultados. Não sabia que isso podia acontecer. Eles são muito parecidos”, disse a jovem ao G1.

Fonte:

• Dr. Geraldo Caldeira, ginecologista e obstetra, membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), e membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH). Médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa Joana.