Fórmula para bebês: quando é necessário recorrer a elas?

Gravidez e maternidade Saúde
07 de Agosto, 2023
Fórmula para bebês: quando é necessário recorrer a elas?

Apesar dos inúmeros benefícios do leite materno — comprovados pela ciência –, muitas mães ainda têm dúvidas quanto à amamentação. Além disso, a primeira aparência do leite (colostro), com aspecto aguado e transparente retoma a crença equivocada de que talvez a amamentação não seja nutritiva o suficiente para permitir que os pequenos ganhem peso de forma adequada nos primeiros meses de vida. Isso leva algumas famílias a considerarem a utilização de fórmulas para bebês como uma alternativa. Mas afinal, quando elas realmente são bem-vindas? Continue lendo e entenda.

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Fórmula para bebês: quando ela é bem-vinda?

Segundo a médica pediatra Marina Noia, a introdução da fórmula na alimentação dos bebês é indicada em casos em que a mãe é HIV+, possui doenças graves, como galactosemia, baixa produção de leite da mãe ou outras condições que impossibilitem o recebimento do leite materno. 

Quando o aleitamento materno é inviável, é importante diferenciar a fórmula infantil dos compostos lácteos:

“Compostos lácteos não são indicados para crianças menores de 1 ano. Já as fórmulas infantis, que são consideradas de partida, cadastradas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), são destinadas à alimentação de lactentes sob prescrição do profissional de saúde. Elas são classificadas por números, de acordo com a idade prescrita pelo médico que acompanha a criança”, explica.

Alimentação dos bebês: Fissura nos seios é indicação de fórmula?

De acordo com a pediatra, uma dúvida bastante comum nos consultórios é se as fissuras nos seios impossibilitam a amamentação. No entanto, ela tranquiliza: “Popularmente conhecido como ‘peito rachado’,  a situação acontece devido à técnica incorreta de pega ao seio materno. Portanto, devemos orientar essa mãe à técnica correta, bem como a mudança de posição do bebê para a amamentação, ordenhar o seio antes das mamadas, aplicação de leite materno ali no local, e analgésicos”, orienta a especialista. Ou seja, é possível ajustar a amamentação, priorizando o leite materno.

Desafios da amamentação

O sucesso da amamentação reflete no ganho de peso saudável e pleno desenvolvimento do bebê. Porém, quando isso não acontece, as mães tendem a ficar preocupadas e adiantar a inclusão da fórmula. Porém, segundo a médica, as dificuldades na amamentação podem ser resultado dos problemas a seguir:

  • Ineficiência da sucção do bebê, seja por língua presa ou disfunção motora oral;
  • Baixa transferência de leite;
  • Estresse materno ou depressão perinatal;
  • Mãe com alguma cirurgia na mama que reduza a quantidade de glândula mamária;
  • Processo infeccioso na mama, como a mastite;
  • Introdução precoce de chupeta;
  • Doenças congênitas, como cardiopatias;
  • Alergias, como à proteína ao leite de vaca que está na dieta da mãe”, enumera a pediatra.

Nesses casos, a indicação é procurar um profissional de saúde para avaliar as possibilidades de priorização do aleitamento materno ou preferência para a introdução das fórmulas infantis. Em alguns casos, consultoras de amamentação e fonoaudiólogas também podem contribuir com a pega correta.

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Benefícios do aleitamento materno

O aleitamento é a forma de proteção mais econômica e eficaz contra a mortalidade infantil, protegendo as crianças de diarreias, infecções respiratórias e alergias, entre outras doenças. Portanto, a Organização Mundial de Saúde – OMS, orienta que seja exclusivo até o 6º mês de vida.

Para a Dra. Marina Noia, o leite materno tem uma composição muito rica em nutrientes, além da imunidade que a mãe passa ao bebê. “Não existe leite fraco. O que pode acontecer é algumas mães não terem produção adequada, mas isso pode ser corrigido. Por exemplo, a pega do bebê pode estar inadequada para sucção, e o médico poderá atestar. A necessidade de complementar (obrigatoriamente) a alimentação dos pequenos é um mito muito reproduzido pelas avós”, comenta a médica.

Por fim, dados do Ministério da Saúde, de 2022, demonstram que em 1986 o percentual de crianças brasileiras com menos de seis meses alimentadas exclusivamente com leite materno não passava de 3%. No entanto, em 2008, já tinha atingido os 41%. Atualmente, a amamentação exclusiva chega aos 46%, percentual próximo aos 50% que a OMS estipulou como meta a ser atingida pelos países até 2025. Além disso, seis em cada dez crianças (60%) são amamentadas até completar dois anos de idade.

Fonte: Dra. Marina Noia, pediatra do Grupo Prontobaby.

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