Fitoterápico: Entenda o que é e como funciona
Fitoterápico é o nome dado a todo medicamento produzido a partir de matérias-primas vegetais – flores, folhas, sementes, cascas e frutos. Apesar de sua origem, esse tipo de remédio também passa pela indústria farmacêutica, assim como acontece com os produtos sintéticos, que são feitos em laboratório.
“O controle da eficácia e segurança de um fitoterápico é mais complexo do que de um sintético. Isso porque seu princípio ativo não se encontra isolado, havendo a presença de outros compostos que podem agir em sinergia. Porém, um medicamento fitoterápico pode ser tão eficaz quanto um sintético”, esclarece a professora doutora Pérola Magalhães, coordenadora do Laboratório de Produtos Naturais (LaProNat) da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília.
Além disso, medicamentos fitoterápicos devem ser registrados e regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Eficácia e orientação médica
Assim como acontece com os medicamentos sintéticos, a eficácia e a velocidade de ação de um fitoterápico dependem de inúmeros fatores. Entre eles, dosagem prescrita, horários de ingestão e concentração de ativos e compostos.
Com relação ao uso desses medicamentos, a professora doutora Damaris Silveira, também do LaProNat da UnB, aponta que é semelhante aos tratamentos em que se utilizam fármacos convencionais.
Contudo, é necessário cautela antes de recorrer a eles. “Os medicamentos fitoterápicos devem ser prescritos por um médico ou profissional da área da saúde qualificado (farmacêutico, nutricionista, dentista, enfermeiro) e com a mesma responsabilidade exigida para a prescrição dos sintéticos”, adverte.
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Há situações em que o tratamento realizado com fitoterápico apresenta menos efeitos colaterais que os alopáticos sintéticos, mas o contrário também pode acontecer. Por isso, cabe ao médico analisar cada caso e prescrever a melhor opção para o paciente.
É possível ainda que a combinação de medicamentos sintéticos e fitoterápicos seja recomendada: “Isso ocorre principalmente em idosos, que costumam utilizar vários medicamentos ao mesmo tempo”, afirma Yris Fonseca-Bazzo, professora doutora que completa a equipe do LaProNat.
Recomendação de uso
A professora Pérola Magalhães explica que existe uma gama significativa de problemas de saúde que podem ser tratados com medicamentos fitoterápicos. Afinal, a natureza oferece uma diversidade de plantas e substâncias. Eles podem ser indicados como anti-inflamatórios, cicatrizantes e no combate à doenças como artrite e gastrite, por exemplo. “Entretanto, somente um médico pode dizer qual a melhor forma de tratamento para cada paciente.”
Se é natural, não faz mal?
O consumo de fitoterápicos, bem como de plantas medicinais in natura, tem sido estimulado com base no mito “se é natural não faz mal”. Porém, ao contrário da crença popular, eles podem causar diversas reações como intoxicações, enjoos, irritações ou edemas (inchaços), como qualquer outro medicamento.
Portanto, os cuidados são os mesmos destinados aos outros medicamentos: buscar informações com os profissionais de saúde e informar ao seu médico qualquer reação desagradável que aconteça enquanto estiver usando plantas medicinais ou fitoterápicos.
Quem deve evitar consumir medicamentos fitoterápicos?
Em geral, grávidas, lactantes e pessoas com sensibilidade aos ativos ou que estejam fazendo uso de outros medicamentos que possam reagir negativamente com eles. Isso deverá ser determinado pelo médico que for prescrever a medicação.
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