Explante de silicone: Rafa Brites fará cirurgia; como funciona?
A jornalista Rafa Brites anunciou pelo seu Instagram que realizará uma cirurgia de explante de silicone. Com próteses há 16 anos, a apresentadora afirmou que não teve nenhum problema, mas que já desejava fazer isso há um tempo. A coragem finalmente apareceu após remarcar três vezes o procedimento, que será feito em agosto.
Contudo, a maior preocupação de Rafa são as cicatrizes do explante. “Quando realizamos um implante de silicone, o objetivo é aumentar o volume das mamas. Então, quando retiramos a prótese por meio do explante mamário, há uma diminuição deste volume. Portanto, além da prótese, a pele também deve ser retirada. Quanto maior a quantidade de pele que precisa de remoção para dar forma à mama, mais significativas serão as cicatrizes ”, diz a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
De acordo com a especialista, uma alternativa após o explante de silicone são os enxertos de gordura. Rafa afirmou que essa será a estratégia para seu caso. “Depois que eu amamentei, fiquei só pele e prótese, não sei o que aconteceu com as minhas glândulas [mamárias]. Então, tem que colocar uma gordurinha para dar pelo menos um volume”, disse a jornalista nos stories.
Beatriz Lassance explica que o enxerto de gordura é feito com a gordura da própria paciente através de lipoaspiração. “O resultado não é tão previsível quanto com o implante de uma nova prótese. Então, pode ser necessária mais do que uma cirurgia para obter o resultado esperado”, diz a médica. Ela afirma que, dependendo do caso, a modelação da nova mama pode demorar, mas a retirada da prótese é simples. Além disso, oferece os mesmos riscos de qualquer cirurgia, como infecções e sangramentos.
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Por que muitos mulheres estão realizando o explante de silicone?
Além da insatisfação com a prótese, outros motivos que levam às mulheres a retirarem ou trocarem as próteses de silicones são linfomas, síndrome ASIA e contratura capsular.
Todavia, a BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons) esclarece que os casos são raros e não há motivo para pânico. “Recalls de fabricantes por conta do risco de contratura capsular e casos de linfoma associados às próteses deixaram muitas pessoas preocupadas. Outra preocupação é a síndrome ASIA, quando o silicone pode desencadear uma reação imunológica, que faz com que o organismo ataque a si mesmo. Mas não há motivo para alarme, preocupação e corrida para os consultórios para retirar as próteses. São casos muito raros”, alega o cirurgião plástico Daniel Lobo Botelho, presidente da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons).
Segundo a BAPS, estatísticas mostram que, com o passar do tempo, mesmo aumentando as chances de problemas com as próteses, o mais provável é que nada ocorra. Já no caso dos tumores, dados do banco nacional de câncer dos Estados Unidos, de 2008 a 2018, mostram que o linfoma anaplásico de grandes células (ALCL) relacionado ao implante mamário ocorreu a uma taxa de 8,1 por 100 milhões de pessoas por ano.
“Esse caso desse tipo raro de linfoma, os índices de cura são bastante altos”, diz o médico. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, os índices de cura ultrapassam 90% dos casos, e a maioria das pacientes é tratada apenas com a remoção da prótese e da cápsula, sem a necessidade de quimioterapia ou radioterapia.
De olho nos sintomas
O médico orienta que é fundamental buscar o auxílio de um cirurgião plástico se houver algum sintoma ou suspeita de alterações nas próteses. Caso seja uma contratura capsular, a prótese exige troca por uma nova. Podem ser feitas incisões na cápsula para deixá-la mais maleável ou mesmo retirá-la.
“Se a paciente está satisfeita com o tamanho e forma das mamas, a cirurgia pode ocorrer pela mesma cicatriz da primeira intervenção para a troca do implante. Retiramos ou incisamos a cápsula, e colocamos uma nova prótese de tamanho igual ou maior”, explica o presidente da BAPS.
Nos casos de Síndrome ASIA e do linfoma, quando as próteses causam a doença, apenas a remoção do implante com sua cápsula, geralmente, já é capaz de minimizar e até eliminar os sintomas da doença.
Fontes: Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS); e Beatriz Lassance, cirurgiã plástica e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.