Estudo sobre obesidade sugere nova classificação
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP) e ABESO realizaram um estudo que sugere uma nova classificação de obesidade. A proposta é incluir dois novos termos para a doença: reduzida ou controlada. Hoje, a normalização de massa corporal (IMC) é um objetivo muito adotado em tratamentos da obesidade. No entanto, esse indicador acaba trazendo uma grande preocupação estética que sobrepõe a saúde. Na avaliação das sociedades, uma perda de peso modesta (geralmente acima de 5%) já apresenta melhora clínica, enquanto as perdas entre 10% a 15% trazem mais benefícios, independentemente do IMC final. A porcentagem de redução de peso é uma meta de tratamento, já que a maior diminuição do peso é mais difícil de alcançar por causa da adaptação metabólica com fatores ambientais e estilo de vida.
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Por que o novo estudo da obesidade pode ser aliado do tratamento da doença?
“Propomos uma nova classificação com base no peso máximo atingido em vida (MWAL), do inglês maximum weight attained in life. Nela, os indivíduos que perdem uma proporção específica de peso classificamos como obesidade “reduzida” ou “controlada”, declara Marcio Mancini, um dos endocrinologistas que participa do estudo. O novo estudo da obesidade não tem a pretensão de substituir outras nomenclaturas. Ao contrário, espera agregar mais ferramentas para o acompanhamento da doença. “Isso ajudaria a difundir os benefícios clínicos derivados de uma modesta perda de peso. Além disso, permite que pacientes e profissionais de saúde se concentrem em estratégias de manutenção em vez de maior redução de peso”, completa o especialista.
Em estudos futuros, essa classificação também poderá ser útil para avaliar diferenças nos resultados entre indivíduos com IMCs semelhantes, mas com trajetórias de peso diferentes. Atualmente, a obesidade atinge 26% da população, o equivalente a 41 milhões de brasileiros. De acordo com um estudo da World Obesity Federation de março deste ano, estima-se que haverá 34% de pessoas com obesidade no Brasil em 2030, o que corresponde a cerca de 53 milhões de brasileiros.