Infertilidade: Como o estresse pode afetar a tentativa de engravidar?

Gravidez e maternidade Saúde
11 de Maio, 2023
Infertilidade: Como o estresse pode afetar a tentativa de engravidar?
Estatísticas mostram que 90% da população mundial sofre com estresse, que pode causar sintomas como irritabilidade e falta de concentração. Mas o que pouca gente sabe é que esse mal-estar, tão corriqueiro no dia-a-dia, pode se transformar em algo que impacta na fertilidade, sobretudo em relação ao ciclo feminino. A seguir, saiba mais sobre a relação entre o estresse e a infertilidade.  Veja também: Testosterona também é coisa de mulher: conheça os benefícios do hormônio

Estresse e infertilidade: O que diz a medicina

Há décadas, estudiosos têm se debruçado sobre o assunto e já nas pesquisas iniciais era considerada a possibilidade de um evento estressor ser capaz de trazer alterações à função reprodutiva, como irregularidade menstrual, amenorreia (ausência de menstruação) e infertilidade.   Segundo um artigo publicado pela Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, para funcionar corretamente, a função reprodutiva humana depende da harmonia entre o sistema nervoso central, hipófise, ovários, outras estruturas endócrinas e órgãos reprodutivos. Além disso, a função ovulatória também deve estar regular. Assim, se imaginarmos nosso corpo como uma orquestra, tudo precisa estar afinado para que a música saia perfeita. É o que explica a ginecologista e obstetra Dra. Malu Frade. “A função reprodutiva deriva de diferentes mecanismos diferentes”. Portanto, ela pontua que a presença do estresse tem o potencial de ativar o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano e, com isso, a menstruação pode cessar de modo temporário, resultando em infertilidade transitória. Contudo, nessa engrenagem, destacam-se vários sistemas regulatórios, tendo como alguns dos atores principais os hormônios, as conexões nervosas e os neurotransmissores. “Relacionados a isso há estudos, inclusive, apontando que quanto maior o nível de ansiedade, menor a chance de gravidez em mulheres submetidas à inseminação artificial” ressalta a médica.  “Referente às mulheres tentando engravidar, por exemplo, às vezes o nível de estresse é tão alto naquela fase em que está havendo a busca pela gestação, que pode resultar na paralisação do ciclo por um tempo, o que vai dificultar ainda mais a concepção”, explanou. Ela esclarece, contudo, que na prática é difícil estabelecer com precisão esse elo entre estresse e ciclo, afinal, cada organismo é único, diferindo, obviamente, a resposta de cada mulher a um mesmo evento enxergado como estressor. 

Outros fatores que impactam a fertilidade 

Além do estresse, outras condições podem impactar o planejamento de aumentar a família. São eles:
  • Idade avançada;
  • Condições de saúde como endometriose e miomas;
  • Disfunção ovulatória;
  • Perda excessiva de peso;
  • Anorexia;
  • Exercícios físicos extenuantes.
Por isso, é importante buscar um atendimento médico para planejar a gravidez corretamente, sem se esquecer, é claro, de controlar o estresse. Nesse sentido, é interessante incluir a terapia dentro do planejamento gestacional para identificar o motivo do estresse e como lidar com eles. Por outro lado, é importante investigar a infertilidade conjugal sob uma ampla perspectiva, visto que é um problema não apenas de natureza médica, mas também de caráter psicológico e social. “Abrange, ainda, vale enfatizar, tanto a fisiologia feminina como a masculina”, finaliza.

Técnicas de gerenciamento de estresse

Para gerenciar o estresse, é fundamental aderir a prática regular de exercícios moderados, como caminhada, yoga e natação. Essas atividades podem ser relaxantes já que liberam endorfinas positivas para diminuir os sintomas associados à ansiedade e depressão. A terapia também é outra ótima ferramenta de autoconhecimento. Seja durante um período específico, ou por toda a vida, ela auxilia no entendimento das próprias emoções — ademais, melhora a sua relação com os sentimentos. Além disso, ter uma dieta saudável de alimentos integrais, rica em verduras escuras e alimentos que contenham clorofila, também é útil. Por fim, dormir adequadamente também é importante, pois o estresse pode fisicamente desgastar seu corpo. Fonte: Dra. Malu Frade Martins, médica ginecologista e obstetra.  Referência: Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil.

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