Esofagite: entenda a doença de Joelma e suas causas

Saúde
10 de Junho, 2022
Esofagite: entenda a doença de Joelma e suas causas

Nesta última quinta-feira (10), a cantora Joelma recebeu o diagnóstico de esofagite, gastrite e edema. De acordo com o boletim do hospital São Luiz Itaim, onde a artista está internada, seu estado de saúde é bom, “com melhora significativa do edema durante a internação”. A notícia causou preocupação aos fãs. Afinal, Joelma teve quatro infecções pelo Covid-19 e recentemente fez um show com o rosto bastante inchado.

Veja também: Câncer de estômago: conheça as causas, sintomas e tratamento

Mas o que é a esofagite?

A esofagite é uma inflamação do esôfago, que faz parte do tubo digestivo. “Assim como a pele da nossa boca, o esôfago possui uma mucosa extremamente sensível e fina. Então, qualquer lesão pode se agravar e evoluir para esofagite”, explica Carlos Machado, médico clínico geral e nefrologista.

Causas

Joelma apresenta três problemas distintos: gastrite, esofagite e edema. No caso da esofagite, a gastrite pode ser o motivo. Ou seja, a cantora provavelmente possui o histórico da doença, que levou à esofagite. A razão é que um dos sintomas da gastrite é o refluxo gastroesofágico, que provoca a queimação da mucosa que reveste o esôfago.

Já o edema ou inchaço pode ser consequência de ambas as complicações. A princípio, enfermidades do trato gastrointestinal possuem forte relação com a alimentação pouco saudável. “Quando comemos muitos alimentos industrializados, as mucosas entram em contato com corantes, conservantes e outras substâncias potencialmente nocivas ao organismo. Como resultado, o indivíduo desenvolve esses tipos de distúrbio”, esclarece Machado. Veja outros fatores que influenciam na irritação do estômago e esôfago:

  • Saúde mental: estresse, ansiedade, depressão e outras situações que afetam o emocional têm poder sobre doenças desse tipo.
  • Uso de medicamentos: alguns fármacos irritam o tubo digestivo, sobretudo se a ingestão for contínua.
  • Infecção por fungos, vírus e bactérias.

Tipos de esofagite

A classificação varia de acordo com a origem da inflamação. A princípio, são quatro tipos: de refluxo, de eosinófilos, medicamentosa e infecciosa.

O Covid-19 tem relação com a esofagite?

Não se pode ignorar o fato de que a cantora enfrentou quatro episódios de Covid-19. Apesar de não haver relação direta com doenças gastrointestinais, a ação do vírus pode trazer alterações profundas no metabolismo, no sistema cardiovascular e no funcionamento dos órgãos. “Mesmo que a pessoa contraia o coronavírus e suas variantes sem sintomas, isso não quer dizer que não terá sequelas. Durante a permanência no organismo, o vírus é capaz de causar lesões nos rins, no coração e outros problemas que exigem acompanhamento”, alerta o médico.

Sintomas da esofagite

Dor de garganta, dificuldade para engolir alimentos e bebidas, dor na região torácica, azia e refluxo são alguns sinais da esofagite. Não raro, o indivíduo pode sentir dor abdominal, náuseas e até vomitar. Casos agudos — ou seja, quando a inflamação é intensa — levam à perda de apetite, pois há dificuldade para se alimentar adequadamente.

Diagnóstico

Exames de imagem, como a endoscopia, são úteis para investigar o trato gastrointestinal e identificar lesões. Além disso, a biópsia de uma pequena amostra de tecido ajuda a determinar a causa provável da esofagite. Por exemplo, se há presença de bactérias ou outros elementos anormais na coleta. Por fim, se houver suspeita de esofagite de eosinófilos, o médico pode solicitar testes de alergia.

Tratamento da esofagite e da gastrite

As duas necessitam de acompanhamento periódico, pois podem voltar sempre que a pessoa for exposta à situação que causou os problemas. Portanto, a primeira recomendação e evitar os gatilhos. Ou seja, se for o uso de algum medicamento, é importante suspender o fármaco em questão; caso a alimentação seja a vilã, a solução é investir em uma reeducação de hábitos. A fim de aliviar os sintomas, o médico normalmente prescreve anti-inflamatórios, antibióticos (se houver infecção bacteriana) e outros. Todavia, alguns quadros sem resposta de tratamento demandam intervenção cirúrgica, em especial a gastrite de refluxo. O procedimento visa à correção da válvula entre estômago e esôfago para frear o refluxo.

Fonte: Carlos Machado, médico nefrologista e clínico Geral especialista em medicina preventiva – CRM/SP 41937 RQE 10659.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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