Escolher um psicólogo: quais fatores levar em conta

Bem-estar Equilíbrio
11 de Abril, 2022
Lívia Barbosa Alves de Souza
Revisado por
Psicóloga • CRP 01/22261
Escolher um psicólogo: quais fatores levar em conta

Admitir para si mesmo que precisa de ajuda psicológica é o primeiro passo a ser dado, por mais difícil que seja. Mas aí surge a dúvida: como escolher um psicólogo? 

Existem diversos fatores a serem levados em conta. A escolha de um psicoterapeuta é uma decisão essencial, pois trabalhar com o profissional certo é importante para recuperar sua vida e manter o bem-estar.

Afinal, você irá compartilhar seus sentimentos e pensamentos mais íntimos com uma pessoa desconhecida. É preciso sentir a conexão necessária para se abrir com o psicólogo. 

“Ser seletivo em sua escolha o ajudará a aproveitar ao máximo seu tempo em psicoterapia, possibilitando de forma assertiva o alcance dos resultados esperados. É importante escolher um psicoterapeuta que possua qualificação adequada para a demanda em questão e habilidades interpessoais eficazes para o paciente ter sentimento de confiança e sensação de progresso”, explica a psicóloga Rosangela Sampaio.

Muitas vezes, o paciente pode não se identificar com a abordagem do psicólogo. Portanto, é importante ressaltar que caso isso aconteça, o ideal é interromper o tratamento e buscar um perfil profissional que melhor se adeque às suas necessidades.

Primeira consulta 

Muitas vezes, a primeira consulta gera ansiedade nos pacientes.  Dessa forma, é uma oportunidade de conhecer o psicoterapeuta pessoalmente – ou virtualmente – e determinar se ele é alguém com quem você se sentirá confortável em trabalhar.

De acordo com Rosangela, o relacionamento entre você e seu psicólogo começa a se desenvolver imediatamente, embora seja natural sentir um pouco de hesitação durante as primeiras sessões. Por isso, é fundamental prestar atenção se o terapeuta o recebe calorosamente e o deixa à vontade.

Mas ela também lembra que a primeira sessão não fará milagres. “Tanto a relação de trabalho positiva quanto o progresso futuro fazem parte de um processo que ocorre ao longo do tempo. Ou seja, a pessoa não será curada na primeira consulta. No entanto, você deve ter um sentimento de esperança realista ao final de sua primeira consulta, ou seja, é importante que o profissional tenha transmitido otimismo e esperança medidos.” 

Se você gostar da primeira sessão, o ideal é  marcar mais algumas consultas. “Pode levar algumas sessões para determinar completamente se você está progredindo com um terapeuta. Então, depois de três ou quatro semanas, não há problema em reavaliar para determinar se você deseja continuar”, ressalta Rosangela Sampaio. 

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Diferenças entre psicólogo e psiquiatra?

É comum que as pessoas confundam psicólogos e psiquiatras, pois os títulos são semelhantes e ambos diagnosticam e tratam condições de saúde mental. Contudo, existem algumas diferenças importantes entre as duas profissões.

Segundo Rosangela Sampaio, os psicólogos ajudam as pessoas a lidarem com problemas de vida e desafios de saúde mental. Quando você visita um psicoterapeuta, ele estuda a maneira como você pensa, se comporta e se relaciona com outras pessoas e seu ambiente. Além disso, eles são responsáveis por:

  • Encontrar padrões que ajudam a entender e prever o comportamento;
  • Trabalhar com indivíduos, casais e famílias para possibilitar as mudanças desejadas na vida;
  • Identificar e diagnosticar transtornos mentais, comportamentais e emocionais;
  • Elaborar e orientar para execução dos planos de tratamento;
  • Colaborar com médicos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, dentre outros, quando necessário.

Já os psiquiatras são médicos que avaliam, diagnosticam e tratam pessoas que vivem com distúrbios de saúde mental que variam em gravidade de leve e temporário a grave e crônica. Assim, veja as principais funções dos psiquiatras:

  • Fornecer atendimento urgente para uma doença mental súbita;
  • Ajudar a gerenciar condições de saúde mental de longo prazo;
  • Fornecer segundas opiniões e aconselhamento a outros médicos e profissionais de saúde;
  • Encaminhar para outros profissionais de saúde;
  • Fazer o processo de internação e intervenção medicamentosa quando necessário.

Psicólogo e psiquiatra: Quando procurá-los?

Caso a pessoa perceba que está com problemas de saúde mental, é importante buscar um dos profissionais. A tendência maior é que o psiquiatra indique medicamentos. Porém, a depender da condição e da gravidade, os medicamentos podem não se mostrar necessários. Por isso, muitas vezes é indicado que a pessoa busque o psicólogo primeiro. Independente de ser psicólogo ou psiquiatra, a pessoa deve se sentir segura e deve conseguir identificar qual é o plano de tratamento indicado pelo profissional.

No caso do psiquiatra, os pacientes marcam as consultas para ter um alívio mais rápido dos sintomas. Mas é importante lembrar que ao iniciar um tratamento com remédios, você deve seguir todas as indicações do médico.

Escolher um psicólogo: online ou presencial

Especialmente nos dias atuais, os atendimentos médicos online têm ganhado mais adeptos. Com os psicólogos não é diferente. Muitos oferecem terapia online onde terapeuta e cliente se encontram em um bate-papo por vídeo.

Assim, a telepsicologia pode tornar o agendamento de uma sessão mais conveniente por eliminar a necessidade de deslocamento e ter mais flexibilidade de horário. “Estudos apontam que a psicoterapia online e a terapia presencial são essencialmente iguais em eficácia”, afirma Rosangela. 

Portanto, para escolher um psicólogo, você também precisa levar em conta os métodos de sessão e decidir o que você mais se identifica.

Linhas da psicologia

Existem muitas abordagens diferentes para psicoterapia que se concentram em áreas problemáticas específicas, como pensamentos, emoções ou comportamento, alguns exemplos comuns são:

  • Cognitivo-comportamental (TCC): a abordagem parte do pressuposto de que a interpretação que fazemos das situações influencia nas nossas emoções e comportamentos. O foco da terapia é identificar esses processos a fim de lidar com eles, seja por meio de desenvolvimento de habilidades, testes comportamentais, avaliação de pensamentos, entre outros. É primeira linha para tratamento de ataques de pânico, transtorno de pânico, transtorno da compulsão alimentar, bulimia nervosa, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH; combinado com medicamentos), transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada, fobias específicas (com terapia de exposição), transtornos depressivos, insônia, manejo de peso, entre outros;
  • Terapia de aceitação e compromisso (ACT): o objetivo da terapia consiste em desenvolver habilidades de aceitar situações difíceis e que causem sofrimento. O compromisso se refere a manter combinados que fazem sentido para a pessoa em seu momento de vida. É primeira linha para o tratamento psicológico da dor crônica;
  • Comportamental Dialética (DBT): a abordagem foca em treino de habilidades, especialmente relacionado à regulação emocional e mindfulness. É primeira linha para o tratamento do transtorno de personalidade borderline.
  • Terapia comportamental: a abordagem foca em conceitos específicos do comportamento como o manejo de contingências, a ativação comportamental e terapia de exposição. É primeira linha para o tratamento do transtorno do espectro autista, transtornos depressivos, fobias específicas e manejo de peso.
  • Psicoterapia interpessoal: o foco da terapia se dá na melhoria de relações interpessoais que são afetadas em muitas condições psicológicas distintas. É primeira linha de tratamento para transtornos depressivos, bulimia nervosa e transtorno bipolar;
  • Terapia de exposição: ajuda as pessoas a lidarem e reduzir a ansiedade e as fobias.
  • Terapia centrada na pessoa:  ou centrada no cliente, o papel principal do psicoterapeuta não é ensinar habilidades, mas sim ouvir o cliente e se envolver em discussões que ajudem o cliente a descobrir como seguir em frente.

Cada abordagem psicoterapêutica tem mérito próprio. O importante é que a abordagem seja baseada em evidências e direcionada a objetivos, permanecendo flexível e aberta às suas necessidades e experiências individuais. Por fim, o tipo de foco e plano de tratamento devem ser específicos, de acordo com a condição e as preferências do paciente

Fonte: Rosangela Sampaio, psicóloga, escritora e apresentadora do programa Mulheres Em Flow.

Referências: Best Practice e Society of Clinical Psychology.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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