Eructação (arroto): o que é, causas e quando buscar ajuda médica
A eructação, ou o famoso arroto, é um mecanismo do nosso corpo que, em circunstâncias saudáveis, ocorre após uma refeição ou ao consumir uma bebida gasosa. Contudo, se a pessoa arrota demais e sente outros desconfortos, é sinal de que precisa de ajuda médica. Saiba mais a seguir.
O que é eructação?
É o nome técnico para o que conhecemos por arroto, que acontece quando os gases do estômago são expelidos pela boca. A resposta do organismo é acompanhada de som característico. “Na prática é a fermentação do alimento no estômago, que gera gases e a pressão para eliminá-los. Como resultado, a pessoa arrota pela boca”, explica Vanessa Prado, cirurgiã do aparelho digestivo.
Por que arrotamos?
Em situações normais, a eructação é perfeitamente normal, pois se trata do processo digestivo. “A princípio, o arroto é mais comum quando mastigamos o alimento de forma inadequada, ou quando há um alto consumo de fontes de carboidratos que tendem a fermentar mais”, esclarece Vanessa.
Por exemplo, é quase certo que iremos arrotar depois de beber um refrigerante, água com gás ou cerveja, pois são bebidas que estimulam a produção de gases pela fermentação. No entanto, o arroto excessivo pode indicar que algo no organismo não vai bem.
Quando a eructação pode ser um problema?
De acordo com a especialista, arrotar em excesso sem um motivo serve de alerta para procurar um médico. “Em alguns casos, a eructação contínua é sinal de hérnia de hiato. Ou seja, a frouxidão da musculatura ao redor do esôfago, que provoca refluxo e uma saída maior dos gases do interior do estômago.
Outra possível causa pode estar relacionada a alguma disfunção no diafragma”, avalia. Além das duas condições, a eructação repetitiva pode ser indício de intolerâncias alimentares, quando a pessoa não consegue digerir uma substância corretamente (por exemplo, intolerância à lactose) ou de problemas mais graves, como a úlcera e a gastrite.
Buscando ajuda médica
Caso você esteja arrotando além do normal e sem uma razão específica (por exemplo, após comer algo) e estiver sentindo outros incômodos como azia ou dor abdominal, vale procurar o auxílio de um gastroenterologista.
O médico irá avaliar seu histórico, se há outros sintomas além da eructação exacerbada e solicitar alguns exames de imagem, como a endoscopia digestiva. Em geral, esse teste analisa o tubo digestivo e observa se há alguma lesão ou anormalidade no estômago e no esôfago.
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Tratamento para a eructação
Antes de mais nada, o tratamento será para o problema que está causando o excesso de eructação. Por isso, o diagnóstico é fundamental para que o médico indique o cuidado específico para você. Contudo, de forma geral, algumas dicas podem ajudar a reduzir a quantidade de arrotos, caso isso seja um incômodo:
- Coma devagar e mastigue bem o alimento: às vezes, na pressa do dia a dia, é comum comermos rápido sem dar atenção à mastigação. No entanto, essa etapa é essencial para facilitar a digestão e evitar não apenas os arrotos, mas outros inconvenientes, como a azia e o excesso de flatulência.
- Faça as refeições em silêncio: além de ajudar a apreciar a comida, evita a ingestão de ar e a mastigação indevidas.
- Siga uma dieta equilibrada: o equilíbrio e o consumo moderado de carboidratos reduz o nível de fermentação e, consequentemente, a eructação.
- Evite dormir depois de comer: muitas pessoas adoram tirar um cochilo depois do almoço, mas fazer isso pode dificultar a digestão e aumentar a produção de gases. Ao invés disso, opte por uma caminhada leve.
Fonte:
- Vanessa Prado, médica do Centro de Especialidades do Aparelho Digestivo do Hospital Nove de Julho; membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Aparelho Digestivo (SBCD) e da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBC).