Episiotomia: o que é e quando ela deve ser feita no parto

Gravidez e maternidade Saúde
28 de Janeiro, 2022
Episiotomia: o que é e quando ela deve ser feita no parto

Quando o assunto é parto, existem diversas técnicas médicas que envolvem esse momento com o objetivo de gerar a melhor experiência para a mulher e o bebê. E ao passo em que o avanço da medicina aperfeiçoa boa parte desses procedimentos, ele também mostra aqueles que não se fazem mais necessários em muitos casos. E nesta segunda lista, talvez um dos mais polêmicos seja a episiotomia.

Procedimento cirúrgico para facilitar o nascimento do bebê em caso de parto vaginal, a episiotomia já foi amplamente realizada. Entre os levantamentos quantitativos feitos sobre o tema, uma pesquisa da BabyCenter Brasil publicada em 2019 mostrou que o número de episiotomias vinha caindo – enquanto a edição de 2012 do estudo trouxe que 71% das mulheres entrevistadas passaram pela técnica em seus partos, no levantamento de 2019 o número caiu para 33%.

Mas ainda estamos caminhando: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa taxa deve ficar na faixa de no máximo 15%. E para entender mais sobre a episiotomia e quando ela é realmente indicada, continue a leitura.

O que é episiotomia?

Também chamado de pique, trata-se de um procedimento cirúrgico realizado no períneo (região entre o ânus e a vagina que sustenta os órgãos pélvicos) para ampliar o canal de parto e, assim, facilitar o nascimento do bebê.

Analgesia epidural ou uma anestesia local são feitas previamente para a realização do procedimento. O médico irá fazer uma incisão (e daí há tipos diferentes, a depender do local do corte) com o intuito de tornar a passagem do bebê mais fácil.

Quando ela deve ser feita no parto?

A recomendação das autoridades de saúde é que a episiotomia não seja realizada de forma rotineira, como ocorria no passado. Isso porque é um procedimento agressivo e sujeito a complicações (como hematomas, infecção e dor no pós-operatório).

A indicação acontece nos casos de sofrimento fetal. Ou seja, quando há alteração dos batimentos cardíacos do bebê, no parto operatório (ou seja, realizado por um instrumento, fórcipe ou vácuo-extrator) e nos casos de risco de lacerações graves do períneo.

Cuidados necessários

Após uma episiotomia, é muito importante manter a higiene local (principalmente depois da micção ou evacuação). Lave a região com água e sabonete e seque bem, evitando umidade. Já em relação aos pontos, entre cinco e dez dias eles costumam cair sozinhos.

Mas, além das recomendações para a mulher, é muito importante que a equipe de saúde que a acompanha verifique se não há sinais de infecção local. Uma complicação que, como mencionado anteriormente, pode acontecer. 

E caso a mulher perceba vermelhidão na região e presença de secreções ou relate dor, ela deve passar por avaliação médica. Para aliviar o incômodo, podem ser receitados pomadas ou sprays com analgésico e, se houver infecção, a paciente será tratada com antibiótico.

Por fim, a cicatrização pode demorar até quatro semanas. A boa notícia é que após a segunda semana o desconforto costuma ser mínimo. 

Também vale ressaltar que exercícios para o fortalecimento da região pélvica são bem-vindos. É importante treinar essa musculatura assim como qualquer outra. Pois, isso tende a facilitar o nascimento do bebê e reduz as chances de precisar de procedimentos como a episiotomia.

Fonte: Mário Macoto Kondo, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), e Manual MSD

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