Embriões congelados há 30 anos nascem após sucesso de procedimento
O nascimento de gêmeos nos Estados Unidos poderia ser mais um, já que novas vidas vêm ao mundo todos os dias. Contudo, um detalhe nesse caso chama a atenção: os bebês eram embriões congelados e estavam há três décadas esperando para nascer. O sucesso do procedimento quebrou o recorde mundial de embriões “idosos”: antes dos gêmeos, um bebê nasceu em 2007 após permanecer 26 anos congelado.
O casal que doou os embriões realizou a fertilização in vitro em 1992. Com a técnica de congelamento, é possível preservar os óvulos fecundados por tempo indeterminado. Ou seja, os futuros pais podem realizar a implantação do embrião quando julgarem o momento ideal.
No entanto, a espera dos embriões congelados foi a mais longa já registrada. A princípio, a mãe dos bebês recebeu cinco óvulos fecundados para ter a chance de, pelo menos, a sobrevivência de um deles em seu útero. Mas, para a surpresa da equipe médica e do casal, dois conseguiram e hoje são Lydia e Timothy, com quase dois meses de idade.
Veja também: Afinal, gestante pode beber shake de proteína?
Embriões congelados: como funciona a técnica?
O congelamento de embriões é um meio de reprodução assistida que mantém o produto da fertilização do óvulo pelo espermatozoide para uma futura gestação. O método é geralmente indicado para mulheres mais velhas ou com baixa reserva ovariana. Mas, como exatamente funciona o congelamento de embriões?
De acordo com Paula Fettback, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana, o procedimento se baseia no mesmo processo da fertilização in vitro. Dessa forma, a paciente passa por exames para uma avaliação clínica. Em seguida, é feita uma indução da ovulação para depois se realizar a coleta de óvulos guiada por ultrassom com sedação e anestesia.
A indução de ovulação é feita para se obter uma maior quantidade de óvulos, entre 10 e 15, preferencialmente, segundo Marcos Moura, também especialista da área.
Já a coleta dos espermatozoides pode ser feita por meio de um banco de sêmen. Ou, no caso de pacientes que realizam o processo junto a um parceiro, por meio da masturbação ou de métodos como vibroestimulação ou eletroejaculação.
Assim, após ambas as coletas, é feita a fertilização in vitro, que consiste na injeção do espermatozoide no óvulo, deixando o embrião se desenvolver até a fase de blastocisto, entre o quinto e o sexto dia.