Dupilumabe para dermatite atópica terá cobertura pelos convênios

Saúde
29 de Março, 2023
Dupilumabe para dermatite atópica terá cobertura pelos convênios

Planos de saúde devem oferecer o Dupilumabe para pacientes adultos com dermatite atópica moderada ou grave que estavam sem opção de tratamento.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a incorporação do medicamento ao rol da cobertura obrigatória.

Ou seja, o fármaco será útil para aqueles que tenham apresentado falha, contraindicação ou intolerância ao uso da Ciclosporina, um imunossupressor indicado nesses casos.

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Dupilumabe age no foco da dermatite atópica

A dermatite atópica é uma doença que provoca um processo inflamatório crônico na pele. Como resultado, a pessoa fica com lesões avermelhadas que coçam e descamam em áreas como os joelhos, o pescoço e os cotovelos.

O eczema atópico é bastante comum e, no Brasil, afeta cerca de 7% dos adultos, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

O Dupilumabe é usado há alguns anos e é indicado para pacientes graves com falhas nos demais tratamentos sistêmicos. Além disso, ele é a primeira droga que age especificamente nas vias inflamatórias relacionadas ao surgimento da doença.

“Ele inaugurou a era das imunoterapias específicas para a dermatite atópica”, diz Gleison Vieira Duarte, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e coordenador da Campanha de Dermatite Atópica.

“Como age seletivamente, além de aumentar a eficácia do tratamento, poupa outras vias do sistema imune. Dessa forma, não causa impacto na imunidade do usuário, reduzindo possíveis eventos adversos”, explica.

Duarte ressalta, no entanto, que ele só deve ser indicado para aqueles pacientes que já passaram por tratamentos convencionais, como imunoterapias orais mais antigas ou fototerapia.

Embora não se conheça exatamente a causa da doença, sabe-se que ela tem um forte componente hereditário e que envolve o mau funcionamento do sistema imune e outras alterações. A dermatite atópica costuma estar associada a outras doenças. Por exemplo, bronquite, a asma e a rinite.

Duarte explica que o acesso à medicação ainda é variável. “Para pacientes do SUS [Sistema Único da Saúde] estamos aguardando a publicação de protocolo. Então, até lá, somente aqueles com asma grave têm acesso garantido à droga no setor público,” diz o especialista. Para os usuários de plano de saúde, o medicamento já está disponível.

Tratamento difícil

Além da inflamação, a função de barreira da pele está comprometida, o que facilita a exposição a agentes agressores externos.

“Comparamos a pele do atópico com uma peneira, ou um muro sem cimento, cujos tijolos (células) deixam permear vários irritantes  Suor, fragrâncias etc, enquanto permitem a perda da água que mantém a pele hidratada”, explica o especialista.

A dermatite atópica não tem cura e os medicamentos ajudam a controlar algumas de suas manifestações, como a coceira. Portanto, é muito difícil tratar todos os aspectos da doença. Assim, o paciente precisa manter uma rotina de hidratação e cuidados.

Afinal, em alguns casos, as crises pelo contato com poeira, alguns produtos de limpeza ou tecidos de roupa, estresse, entre outras causas.

Saiba como prevenir as crises

Além do uso do Dupilumabe conforme os critérios acima, o indivíduo precisa tomar certos cuidados para controlar os episódios de D.A:

  • Identificar os fatores de risco que desencadeiam as crises.
  • Cuidar muito bem da hidratação da pele, aplicando hidratantes para impedir o ressecamento.
  • Os banhos devem ser frios ou mornos e precisam ser rápidos.
  • Usar sabonetes neutros na pele.
  • Evitar excessos de banhos em piscinas com cloro.
  • Vestir roupas leves, de preferência de algodão e evitar tecidos sintéticos, que reduzem a transpiração.
  • Desenvolver mecanismos para controle do estresse, sobretudo nos portadores com forte desencadeante emocional das crises.
  • Logo que surgirem os sintomas (coceira e vermelhidão na pele), procurar assistência médica.

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