Dor nos rins: causas, sintomas e tratamentos

Saúde
09 de Março, 2023
Dor nos rins: causas, sintomas e tratamentos

As doenças renais atingem cerca de dez milhões de pessoas no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Antes do diagnóstico, muitos pacientes relatam diversos sintomas. Um deles é a dor nos rins. Mas afinal, será que isso realmente indica doença? Como descobrir se a dor é, de fato, nesta região? Entenda.

Leia mais: Doença Renal Crônica (DRC): entenda a importância de cuidar dos rins

Principais funções dos rins

De acordo com a Dra. Alessandra Bonilha Gonçalves, nefrologista que atua na Santa Casa de São Roque (gerenciada pelo CEJAM em parceria com a prefeitura da cidade), os rins desempenham funções vitais para o corpo humano. Por exemplo, a eliminação de toxinas e a filtragem do sangue.

“São os órgãos responsáveis por manter o equilíbrio hídrico do corpo, eliminando o excesso de água, sais e eletrólitos do organismo.”

Além disso, a especialista enfatiza que os rins participam da produção de alguns hormônios, como a eritropoetina, ligada à formação de glóbulos vermelhos, bem como de vitamina D, auxiliando na absorção do cálcio dos ossos. Além disso, também fazem parte da renina, presente na regulação da pressão arterial.

Como identificar a dor nos rins

A dor nos rins é uma queixa muito comum na população em geral. Dessa forma, costuma se apresentar como uma dor na região lombar. Entretanto, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, a grande maioria dos casos de dor na região lombar ou nas costas não é provocada pelos rins, mas sim por problemas na coluna e estruturas adjacentes.

A lombalgia (dor lombar) por problemas da coluna e a dor renal são situações completamente diferentes, além de possuírem causas distintas.

Exceto nos casos de cálculo renal ou infecção urinária, os rins raramente doem. Por isso, a maioria dos pacientes com alguma doença renal não se queixa de dor nos rins.

Dor nos rins: afinal, o que pode ser?

A dor renal pode ser precipitada por isquemia renal (redução do aporte de sangue), inflamação/infecção dos rins, tração ou distensão da pelve renal ou distensão da cápsula que recobre os rins.

Na prática, isso significa que as seguintes lesões e doenças renais costumam ser as causas mais comuns de dor nos rins:

  • Cálculo renal
  • Infecção dos rins (pielonefrite)
  • Doença policística renal
  • Hidronefrose (obstrução da passagem de urina, resultando em dilatação dos rins)
  • Trombose da veia renal
  • Isquemia renal
  • Câncer renal
  • Além de trauma nos rins

Em geral, as três primeiras doenças citadas acima correspondem pela imensa maioria dos casos de dor nos rins.

Tipos de dor no rins

Cólica renal

A cólica renal é considerada uma das piores dores do mundo. Ela surge repentinamente e, então, vai piorando ao longo das próximas horas, deixando o paciente extremamente inquieto. É comum haver vômitos e presença de sangue na urina. Além disso, a dor do cálculo renal pode irradiar para flancos ou para região da virilha.

Dor nos rins: Pielonefrite

A dor da infecção dos rins, chamada pielonefrite, é uma dor lombar unilateral que geralmente vem associada à febre, calafrios, queda do estado geral, náuseas e vômitos. É uma dor que não costuma ser tão intensa quanto a cólica renal.

Uma manobra médica, conhecida como manobra de Giordano, que consiste em leve percussão na região lombar com a mão fechada, costuma causar temporário agravamento da dor.

Doença policística renal

A dor lombar dos pacientes com rins policísticos é mais difícil de ser distinguida. Além dela poder ter características semelhantes às das dores de coluna, como agravamento ao andar ou após movimentos do tronco, se os rins forem muito grandes, eles próprios podem causar sobrecarga dos músculos e ligamentos da coluna lombar, levando à lombalgia crônica.

Pacientes com rins policísticos podem ter dor renal devido a várias causas, incluindo aumento do tamanho dos cistos, rotura ou sangramento de um cisto, infecção renal, pedra nos rins, etc. Além disso, o rim policístico também pode causar dor abdominal se for muito grande.

Principais doenças nos rins

De acordo com a Dra. Alessandra, as principais doenças são:

  • Nefrites, isto é, inflamação nos rins;
  • Infecção urinária;
  • Cálculos renais;
  • Tumores ou cistos;
  • Obstrução urinária;
  • Além de insuficiência renal.

Sintomas de que há algo de errado com os rins

Nesse sentido, alguns sinais merecem atenção quando o assunto é a saúde dos rins: sangue e/ou espuma na urina, inchaços, pressão alta, anemia, cansaço, perda do apetite, vômitos ou náuseas, dor nos rins ou dores nas costas e diminuição da quantidade de urina.

A profissional alerta, ainda, que muitas doenças renais podem não apresentar sintomas em fases iniciais. “Boa parte dos pacientes só descobre ser portador de doença renal em estágios avançados, quando já não temos muito a fazer para reverter o quadro. Por isso, a melhor maneira é fazer o diagnóstico precoce através de exames de laboratoriais”, pontua.

Como é feito o diagnóstico dessas doenças?

Primeiramente, para diagnosticar doenças renais, realizam-se exames de dosagem de creatinina no sangue e o de urina, procedimentos simples e que podem ser adicionados à rotina de cuidados com a saúde. “Dependendo da avaliação do médico, também pode ser incluído o exame de ultrassonografia dos rins e vias urinárias”, ressalta.

Desse modo, a dosagem de creatinina é fundamental para a avaliação de qualquer pessoa, principalmente em pacientes com fatores de risco, como histórico de doença renal na família, hipertensos, diabéticos e idosos.

“Este exame é feito a partir da coleta de uma amostra de sangue. Dessa forma, pequenas alterações de creatinina sugerem algum problema renal e podem demonstrar a necessidade de procurar a avaliação de um médico nefrologista”, afirma.

Afinal, como cuidar da minha saúde renal?

Por fim, para prevenir doenças no rins, a Dra. Alessandra explica ser fundamental a adoção de hábitos saudáveis. Por exemplo, ter uma dieta equilibrada, evitando excessos de sal e sobrecarga de proteínas; manutenção do peso ideal; monitoramento da pressão arterial e dos níveis de açúcar no sangue; prática de atividades físicas; atentar-se para o uso medicamentos que podem ser tóxicos aos rins, como anti-inflamatórios, sem prescrição médica e, claro, beber água em quantidades adequadas, ou seja, de 2 a 3 litros por dia.

“A conscientização sobre a importância dos rins e os comportamentos preventivos, fatores de risco e orientações sobre a doença de forma integrada e humanizada com certeza ajudam a uma melhor qualidade de vida para todos”, finaliza.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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