Doenças bucais: quase metade da população sofre com problema

Saúde
14 de Dezembro, 2022
Doenças bucais: quase metade da população sofre com problema

Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 3,5 bilhões de pessoas, quase metade (45%) da população mundial, sofrem de doenças bucais. Nos últimos 30 anos, de acordo com o documento, houve um acréscimo de um bilhão de novos casos de pacientes com esses problemas de saúde, sendo que 3 a cada 4 são registrados em países pobres.

A cárie é a líder entre as ocorrências e afeta 2,5 bilhões de pessoas no planeta. Em seguida, está a doença periodontal (leia mais abaixo), principal causa de perda dentária, com cerca de um bilhão de casos; já o câncer bucal está em terceiro lugar, com 380 mil novos diagnósticos anuais.

Além disso, o relatório apresenta as desigualdades de acesso a atendimento médico nos 194 países avaliados. Os moradores de países pobres têm dificuldade para receber tratamentos dentários e contra doenças bucais, problema que se assemelha a questões de saúde como os tumores, as doenças cardiovasculares e a diabetes.

A cirurgiã-dentista Letícia Bezinelli, coordenadora do curso de graduação em Odontologia da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, avalia que a situação do Brasil em relação ao combate à cárie está à frente de diversas regiões do planeta: “O país fez um trabalho exemplar de combate às cáries graças à adição de flúor na água”. Por outro lado, ela complementa que “estamos observando o rápido crescimento da doença periodontal e do câncer”.

Doenças bucais silenciosas

Ao contrário da cárie, que pode provocar dor, as outras doenças geralmente são mais silenciosas. Quando o paciente relata algum sintoma, muitas vezes já está com o problema em estágio avançado, o que dificulta o tratamento.

“O câncer de boca, quando diagnosticado tardiamente, é muito mutilador. O tratamento pode ser muito agressivo e há grande impacto na qualidade de vida”, explica Bezinelli.

Os problemas bucais podem ter impacto na saúde geral. Já se sabe que a doença periodontal está associada a problemas cardiovasculares e pulmonares, por exemplo, além de dificultar o controle da glicemia em diabéticos. O caminho inverso também é possível: medicamentos utilizados para o tratamento da osteoporose e os quimioterápicos podem afetar a saúde da boca.

De acordo com a cirurgiã-dentista, um dos motivos do avanço desses problemas é “uma negligência generalizada”. Os pacientes deixam de fazer exames periódicos e falta integração entre as áreas da saúde.

“Por muito tempo, os dentistas praticaram a odontologia entre quatro paredes, sem considerar a relação entre a saúde bucal e a saúde geral. Os médicos muitas vezes também esquecem de encaminhar o paciente ao dentista”, diz.

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Bons hábitos

A doença periodontal ocorre pelo acúmulo de bactérias nos tecidos ao redor dos dentes. Nos casos mais leves, a gengiva fica inflamada e sangra. Nos mais graves, pode haver mobilidade e até perda dentária.

Assim como a cárie, a doença periodontal pode ser prevenida com controle da alimentação, bons hábitos de higiene e visitas periódicas ao dentista.

Já o câncer de boca está associado a fatores de risco como o vírus HPV, tabagismo, excesso de álcool e até exposição ao sol para o caso do tumor de lábios. Manchas e lesões que não somem, mesmo que não causem dor, são sinais de alerta.

Fonte: Agência Einstein

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